sexta-feira, 3 de agosto de 2007

ROSSINI, Gioacchino - Il Barbiere di Siviglia

Il Barbiere di Siviglia
Ópera em dois atos
Música de Gioacchino Rossini
Texto em italiano de Cesare Sterbini, baseado na Le Barbier de Séville de Beaumarchais
Première Mundial: Roma, Teatro Argentina, 2 de fevereiro de 1816
Contexto Histórico do Barbeiro de Sevilha, de Rossini
Em dezembro de 1815, o proprietário e empresário do Teatro da Torre Argentina, Duque Francisco Sforza-Cesarini contratou Rossini para compor uma nova ópera para seu teatro. Nos termos do contrato, Rossini teria que compor uma ópera em cinco semanas a partir de qualquer libreto que o Duque lhe desse, adaptar a música às vozes de determinados cantores, assistir aos ensaios e conduzir partes da música. Uma vez que o Duque Sforza-Cesarini havia gasto muito dinheiro em suas outras produções, ele aplicou consideravelmente menos nesta nova ópera. Em conseqüência, Rossini recebeu somente uma pequena parte do dinheiro por seu trabalho, enquanto o astro da produção, Manuel Garcia, recebeu o triplo.
O Duque Sforza-Cesarini procurou Cesare Sterbini, um poeta e funcionário do Vaticano, para escrever o libreto da nova ópera. O assunto deveria ser delineado apartir da peça satírica de Beaumarchais, Le Barbier de Seville, ainda que já existisse uma ópera muito popular com o mesmo tema. Giovanni Paisiello foi o compositor da versão original, a qual foi apresentada pela primeira vez em San Petersburg, em 26 de setembro de 1782, e que mais tarde foi encenada, com grande aclamação, nas casas italianas de ópera. Consciente de que isso poderia causar uma ofensa ao velho compositor, Rossini escreveu a Paisiello explicando-lhe porquê e como estava compondo sua versão. Paisiello respondeu-lhe que não considerava o fato uma ofensa e desejava sucesso para o novo projeto.
Sterbini prometeu aprontar o libreto em doze dias e o submeteu a Rossini, que por sua vez completou o primeiro ato em 06 de fevereiro de 1816 e o entregou, nesse mesmo dia, ao violinista principal. Os ensaios deveriam começar em 07 de fevereiro, mas na noite anterior ao primeiro ensaio ocorreu uma tragédia: o Duke Sforza-Cesarini morre de uma hemorragia cerebral, aos 45 anos de idade. Nem seu sucessor, Nicola Ratti, nem Rossini, tiveram tempo para lamentar a morte do Duque; a nova ópera deveria estar pronta em breve, pois parte da renda arrecadada seria destinada à viúva de Sforza-Cesarini e seus filhos. Rossini compôs rapidamente o restante da ópera, tomando partes de cinco de seus trabalhos anteriores e de vários outros compositores. Contando do início até o final, Rossini compôs seu trabalho em três semanas.
A versão de Paisiello do Il Barbiere de Siviglia era altamente popular, conseqüentemente Sterbini, Rossini e o novo empresário Ratti estavam apreensivos quanto a reação do público à nova cena. A fim de distinguir seu trabalho, Rossini intitulou a nova ópera de Almaviva, ou A Precaução Inútil. Um anúncio impresso no libreto continha a seguinte nota: "A comédia do Sr. Beaumarchais denominada O Barbeiro de Sevilha, ou A Precaução Fútil está sendo encenada em Roma, adaptada como um dramma comico sob o título de Almaviva ou A Precaução Inútil". Esta nota tinha o propósito de convencer o público do sentimentos de respeito e veneração, que o criador da música do presente dramma tinha em relação ao aclamado Paisiello, que havia desenvolvido este mesmo tema sob seu título original.
Comprometido a desenvolver a mesma difícil tarefa, Rossini não querendo ser acusado de uma rivalidade com o imortal compositor que o antecedeu, pediu expressamente para que O Barbeiro de Sevilha fosse reversificado completamente e para que se incorporassem novas situações em algumas peças musicais. Posteriormente solicitou também que estas situações fossem do gosto do teatro moderno pois muitas mudanças haviam ocorrido desde a época em que o célebre compositor havia escrito sua música. O que Rossini estava tentando prevenir não era algo vindo de Paisiello, mas de seus admiradores. Paisiello tinha um apaixonado seguimento de dedicados fiéis que viam a versão de Rossini como um atrevido insulto à apreciada ópera. Na noite da estréia, 20 de fevereiro de 1816, estes mesmos fãs, chamados de Paisiellisti, invadiram o Teatro Argentina para provocar o compositor e o elenco. Nesta noite, Rossini foi ao teatro vestindo um terno castanho com botões dourados no estilo espanhol. A multidão demonstrou sua opinião com apitos, assobios estridentes e gargalhadas. Este tipo de comportamento marcou o resto da noite.
Quando o cantor que representava Basilio, Zenobio Vitarelli, entrou no palco com uma caracterização extremamente peculiar, ficou momentaneamente distraído com as vaias e assobios e caiu sobre a dobradiça de uma porta no soalho do palco, arranhou seriamente seu rosto e quase quebrou o nariz. Ele cantou mesmo sangrando muito e tentando estancar o fluxo de sangue com o auxílio de um lenço. Em conseqüência, Vitarelli teve que se colocar em posições estranhas o que fez com que a audiência ascendesse a um novo turno de ruídos e gargalhadas de desaprovação.
Logo após, um gato perambulava no palco misturando-se com os atores. Luigi Zamboni, que representava Fígaro, perseguiu o gato para fora do palco, mas este apareceu do outro lado e pulou, dramaticamente, nos braços de Bartolommeo Botticelli (que representava Dr. Bartolo). Então o gato pulou novamente ao chão e começou a molestar tanto Geltrude Righetti (Rosina) quanto Elisabetha Loyselet que estavam receosas de serem arranhadas. O gato saiu somente quando o personagem do policial se aproximou com uma espada na mão, mas não antes que toda a audiência o chamasse e imitasse seus miados.
