terça-feira, 19 de junho de 2007

MARTIN, Frank - PETITE SYMPHONIE CONCERTANTE

Escrita a partir de 1944, foi interrompida por muitos meses pra se dedicar à composição do oratório In Terra Pax, oratório encomendado pela Rádio de Genebra, para ser tocada quando a guerra tivesse fim. Somente em 1945 ele retoma os trabalhos da Petite Symphonie. Este obra foi escrita por solicitação de Paul Sacher. Ao encomendar a obra não estabeleceu nem forma nem a orquestração, apenas sugeriu que poderia fazer uma obra que possuísse além das cordas os instrumentos que eram utilizados no Baixo Contínuo. Com essa idéia Martin começou a conceber uma obra moderna, utilizando dupla orquestra de cordas formadas por I e II Violinos, Viola, Violoncello e Contrabaixo, tendo como instrumentos solistas a Harpa, Cravo e o Piano. É uma combinação sonora e instrumental no mínimo inusitada. Inicialmente escreveu as partes da Harpa do Cravo e Piano, em função deste resultado resolveu escrever o acompanhamento das cordas dividindo-as em dois grupos. Partindo desta disposição iniciou seus estudos sobre a forma clássica do Allegro de uma Sinfonia, com o objetivo de dar uma nova vida à matéria musical, tratando de estabelecer os dois temas principais, nascendo assim o primeiro movimento integralmente.
São quatro movimentos encadeados, porém estes formam duas partes principais, seus elementos temáticos ligam distintamente os dois primeiros, acontecendo o mesmo aos dois últimos. Um Adagio, constitui a Introdução, à qual responde um Allegro con moto; um segundo Adagio precede o final formado por um Allegretto alla marcia concluindo com um Vivace. A elegância do discurso, a cativante delicadeza das cores instrumentais, conferem a esta obra um encanto de sedução que não se esgotarão enquanto o ouvinte prestar atenção aos refinamentos do som.
Depois de ter escrito esta partitura, e antes da primeira execução, Frank Martin estava convicto que esta "experiência sonora" somente seria apresentada pelo Collegium Musicum de Zurich em 1946 com a regência de Paul Sacher, em virtude da disposição orquestral e os instrumentos solistas. Por esse motivo, Frank Martin re-orquestrou a obra para grande orquestra sem os instrumentos solo, com o objetivo que a obra fosse tocada por outras orquestras, no entanto aconteceu exatamente o inverso ao esperado pelo autor. Outras apresentações se sucederam desta versão original, a tal ponto da versão para orquestra sinfônica ser quase que totalmente esquecida. O primeiro movimento inicia-se com uma introdução indicada por um Adagio, iniciada pela segunda orquestra de cordas, logo sendo seguida pelos Violoncellos da primeira orquestra de cordas.



O primeiro tema surge com a mudança de andamento para o Allegro...



que logo mostra um segundo tema apresentado no Cravo, em cujo desenvolvimento retoma elementos encontrados na introdução.


Somente neste Allegro é que ouvimos os instrumentos solistas pela primeira vez, sendo que eles se acompanham mutuamente.

Na segunda parte, o tema principal é exposto em um movimento muito lento pela harpa acompanhado pelo Cravo,...





depois pelo piano...



evoluindo bruscamente para um movimento de marcha. Mas, contrariamente a primeira parte um só tema surge em pauta.





Há uma evolução para um clímax, seguido de uma espécie de cadência breve levando para a conclusão.






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