quarta-feira, 18 de julho de 2007

RAVEL, Maurice - Bolero

Em 1927, a dançarina Ida Rubstein pediu a Ravel que orquestrasse algumas páginas de Albeniz. Ravel decidiu compor uma obra nova e escolheu um bolero, atraído, ao que parece, pelo ritmo repetitivo e pela simplicidade melódica desta dança. A peça foi estreada em Paris, a 22 de novembro de 1928 e o próprio Ravel descreveu seu bolero como: “dezessete minutos de textura orquestral sem música”. Gustave Samazeuilh relata as reflexões que inspiraram ao autor o tema que esboçava , à época da composição: “Não acha que esse tema contém uma insistência? Vou tentar tornar a dizê-lo um bom número de vezes sem qualquer desenvolvimento, graduando o melhor que possa a orquestração.” Dois temas imutáveis: um em dó maior e outro em dó menor, juntamente com o ritmo constante do Tempo di Bolero moderato assai, formam a essência da peça. Somente a progressão dinâmica e o diálogo dos timbres instrumentais vão criar a variedade sonora.

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