Nestas alturas, a audiência estava próxima de um levante. Os cantores duramente podiam concentrar-se em seus papéis pois a multidão mantinha um fluxo constante de ruídos. O pior aconteceu quando Fígaro e Rosina cantaram seu dueto, esta maravilhosa atuação foi quase sufocada pela audiência. Quando o primeiro ato terminou, Rossini se retirou mas não antes de aplaudir os atores por terem se mantido admiravelmente serenos e pelo alto nível de profissionalismo demonstrado.
Rossini inventou uma frágil desculpa, dizendo-se doente foi para casa prometendo não sair da cama. Na noite seguinte, na segunda apresentação de Almaviva, o público, arrependido de seu comportamento injusto, decidiu ouvir atentamente a nova produção. Todos estavam em silêncio e reconheceram que estavam assistindo a uma nova obra-prima. Aplausos calorosos irromperam inesperadamente, para a alegria do elenco. Porém, o criador do trabalho ainda continuava ausente, fingindo estar recuperando-se da doença e fingindo dormir. Alguns amigos de Rossini foram à sua casa e o levantaram exaltando o sucesso do seu trabalho. As apresentações que se seguiram somente aumentaram a aprovação da audiência.
Em junho de 1816 morre Paisiello. Rossini sentiu que agora ele poderia, com todo o respeito, trocar o nome de sua ópera Almaviva para O Barbeiro de Sevilha sem uma desaprovação pública. Em setembro, Il Barbiere de Siviglia foi encenado em Bologna, onde os bilhetes foram vendidos com esse nome e, mais tarde, neste mesmo ano foi apresentado em Florença. Nos próximos dois anos, a ópera foi apresentada através da Itália e em outros países. Na época em que novamente foi apresentada em Roma, cinco anos mais tarde, milhares de apresentações adornaram centenas de palcos através do mundo. Hoje, O Barbeiro de Sevilha permanece como uma das óperas mais populares e é freqüentemente encenada por companhias ao redor do mundo.
PERSONAGENS
Rosina (mezzo-soprano) - Jovem e bonita, Rosina está presa na casa de Dr. Bartolo, seu guardião que deseja se casar com ela pela sua fortuna.
Conde Almaviva (tenor) - Um jovem rico e elegante que está enamorado de Rosina. Almaviva se aproxima de Rosina disfarçado, como se fosse um pobre estudante, para estar seguro de que ela o ama por ele mesmo e não por seu título ou fortuna.
Fígaro (barítono) - O barbeiro da cidade que sempre dá um jeito de participar de todos os planos e intrigas. Fígaro ajuda Almaviva a elaborar uma intriga para afastar Rosina do Dr. Bartolo.
Dr. Bartolo (baixo) - O guardião de Rosina, um médico charlatão, idoso, ciumento e avarento, que tem a esperança de fazer uma fortuna forçando sua jovem pupila a casar-se com ele. Sabendo que Rosina o odeia, Bartolo a mantém prisioneira em casa.
Don Basílio (baixo) - O professor de canto de Rosina e cúmplice de Bartolo.
Fiorello ( barítono) - O músico pago pelo Conde Almaviva para fazer serenata à graciosa Rosina.
Sargento (tenor) - Um policial.
Ambrogio (tenor) - O serviçal de Bartolo.
Berta (soprano) - A serviçal de Bartolo.
SINOPSIS
Primeiro ato
Nas primeiras horas da manhã, antes do amanhecer, o Conde Almaviva faz uma serenata na janela de uma bonita jovem. Ele não sabe seu nome, mas espera que ela o tenha notado. Quando não há resposta começa a desesperar-se. Subitamente ouve um homem cantando sozinho e daí a pouco encontra Fígaro, o barbeiro da cidade. Fígaro fica surpreso ao ver o Conde tão cedo e tão longe de casa. Almaviva conta a Fígaro que está na cidade para pedir a mão de uma bonita jovem que vive nesta casa com o pai, um médico. Fígaro sorri.
Fígaro diz a Almaviva que pode ajudá-lo nesta empreitada, uma vez que ele, Figaro, é barbeiro, jardineiro, cirurgião, peruqueiro e muitas coisas mais nesta casa. Também diz a Almaviva que o homem que ele acredita ser o pai da moça, na verdade é seu guardião. Neste momento, Don Bartolo chega à janela e os dois conseguem ouvi-lo dizer que vai sair e que caso Don Basilio chegue é para fazê-lo esperar. Don Bartolo deseja se casar, o mais breve possível, com a jovem, cujo nome é Rosina. Fígaro conta a Almaviva que Basilio é um vulgar casamenteiro mas também é professor de música de Rosina. Imediatamente, Almaviva faz um acordo com Fígaro para que este o introduza na casa de Rosina. Fígaro diz a Almaviva que o encontre em sua barbearia para apanhar um disfarce.
Enquanto isso, Rosina está em seu quarto no andar superior. Ela está ciente da presença do elegante jovem em sua janela e está determinada a impedir qualquer plano que Dr. Bartolo tenha a seu respeito. Ela também está decidida a mandar uma mensagem ao jovem elegante, o qual conhece apenas como Lindoro. Ela viu que Fígaro também estava lá fora e se existe alguém que pode ajudá-la é ele, Fígaro
No andar inferior, Bartolo e Basilio estão planejando. De alguma forma se inteiraram que Almaviva andava pelos arredores e que também pretendia tomar Rosina como sua esposa. Eles deviam encontrar uma forma de eliminá-lo. Talvez isto acontecesse se um terrível boato sobre Almaviva fosse espalhado pela cidade. Bartolo não concorda, pois isso tomaria muito tempo. O que devem fazer é elaborar um contrato de casamento e tê-lo assinado nesse mesmo dia. Entretanto, nenhum dos dois havia se dado conta de que Fígaro encontrava-se do lado de fora ouvindo toda a conversa. Nesse instante Fígaro sabe o que ele deve fazer.
Fígaro se infiltra no quarto de Rosina e lhe diz que Bartolo planeja se casar com ela. Ela ri e diz que ele deve estar louco. Então pergunta a Fígaro quem era o homem bem apessoado que havia visto com ele nesta manhã. Fígaro explica a Rosina que era seu primo Lindoro, um pobre estudante que está apaixonado por ela. Isto a comove e ela fica ansiosa para conhecé-lo. Fígaro lhe diz que se mandar um bilhete, ele virá vê-la. Ela escreve e Fígaro sai com o bilhete.
