segunda-feira, 16 de julho de 2007

PERGOLESI, Giovanni Baptista - LA SERVA PADRONA (a criada patroa)

Pergolesi tornou-se conhecido por esta obra que foi escrita em 1733. Logo após a sua morte suas obras foram muito tocadas por toda a Itália e por muitos países europeus. É uma ópera cômica de pequena duração, que conta a história de uma criada namoradeira, que finge ser a própria patroa para enganar o amante. Suas melodias são atraentes, a historia é engraçada e os personagens memoráveis. Esta obra surgiu como um intermezzo da ópera “O prisioneiro orgulhosa”, hoje desconhecida.
O libreto da ópera é de Gennaro Antonio Frederico e é dividido em duas partes – dois intermezzi. A historio acontece em Nápoles, no começo do século XVIII.
É integrada por 3 personagens: Serpina (soprano), Uberto (baixo) e Vespone – um personagem mudo.
INTERMEZZI I
Pela manhã na casa de Uberto, um solteirão que se queixa de não ter servido a tempo e na hora, como deveria. Não inteiramente vestido, está à espera de que lhe seja trazido o chocolate. Há 3 horas que esperava e esse é o resultado do bom tratamento que dispensa a sua empregada, de quem cuidou desde criança. Finalmente aparecem Serpina e Vespone, que chegam discutindo. Dessa discussão vem a primeira ária cantada por Uberto Sempre in contrasti. Graças a Serpina, há sempre choques e discussões. É preciso, afinal, acabar com isto. Mas é chegada a hora de sair. Uberto pede a Vespone que lhe traga o chapéu, a espada e a bengala. Serpina afirma que não são horas de sair. Mero capricho, chave na porta e Uberto não sairá. Mas isto é a máxima impertinência, brada Uberto. E numa outra ária, Serpina dá a entender que quem manda, de fato, naquela casa é ela. O patrão se irrita, chama o empregado e pede-lhe que lhe consiga uma esposa. Mesmo que seja uma bruxa, se casará. Serpina aprova, Uberto agradece a aprovação e Serpina se candidata, ela mesma, a esposa do patrão. Grande atrevimento! Mas se Serpina assim decidiu, será difícil suceder o contrário.
INTERMEZZI II
Serpina pretende conquistar Uberto por modos menos impositivos. Apresentar-se-á como vítima. Com a cumplicidade de Vespone, conseguirá o seu intento. Uberto vai enfim sair de casa. Procurará casar-se, afirma. E Serpina lhe diz que também o seu destino está selado. Casar-se-á também. Será um militar colérico, violento. Uberto lamenta-lhe a sorte. E Serpina canta uma outra ária A Serpina penserete e, enquanto canta, percebe que Uberto já se mostra mais enternecido, quase diria vencido. É então o momento favorável à apresentação do futuro marido o Capitão tempesta, como ela diz chamar-se o terrível homem. Afirma Serpina que irá busca-lo. Sozinho, Uberto começa a considerar o péssimo casamento que a jovem fará. Mas será penitência para pagar quantas fez ao patrão. A dúvida e os sentimentos começam a se introduzir no monólogo. E se ele a desposasse?... Mas afinal, é o amor ou piedade, que sente por Serpina? Mas uma voz o chama à razão: uma voz grave – Uberto pensa em ti! – Depois da ária, entre Serpina com o pretenso noivo, que outro não senão Vespone, o empregado, em uniforme militar. Homem de poucas palavras, o falso capitão Tespesta impressiona Uberto que já imagina todo um quadro negro no futuro de Serpina. A jovem aproxima-se de Uberto e afirma que o capitão Tempesta exige, para casar-se, o dote de quatro mil escudos. Era só o que faltava – exclama Uberto. Mas o noivo ameaça puxar a espada. Uberto clama pela proteção de Vespone, finalmente Serpina, que se faz de intérprete do estranho capitão Tespesta, comunica a Uberto que, ou ele recebe o dote, ou não se casará. Mas o problema não lhe toca, responde o patrão. Ao que Serpina finge transmitir a contra resposta: toca, sim, porquanto acha Tempesta que se Serpina não se casar com ele deverá casar com Uberto, caso contrário o reduzirá a trapos. Antes da ameaça, Uberto concorda em casar. Dada a palavra, Vespone tira o disfarce e o patrão fica estupefato e colérico. No dueto seguinte, rua raiva vai aos poucos atenuando, porque na verdade, Serpina e Uberto, a empregada do patrão, há muito tempo que se amava. Num curioso e alegre dueto, sentem-se ambos o bater do coração e a serva... agora... patroa.

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