quarta-feira, 30 de maio de 2007

DVORAK, Antonin - STABAT MATER

A música religiosa de Dvorak inclui este trabalho de rara beleza que pode ser considerado como uma das melhores obras de sua criação.
Esta obra abriu as portas internacionais das salas de concerto ao compositor nacionalista Tcheco, permitindo ao homem nascido em uma pequena vila do império de Austro-Hungaro ver a sua fama mundial.
O Stabat Mater de Dvorák foi cantado com freqüência no XIX século, sob sua própria regência. Além disso, esta obra integra o repertório de inúmeros coros amadores de igreja, onde sua popularidade persiste até nossos dias. O solo do contralto no "Inflammatus" é com freqüência utilizado em grande número de programas de recitais. Num pequeno lapso de tempo, a obra começou a ser executada com uma grande freqüência por um grande número de coros durante a semana da paixão. O nome, "Stabat Mater," faz alusão às primeiras palavras de um poema latino datando do XIII século. A tradução revela seu emocional, seus aspectos místicos, centrando-se na figura de Maria, estando ao pé da cruz na crucificação de Jesus Cristo. O poema e sua melodia tem sua origem do cantochão, despertada do sentimento religioso de piedade com caráter popular, de fácil assimilação em observância às práticas do catolicismo romano; em parte por seu uso na observância das indulgências (remissão dos pecados), e em parte porque sua expressão passionante reflete e liberdade dos sentimentos extremos da piedade e das emoções humanas.
Até 1727 a igreja católica romana atribuiu ao Stabat Mater um lugar permanente na liturgia, ligado às ocasiões penitenciais, da tarde e da manhã. Por isso mesmo a expressividade e a possibilidade dramática do texto tenham atraído alguns dos mais importantes compositores, entre eles Palestrina. A utilização desse texto foi subseqüente utilizada por Pergolesi, Alessandro Scarlatti, Boccherini, Haydn, Schubert, Rossini, Verdi e por Pendereck. Nós sabemos que Dvorak compôs o seu Stabat Mater entre fevereiro e maio 1876, imediatamente depois da morte de sua filha Josefa. Logo depois deixou o trabalho de lado. No ano seguinte a tragédia golpeou outra vez a sua casa: as duas crianças restantes morreram; Ruzena em agosto e Otakar em setembro. Em outubro, Dvorak começou a orquestrar a obra, terminando-a em novembro.
A primeira apresentação ocorreu em Praga no Theatre Provisional (o teatro nacional Tcheco do interior do país) a 23 de dezembro de 1880; a primeira apresentação nos EUA foi no Salão da Steinway na cidade de New York a 3 de abril de 1884.
De início esta obra de Dvorak não foi prevista para ser apresentada na igreja como era de costume e sim como peça de concerto, baseada em um texto religioso, da mesma maneira que a Missa Solemnis de Beethoven e o Requiem de Berlioz. Isso não significa que Dvorak não tenha utilizado o texto de uma forma irreligiosa; nós sabemos por meio de testemunhas, que Dvorak era um católico devoto e sincero, cuja fé era firme e inquestionável. Suas obras, Stabat Mater e seu Requiem, refletem o seu espírito católico universal e o espírito de seu tempo, e que a sala de concertos é transformada num local que utilizava com freqüência para transmitir "espiritualidade" do tipo de cristianismo sem especificação denominacional. Embora os sentimentos pessoais de Dvorák possam ter afetado sua escolha do poema do Stabat Mater, apenas os primeiros e os últimos dois movimentos refletem diretamente o significado do texto na música.
Alguns críticos discordam, pela negligência, parecendo que o compositor mostrava falta de habilidade composicional. O esboço simples da estrutura da obra que faz com que ouçamos a música pela música, percebendo-se que a habilidade de Dvorak era a elaboração do som. No Stabat Mater, nós ouvimos que a abertura do décimo movimento lembra o primeiro movimento. Na totalidade da obra possui uma preocupação com o equilíbrio entre as cordas e os instrumentos de metal. A música de Dvorak não é pura arquitetura ou simplicidade melódica, é um trabalho dinâmico, impelido para frente pela força tremenda da energia melódica e rítmica desencadeada, por exemplo o primeiro movimento, vai gradualmente encaminhando-se para um repouso do décimo movimento, em um tipo do apotheosis.
A retomada de idéias, inicialmente apresentadas são freqüentemente ouvidas em todos os movimentos; nunca uma repetição literal, mas sim idéias similares, de uma maneira concisa por todos os movimentos da obra. Outros pontos devem ser observados, a saber:
1) A linha melódica desenvolvida pelo compositor;
2) o relevo inabalável da escrita idiomática da obra;
3) a compreensão completa e o tratamento singelo das partes do coro;
4) o uso hábil do contraponto, isto é, o tecido musical das linhas vocais e instrumentais similares e dissimilares, especial nos movimentos I, II e VIII;
5) as cores da orquestra, enfatizadas pelas combinações instrumentais e nas linhas fluidas dos solos;
6) O equilíbrio sonoro na orquestração, quando no acompanhamento das partes do coro e dos solistas.

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