Alguns segundos depois que Fígaro sai, Bartolo entra abruptamente no quarto e pergunta a Rosina o que Fígaro estava fazendo ali. Ela lhe diz que eles tiveram uma conversa trivial e Bartolo ridiculariza o fato. Ele sabe que ela está tramando algo - como Rosina se atreve a fazer de tolo um grande e importante médico! Bartolo observa que há menos papel e conclui que ela escreveu um bilhete. Então jura mantê-la em prisão domiciliar.
Neste momento, um policial bate na porta e entra. O policial é na realidade Almaviva disfarçado. Ele começa a deixar Bartolo louco, primeiro pronunciando incorretamente seu nome e depois procurando desajeitadamente pela autorização de busca. Bartolo quer botá-lo para fora da casa, mas Almaviva deseja ver Rosina e fala evasivamente para ganhar tempo. Finalmente Rosina aparece e percebe qual é o plano. Bartolo tenta forçar Almaviva a sair forçosamente mas este desafia Bartolo para uma luta. Bartolo vê que Almaviva está passando um bilhete para Rosina, o que lhe parece algo suspeito e exige ver a nota. Rosina rapidamente troca os pedaços de papéis e quando Bartolo pega a nota, o que ele vê é uma lista de lavanderia. Bartolo está desnorteado, seguro de que algo está mal porém não pode provar, enquanto Rosina e Almaviva se divertem nas suas costas. Sucede-se uma turbulenta argumentação e Rosina começa a chorar reclamando que sua vida é uma prisão. Almaviva saca um revólver e ordena que Bartolo saia de seu caminho e uma discussão calorosa se eleva. Abruptamente Fígaro aparece dizendo que os gritos podem ser ouvidos em toda a cidade. Ele tenta acalmá-los mas Almaviva e Bartolo não podem parar de discutir.
Ouve-se uma forte batida na porta. Um policial verdadeiro entra, mas como todos tentam explicar ao mesmo tempo o que está acontecendo, nada faz sentido. Justamente quando Bartolo pensa que o policial vai prender Almaviva, o policial vai embora. Tudo volta ao caos.
Segundo ato
Bartolo murmura consigo mesmo, preocupado com o policial - ninguém parece saber quem é ele! Ele suspeita que o policial é um espião de Almaviva. Uma batida na porta interrompe seus pensamentos. Na porta está um jovem que parece vagamente familiar a Bartolo mas este não consegue identificar. O jovem se apresenta como Don Alonso, um professor de música e estudante de Don Basilio. Don Alonso esclarece que Don Basilio está doente e não pode dar aula para Rosina, e que ele veio em seu lugar.
"Don Alonso" diz a Bartolo que Rosina está sendo enganada por alguém chamado Conde Almaviva e mostra a carta de Rosina como prova. Ele pede para falar a sós com Rosina para dar-lhe a notícia. Bartolo fica agitado e concorda porque acredita que este deve ser o terrível boato sobre Almaviva que Basilio planejava esparramar na cidade. "Don Alonso" busca Rosina que o reconhece como Lindoro disfarçado e os dois começam a lição de música, enquanto Bartolo cochila em sua cadeira. Rosina e seu professor namoricam durante a aula.
Ao final da aula, chega Fígaro. Um carrancudo Bartolo exige que lhe explique o que estava fazendo em sua casa. Fígaro responde que estava na hora de fazer sua barba. Bartolo, de má vontade, lhe entrega as chaves para abrir o armário e pegar uma navalha e uma toalha. Secretamente, Fígaro retira uma chave importante do molho de chaves.
Inesperadamente Don Basilio entra. Todos ficam chocados - mas por diferentes razões. Pensando rapidamente, Fígaro e Almaviva convencem Don Basilio de que ele está gravemente doente, com escarlatina, e que deve retornar para a cama imediatamente. Confuso ele sai.Fígaro começa a fazer a barba de Bartolo e Almaviva e Rosina fingem que continuam a aula de música. Almaviva diz a Rosina que Fígaro tem a chave de sua janela e que eles dois estarão ali, a meia noite para ajudá-la a escapar. Explica que para reforçar o seu disfarce ele havia entregue a carta a Don Bartolo a fim de enganá-lo. Bartolo ouve parte desta conversa e ataca furiosamente, rugindo que ele sabe tudo sobre eles, persegue e empurra Fígaro e Almaviva para fora da casa. A seguir, Bartolo procura Don Basilio e confirma que Don Alonso é um impostor. Os dois deduzem que Don Alonso é Almaviva e começam a fazer os arranjos necessários para que Bartolo possa casar-se rapidamente com Rosina. Basilio sai para trazer um juiz e Bartolo planeja impedir qualquer plano que Fígaro e Almaviva possam ter para seqüestrar Rosina.
Bartolo engana Rosina dizendo que Lindoro tem estado brincando com seus sentimentos. Ele mostra a carta que ela havia mandado a Lindoro ( que na realidade é Almaviva, mas Rosina não sabe). Bartolo lhe diz que Lindoro somente quer raptá-la para levá-la a Almaviva. Sentindo-se traída, Rosina jura vingar-se e declara que se casará rapidamente com Bartolo, antes da meia noite. Ele a orienta para se trancar no quarto
É uma noite escura e tormentosa, mas Fígaro e Almaviva dão um jeito de chegar à janela de Rosina com uma escada. Os dois sobem à escada e pulam para dentro do quarto. Rosina entra, os vê e, furiosa deseja mandá-los embora. Almaviva se identifica e diz que Lindoro não existe. Felizes, eles caem nos braços um do outro. Enquanto planejam escapar, descobrem que a escada havia desaparecido. Basilio, que está do lado de fora, havia levado a escada.
O juiz aparece e se dirige a Fígaro, que lhe pergunta se está pronto para realizar o casamento do Conde Almaviva com Rosina. Chocado, Basilio se vê forçado a ser testemunha do casamento, o qual que se realiza sem demora. Bartolo voltando com um policial, aos gritos ordena que Fígaro e Almaviva sejam presos. Quando Almaviva se identifica, Bartolo se dá por vencido. Fígaro diz que adora um final feliz; todos os planos se realizaram com êxito. Fígaro, o Conde e Rosina celebram a boa sorte.
LIBRETO
ATTO I
SCENA I
Una piazza della citta' di Siviglia.
Il momento dell'azione e' sul terminar della notte.
A sinistra e' la casa di Bartolo, con balcone praticabile,
circondato da gelosia, che deve aprirsi e chiudersi - a suo tempo - con chiave.
Fiorello, con lanterna nelle mani,
introducendo sulla scena vari suonatori di strumenti.
Indi il Conte a volto in un mantello.
FIORELLO
(avanzandosi con cautela)
Piano, pianissimo,
senza parlar,
tutti con mevenite qua.
CORO
Piano, pianissimo,
eccoci qua.
TUTTI
Tutto e' silenzio;
nessun qui stache i nostri canti
possa turbar.
CONTE
(sottovoce)
Fiorello Ola'
FIORELLO
Signor son qua.
CONTE
Ebben! gli amici?
FIORELLO
Son pronti gia'.
CONTE
Bravi, bravissimi,
fate silenzio;
piano, pianissimo,
senza parlar.
CORO
Piano, pianissimo, senza parlar.
(I Suonatori accordano gli istrumenti,
e il Conte canta accompagnato da essi.)
CONTE
Ecco, ridente in cielo spunta la bella aurora,
e tu non sorgi ancorae puoi dormir cosi'?
Sorgi, mia dolce speme,vieni, bell'idol mio;
rendi men crudo, oh Dio,
lo stral che mi feri'.
Oh sorte! gia' veggoquel caro sembiante;
quest'anima amante ottenne pieta'.
Oh istante d'amore!
Oh dolce contento!
Soave momento che eguale non ha!
Ehi, Fiorello?
FIORELLO
Mio Signore
CONTE
Di', la vedi?
FIORELLO
Signor no.
CONTE
Ah, ch'e' vana ogni speranza!
FIORELLO
Signor Conte, il giorno avanza
CONTE
Ah! che penso! che faro'?
Tutto e' vano buona gente!
CORO
(sottovoce)
Mio signor
CONTE
Avanti, avanti.
(Da' la borsa a Fiorello, il quale distribuisce i denari a tutti.)
Piu' di suoni, piu' di cantiio bisogno omai non ho.
FIORELLO
Buona notte a tutti quanti,
piu' di voi che far non so.
(I Suonatori circondano il Conte ringraziandolo
e baciandogli la mano e il vestito.
Egli, indispettito per lo strepito che fanno,
li va cacciando.Lo stesso fa anche Fiorello.)
CORO
Mille grazie mio signoredel favore dell'onore
Ah, di tanta cortesia obbligati in verita'.
(Oh, che incontro fortunato!
E' un signor di qualita'.)
CONTE
Basta, basta, non parlate
Ma non serve, non gridate
Maledetti, andate via
Ah, canaglia, via di qua.
Tutto quanto il vicina
to questo chiasso svegliera'.
FIORELLO
Zitti, zitti che rumore!
Ma che onore? che favore?
Maledetti, andate via
Ah, canaglia, via di qua!
Ve', che chiasso indiavolato!
Ah, che rabbia che mi fa!
(I suonatori partono.)
Il Conte e Fiorello.
CONTE
Gente indiscreta!
FIORELLO
Ah, quasi con quel chiasso importunotutto quanto il quartiere han risvegliato.
Alfin sono partiti!
CONTE
(guardando verso la ringhiera)
E non si vede!
E' inutile sperar.
(Passeggia riflettendo.)
(Eppur qui voglio aspettar di vederla.
Ogni mattina ella su quel balcone
a prender fresco viene sull'aurora.
Proviamo.)
Ola', tu ancora ritirati, Fiorel.
FIORELLO
Vado. La' in fondoattendero' suoi ordini.
(Si ritira.)
CONTE
Con leise parlar mi riesce,
non voglio testimoni.
Che a quest'oraio tutti i giorni qui vengo
per leidev'essersi aveduta.
Oh, vedi, amorea un uomo
del mio rangocome l'ha fatta bella!
Eppure, eppuredev'essere mia sposa
(Si sente da lontano venire Figaro cantando.)
Chi e' mai quest'importuno?
Lasciamolo passar; sotto quegli archi,
non veduto, vedro' quanto bisogna;
gia' l'alba appare e amor non si vergogna.
(Si nasconde sotto il portico.)
SCENA III
Figaro, con la chitarra appesa al collo.
FIGARO
Largo al factotumdella citta'.
Presto a bottega,che' l'alba e' gia'.
Ah, che bel vivere,
che bel piacer e per un barbieredi qualita'!
Ah, bravo Figaro!
Bravo, bravissimo;
fortunatissimoper verita'!
Pronto a far tutto,
la notte e il giorno sempre d'intorno,
in giro sta.
Miglior cucca gnaper un barbiere,
vita piu' nobile,
no, non si da'.
Rasori e pettini,
lancette e forbici,
al mio comando tutto qui sta.
V'e' la risorsa,
poi, del mestierecolla
donnetta col cavaliere
Ah, che bel vivere,
che bel piacereper
un barbieredi qualita'!
Tutti mi chiedono,
tutti mi vogliono,
donne, ragazzi,
vecchi, fanciulle:
Qua la parrucca
Presto la barba
Qua la sanguigna
Presto il biglietto
Figaro Figaro
Son qua, son qua.
Figaro Figaro.
Ecco mi qua.
Ahime', che furia!
Ahime', che folla!
Uno alla volta,
per carita'!
Pronto prontissimo son come il fulmine:
sono il factotum della citta'.
Ah, bravo Figaro!
bravo, bravissimo;
a te fortuna non manchera'.
SCENA IV
Figaro, poi il Conte.
FIGARO
Ah, ah! che bella vita!
Faticar poco, divertirsi assai,
e in tasca sempre aver qual che doblo
negran frutto della mia riputazione.
Ecco qua: senza Figaro
non si accasa in Siviglia una ragazza:
a me la vedo vella ricorre pel marito:
io, colla scusa del pettine di giorno,
della chitarra col favor la notte,
a tutti onestamente,
non fo per dir, m'adatto a far piacere,
oh che vita, che vita!
Oh che mestiere!
Orsu', presto a bottega
CONTE
(avanzandosi)
E' desso, o pur m'inganno?)
FIGARO
(scorgendo il Conte)
(Chi sara' mai costui?)
CONTE
(Oh, e' lui senz'altro!)
Figaro!
FIGARO
Mio padrone
(riconoscendo il Conte)
Oh, chi veggo! Eccellenza!
CONTE
Zitto, zitto, prudenza!
Qui non son conosciuto,
ne' vo' farmi conoscere.
Per questo ho le mie gran ragioni.
FIGARO
Intendo, intendo,
la lascio in liberta'.
CONTE
No no
FIGARO
Che serve?
CONTE
No, dico: resta qua;
forse ai disegni miei non giungi inopportuno
Ma cospetto,
dimmi un po', buona lanacome ti trovo qua?
poter del mondo!
Ti veggo grasso e tondo
FIGARO
La miseria, signore!
CONTE
Ah birbo!
FIGARO
Grazie.
CONTE
Hai messo ancor giudizio?
FIGARO
Oh! e come.
Ed ella,
come in Siviglia?
CONTE
Or te lo spiego.
Al Pradovidi un fior di bellezza,
una fanciulla figlia d'un certo medico
barbogioche qua da pochi di' s'e' stabilito.
Io, di questa invaghito,
lasciai patria e parenti, e qua men venni.
E qua la notte e il giorno
passo girando a que' balconi intorno.
FIGARO
A que' balconi? un medico?
Oh cospetto!
Siete ben fortunato;
sui maccheroni il cacio v'e' cascato.
CONTE
Come?
FIGARO
Certo.
La' dentro io son barbiere,
parrucchier, chirurgo
botanico, spezial, veterinario,
i1 faccendier di casa.
CONTE
Oh che sorte!
FIGARO
Non basta.
La ragazza figlia non e' del medico.
E' soltantola sua pupilla!
CONTE
Oh, che consolazione!
FIGARO
Percio' Zitto!
CONTE
Cos'e?
FIGARO
S'apre il balcone.
(Si ritirano sotto il portico.)
SCENA V
Rosina, poi Bartolo, e detti.
ROSINA
(dal balcone)
Non e' venuto ancor. Forse…
CONTE
Oh, mia vita!
Mio nume! mio tesoro!
Vi veggo alfine, alfine
ROSINA
(estraendo un biglietto)
Oh, che vergogna!
Vorrei dargli il biglietto
BARTOLO
(apparendo al balcone)
Ebben, ragazza?
I tempo e' buono.
Cos'e' quella carta?
ROSINA
Niente, niente, signor:
son le parole dell'aria dell'Inutil Precauzione.
CONTE
Ma brava dell'Inutil Precauzione
FIGARO
Che furba!
BARTOLO
Cos'e' questaInutil precauzione?
ROSINA
Oh, bella! e' il titolo
del nuovo dramma in musica.
BARTOLO
Un dramma!
Bella cosa! sara' al solito
un dramma semiserio,
un lungo, malinconico, noioso,
poetico strambotto!
Barbaro gusto! secolo corrotto!
ROSINA
(lasciando cadere il biglietto)
Oh, me meschina! l'aria m'e' caduta.
(a Bartolo)
Raccoglietela presto.
BARTOLO
Vado, vado.
(Si ritira.)
ROSINA
(verso il Conte)
Ps Ps!
CONTE
Ho inteso.
(Raccoglie il foglio.)
ROSINA
Presto.
CONTE
Non te mete.
(Si nasconde.)
BARTOLO
(uscendo sulla via)
Son qua.Dov'e'?
ROSINA
Ah, il vento l'ha portata via.
Guardate.
BARTOLO
Io non la veggo.
Eh, signorina, non vorrei
(Cospetto!Costei m'avesse preso!)
In casa, in casa,
animo, su! A chi dico?
In casa, presto.
ROSINA
Vado, vado. Che furia!
BARTOLO
Quel balcone io voglio far murare
Dentro, dico.
ROSINA
Ah, che vita da crepare!
(Rosina si ritira dal balcone.
Bartolo rientra in casa.)
CONTE
Povera disgraziata!
Il suo stato infelice
sempre piu' m'interessa.
FIGARO
Presto, presto:
vediamo cosa scrive.
CONTE
Appunto. Leggi.
FIGARO
(Legge il biglietto.)
"Le vostre assidue premure hanno eccitata la mia curiosita'
Il mio tutore e' per uscir di casa;
appena si sara' allontanato,
procurate con qualche mezzo ingegnoso d'indicarmi il vostro nome,
il vostro stato e le vostre intenzioni.
Io non posso giammai comparire al balcone
senza l'indivisibile compagnia del mio tiranno.
Siate pero' certo che tutto e' disposta a fare,
per rompere le sue catene, la sventurata Rosina."
CONTE
Si', si', le rompera'.
Su, dimmi un poco:
che razza d'uomo e' questo suo tutore?
FIGARO
E' un vecchio indemoniato avaro,
sospettoso, brontolone;
avra' cent'anni indosso
e vuol fare il galante: indovinate?
Per mangiare a Rosina
tutta l'eredita'
s'e' fitto in capodi voler
la sposare.
Aiuto!
CONTE
Che?
FIGARO
S'apre la porta.
(Si ritirano in fretta. Bartolo esce di casa.)
BARTOLO
(parlando verso la porta)
Fra momenti io torno;
non aprite a nessun.
Se Don Basilio
venisse a ricercarmi, che m'aspetti.
(Le mie nozze con lei meglio e' affrettare.
Si', dentr'oggi finir vo' quest'affare.)
(Parte.)
SCENA VI
Il Conte e Figaro, poi Rosina.
CONTE
(fuori con Figaro)
Dentr'oggi le sue nozze con Rosina!
Ah, vecchio rimbambito!
Ma dimmi or tu! chi e' questo Don Basilio?
FIGARO
E' un solenne imbroglion di matrimoni,
un collo torto, un vero disperato,
sempre senza un quattrino
Gia', e' maestro di musica;
insegna alla ragazza.
CONTE
Bene, bene;
tutto giova saper.
FIGARO
Ora pensate della bella
Rosina a soddisfar le brame.
CONTE
Il nome mionon le vo' dir ne' il grado;
assi
curarmivo' pria ch'ella ami me,
me solo al mondo,
non le ricchezze e i titoli del conte d'Almaviva.
Ah, tu potresti…
FIGARO
Io? no, signore; voi stesso dovete
CONTE
Io stesso? e come?
FIGARO
Zitto? Eccoci a tiro,
osservate: per bacco, non mi sbaglio.
Dietro la gelosia sta la ragazza;
presto, presto all'assalto, niun ci vede.
In una canzonetta,
cosi', alla buona,
il tuttos piegatele, signor
CONTE
Una canzone?
FIGARO
Certo. Ecco la chitarra; presto, andiamo.
CONTE
Ma io
FIGARO
Oh che pazienza!
CONTE
Ebben, proviamo.
Se i1 mio nome saper voi bramate,
dal mio labbro il mio nome ascoltate.
Io son Lindoroche fido v'adoro,
che sposa vi bramo,
che a nome vi chiamo,
di voi sempre parlando cosi'
dall'aurora al tramonto del di'.
ROSINA
(dentro la casa)
Segui, o caro; deh, segui cosi'!
FIGARO
Sentite. Ah! che vi pare?
CONTE
Oh, me felice!
FIGARO
Da bravo, a voi, seguite.
CONTE
L'amoroso e sincero Lindoro,
non puo' darvi, mia cara, un tesoro.
Ricco non sono,ma un core vi dono,
un'anima amanteche fida e costante
per voi sola sospira cosi'
dall'aurora al tramonto del di'.
Rosina
L'amorosa e sincera
Rosina del suo core Lindo
(Si ritira dal balcone.)
SCENA VII
Il Conte e Figaro.
CONTE
Oh cielo!
FIGARO
Nella stanzaconvien dir che qualcuno entrato sia.
Ella si e' ritirata.
CONTE
(con enfasi)
Ah cospettone!Io gia' deliro a vampo!
Oh, ad ogni costo vederla io voglio
Vo' parlarle.
Ah, tu,tu mi devi aiutar.
FIGARO
Ih, ih, che furia!
Si', si', v'aiutero'.
CONTE
Da bravo: entr'oggivo' che tu
m'introduca in quella casa.
Dimmi, come farai?
via! del tuo spirito
vediam qualche prodezza.
FIGARO
Del mio spirito
Bene vedro' ma in oggi
CONTE
Eh via! t'intendo.
Va la', non dubitar;
di tue fati che largo compenso avrai.
FIGARO
Dav ver?
CONTE
Parola.
FIGARO
Dunque, oro a discrezione?
CONTE
Oro a bizzeffe.
Animo, via.
FIGARO
Son pronto.
Ah, non sapetei simpatici effetti prodigiosi che,
ad appagare il mio signor Lindoro,
produce in me la dolce idea dell'oro.
All'idea di quel metal lo portentoso,
onni possente,
un vulcano la mia mente
incomincia a diventar.
CONTE
Su, vediam di quel metal
lo qualche effetto sorprendente
del vulcan della tua mente
qualche mostro singolar.
FIGARO
Voi dovreste travestirvi,
per esempio da soldato.
CONTE
Da soldato?
FIGARO
Si', signore.
CONTE
Da soldato?
e che si fa?
FIGARO
Oggi arriva un reggimento.
CONTE
Si', e' mio amico il Colonnello.
FIGARO
Va benon.
CONTE
Eppoi?
FIGARO
Cospetto!
Dell'alloggio col biglietto
quella porta s'aprira'.
Che ne dite, mio signore?
Non vi par?
Non l'ho trovata?
CONTE
Che invenzione prelibata!
Bravo, bravo,
in verita'!
Bella, bella,
FIGARO
Piano, piano un'altra idea!
Veda l'oro cosa fa.
Ubbriaco si', ubbriaco,
mio signor, si fingera'.
CONTE
Ubbriaco?
FIGARO
Si', signore.
CONTE
Ubbriaco?
Ma perche'?
FIGARO
Perche' d'un ch'e' poco in se'
(imitando moderatamente i moti d'un ubbriaco)
che dal vino casca gia',
il tutor, credete a me,
il tutor si fidera'.
A DUE
Che invenzione prelibata!
Bravo, bravo,
in verita'!
Bella, bella,
CONTE
Dunque
FIGARO
All'opra.
CONTE
Andiam.
FIGARO
Da bravo.
CONTE
Vado Oh, il meglio mi scordavo!
Dimmi un po', la tua bottega per trovarti, dove sta?
FIGARO
La bottega? Non si sbaglia;
guardi bene; eccola la'.
(additando fra le quinte)
Numero quindici a mano manca quattro gradini,
facciata bianca,
cinque parrucche nella vetri na sopra un cartello
"Pomata fina",
mostra in azzurro alla moderna,
v'e' per insegna una lanterna
La' senza fallo mi trovera'.
CONTE
Ho ben capito
FIGARO
Or vada presto.
CONTE
Tu guarda bene
FIGARO
Io penso al resto.
CONTE
Di te mi fido
FIGARO
Cola' l'attendo.
CONTE
Mio caro Figaro
FIGARO
Intendo, intendo.
CONTE
Portero' meco
FIGARO
La borsa piena.
CONTE
Si', quel che vuoi, ma il resto poi
FIGARO
Oh non si dubiti, che bene andra'
CONTE
Ah, che d'amorela fiamma io sento,
nunzia di giubiloe di contento!
Ecco propiziache in sen mi scende;
d'ardore insolitoquest'alma accende,
e di me stesso maggior mi fa.
FIGARO
Delle moneteil suon gia' sento!
L'oro gia' viene,
viene l'argento;
eccolo, ecco loche in tasca scende;
e di me stesso maggior mi fa.
(Figaro entra in casa di Bartolo, il Conte parte.)
SCENA VIII
(Fiorello solo)
FIORELLO
(entrando)
E viva il mio padrone!
Due ore, ritto in pie',
la' come un palomi fa aspettare e
poi mi pianta e se ne va.
Corpo di Bacco!
Brutta cosa servir e un padron come questo,
nobile, giovinotto e innamorato;
questa vita, cospetto, e' un gran tormento!
Ah, durarla cosi' non me la sento!
(Parte.)
SCENA IX
Camera nella casa di don Bartolo.
Di prospetto la finestra con gelosia, come nella scena prima.
Rosina, sola.
ROSINA
Una voce poco faqui nel cor mi risuono';
il mio cor ferito e' gia',
e Lindor fu che il piago'.
Si', Lindoro mio sara';
lo giurai, la vincero'.
Il tutor ricusera',
io l'ingegno aguzzero'.
Alla fin s'acchetera'e contenta io restero'
Si', Lindoro mio sara';lo giurai, la vincero'.
Io sono docile, son rispettosa,
sono obbediente, dolce, amorosa;
mi lascio reggere, mi fo guidar.
Ma se mi toccano dov'e' il mio debolesaro'
una vipera e cento trappo le prima di cedere faro' giocar.
Si' si', la vincero'.
Potessi alme no mandargli questa lettera.
Ma come?
Di nessun qui mi fido;
il tutore ha cent'occhi basta, basta;
sigilliamola intanto.
(Va allo scrittoio e suggella la lettera.)
Con Figaro, il barbier, dalla finestra
discorrer l'ho veduto piu' d'un'ora;
Figaro e' un galantuomo,
un giovin di buon core
Chi sa eh'ei non protegga il nostro amore.
SCENA X
Figaro e detta.
FIGARO
Oh buon di', signorina!
ROSINA
Buon giorno, signor Figaro.
FIGARO
Ebbene, che si fa?
ROSINA
Si muor di noia.
FIGARO
Oh diavolo! Possibile!
Un ragazza bella e spiritosa
ROSINA
Ah, ah, mi fate ridere!
Che mi serve lo spirito
che giova la bellezza
se chiusa io sempre sto fra
quattro murache mi par d'esser
proprio in sepoltura?
FIGARO
In sepoltura? ohibo'!
(chiamandola a parte)
Sentite io voglio
ROSINA
Ecco il tutor.
FIGARO
Davvero?
ROSINA
Certo, certo; e' il suo passo
FIGARO
Salva, salva; fra pococi rivedrem:
ho a dirvi qualche cosa.
ROSINA
E ancor io, signor Figaro.
FIGARO
Bravissima.Vado.
(Si nasconde, poi tratto tratto si fa vedere.)
ROSINA
Quanto e' garbato!
(Si ritira.)
SCENA XI
Bartolo, Rosina, indi Berta e Ambrogio.
BARTOLO
Ah, disgraziato Figaro!
ah, indegno! ah, maledetto! ah, scellerato!
ROSINA
(Ecco qua: sempre grida.)
BARTOLO
Ma si puo' dar di peggio!
Uno spedale ha fattodi tutta la famiglia
a forza d'oppio, sangue e stranutiglia.
Signorina, il barbierelo vedeste?
ROSINA
Perche'?
BARTOLO
Perche' lo vo' sapere.
ROSINA
Forse anch'egli v'adombra?
BARTOLO
E perche' no?
ROSINA
Ebben, ve lo diro'. Si', I'ho veduto,
gli ho parlato, mi piace, m'e' simpatico
il suo discorso, il suo gioviale aspetto
(Crepa di rabbia, vecchio maledetto.)
(Parte.)
BARTOLO
Vedete che grazietta!
Piu' l'amo, e piu' mi sprezza la briccona.
Certo, certo e' il barbiereche la mette in malizia.
Chi sa cosa le ha detto!
Chi sa! Or lo sapro'.
Ehi. Berta. Ambrogio!
BERTA
(entrando e starnutendo)
Ecci'
(entra Ambrogio sbadigliando)
AMBROGIO
Ah! che comanda?
BARTOLO
Dimmi.
BERTA
Ecci'
BARTOLO
Il barbiere parlato ha con Rosina?
BERTA
Ecci'
BARTOLO
Rispondi almen tu, babbuino!
AMBROGIO
(sbadigliando)
Ah, ah!
BARTOLO
Che pazïenza!
AMBROGIO
Ah, ah! che sonno!
BARTOLO
Ebben!
BERTA
Venne, ma io
BARTOLO
Rosina
AMBROGIO
Ah!
BERTA
Ecci'
BARTOLO
Che serve!
Eccoli qua, son mezzo morti.
Andate.
AMBROGIO
Ah!
BERTA
Ecci'
BARTOLO
Eh, il diavol che vi porti!
(Berta e Ambrogio partono)
SCENA XII
Bartolo, indi don Basilio
BARTOLO
Ah! Barbiere d'inferno
Tu me la pagherai
Qua, Don Basilio;
giungete a tempo!
Oh! Io voglio,
per forza o per amor, dentro domani
sposar la mia Rosina.
Avete inteso?
BASILIO
(dopo molte riverenze)
Eh, voi dite benissimo
e appunto io qui veniva ad avisarvi
(chiamando a parte)
Ma segretezza! E' giunto
il Conte d'Almaviva.
BARTOLO
Chi? L'incognito amante
della Rosina?
BASILIO
Appunto quello.Bartolo
Oh diavolo!
Ah, qui ci vuol rimedio!
BASILIO
Certo; ma alla sordina.
BARTOLO
Sarebbe a dir?
BASILIO
Cosi', con buona grazia
bisogna principi area inventar
qualche favola che al pubblico
lo metta in mala vista,
che comparir lo faccia
un uomo infame, un'anima perdutaIo,
io vi serviro':
fra quattro giorni,
credete a me, Basilio ve lo giura,
noi lo farem sloggiar da queste mura.
BARTOLO
E voi credete?
BASILIO
Oh certo! E' il mio sistema.
E non sbaglia.
BARTOLO
E vorreste?
Ma una calunnia
BASILIO
Ah, dunquela calunnia
cos'e' voi non sapete?
BARTOLO
No, da vero.
BASILIO
No? Uditemi e tacete.
La calunnia e' un venticello,
un'auretta assai gentileche insensibile, sottile,
leggermente, dolcemente incomincia a sussurrar.
Piano piano, terra terra,
sottovoce, sibilando,
va scorrendo, va ronzando;
nelle orecchie della gentes'introduce
destramente e le teste ed i cervellifa stordire e fa gonfiar.
Dalla bocca fuori uscendolo schiamazzo va crescendo
prende forza a poco a poco,
vola gia' di loco in loco;
sembra il tuono, la tempesta
che nel sen della forestava fischiando, brontolando
e ti fa d'orror gelar.
Alla fin trabocca e scoppia,
si propaga, si raddoppiae produce un'esplosione
come un colpo di cannone,
un tremuoto, un temporale,
un tumulto generale,
che fa l'aria rimbombar.
E il meschino calunniato,
avvilito, calpestato,
sotto il pubblico flagelloper gran sorte ha crepar.
Ah! che ne dite?
BARTOLO
Eh! sara' ver, ma intantosi perde tempo e qui stringe il bisogno.
No: vo' fare a mio modo:
in mia camera andiam.
Voglio che insiemei
1 contratto di nozze ora stendiamo.
Quando sara' mia moglie,
da questi zerbinotti innamorati
metterla in salvo sara' pensier mio.
BASILIO
(Vengan denari: al resto son qua io.)
(Entrano nella prima camera a destra.)
SCENA XIII
Figaro uscendo con precauzione, indi Rosina.
FIGARO
Ma bravi! ma benone!
Ho inteso tutto.
E viva il buon dottore!
Povero babbuino!
Tua sposa?
Eh via pulisciti il bocchino.
Or che stan la' chiusi,
procuriam di parlare alla ragazza:
eccola appunto.
ROSINA
(entrando)
Ebbene, signor Figaro.
FIGARO
Gran cose, signorina.
ROSINA
Si', da vero?
FIGARO
Mangerem dei confetti.
ROSINA
Come sarebbe a dir?
FIGARO
Sarebbe a dire che il vostro bel tutore ha stabilito
esser dentro doman vostro marito.
ROSINA
Eh, via!
FIGARO
Oh, ve lo giuro;
a stender il contratto
col maestro di musicala' dentro or s'e' serrato.
ROSINA
Si'? oh, l'ha sbagliata affe'!
Povero sciocco! L'avra' a far con me.
Ma dite, signor Figaro,
voi poco fa sotto le mie finestre
parlavate a un signore
FIGARO
Ah, un mio cugino,
un bravo giovinotto; buona testa,
ottimo cuor; qui vennei suoi studi a compiree
il poverin cerca di far fortuna.
ROSINA
Fortuna? oh, la fara'.
FIGARO
Oh, ne dubito assai: in confidenza
ha un gran difetto addosso.
ROSINA
Un gran difetto
FIGARO
Ah, grande: e' innamorato morto.
ROSINA
Si', da vero?
Quel giovane, vedete
m'interessa moltissimo.
FIGARO
Per bacco!
ROSINA
Non mi credete?
FIGARO
Oh si'!
ROSINA
E la sua bella,
dite, abita lontano?
FIGARO
Qui! due passi.
ROSINA
Ma e' bella?
FIGARO
Oh, bella assai!
Eccovi il suo ritratto in due parole:
grassotta, genialotta,
capello nero, guancia porporina,
occhio che parla, mano che innamora
ROSINA
E il nome?
FIGARO
Ah, il nome ancora?
Il nome
Ah, che bel nome!
Si chiama
ROSINA
Ebbene, si chiama?
FIGARO
Si chiama erreororosi Rosina.
ROSINA
Dunque io son tu non m'inganni?
Dunque io son la fortunata!
(Gia' me l'ero immaginata:lo sapeva pria di te.)
FIGARO
Di Lindoro il vago oggetto
siete voi, bella Rosina.
(Oh, che volpe sopraffina,
ma l'avra' da far con me.)
ROSINA
Senti, senti ma a Lindoro
per parlar come si fa?
FIGARO
Zitto, zitto, qui Lindoro
per parlarvi or or sara'.
ROSINA
Per parlarmi?
Bravo! bravo!
Venga pur, ma con prudenza;
io gia' moro d'impazienza!
Ma che tarda? ma che fa?
FIGARO
Egli attende qualche segno,
poverin, del vostro affetto;
sol due righe di bigliettogli mandate, e qui verra'.
Che ne dite?
ROSINA
Non vorrei
FIGARO
Su, coraggio.
ROSINA
Non saprei
FIGARO
Sol due righe
ROSINA
Mi vergogno
FIGARO
Ma di che? di che? si sa!
(andando allo scrittoio)
Presto, presto; qua un biglietto.
ROSINA
(Richiamandolo, cava dalla tasca il biglietto e glielo da'.)
Un biglietto? eccolo qua.
FIGARO
(attonito)
Gia' era scritto?
Ve', che bestia!
Il maestro faccio a lei!
Ah, che in cattedra costei
di malizia puo' dettar.
Donne, donne, eterni Dei,
chi vi arriva a indovinar?
ROSINA
Fortunati affetti miei!
Io comincio a respirar.
Ah, tu solo, amor,
tu seiche mi devi consolar!
(Figaro parte.)
SCENA XIV
Rosina, indi Bartolo. ROSINAOra mi sento meglio. Questo Figaroe' un bravo giovinotto. BARTOLO (entrando)Insomma, colle buone,potrei sapere dalla mia Rosinache venne a far colui questa mattina? ROSINAFigaro? Non so nulla. BARTOLOTi parlo'? ROSINAMi parlo'. BARTOLOChe ti diceva? ROSINAOh! mi parlo' di cento bagattelleDel figurin di Francia,del mal della sua figlia Marcellina. BARTOLODavvero! Ed io scommettoche porto' la risposta al tuo biglietto. ROSINAQual biglietto? BARTOLOChe serve! L'arietta dell'Inutil Precauzioneche ti cadde staman giu' dal balcone.Vi fate rossa? (Avessi indovinato!)Che vuol dir questo ditocosi' sporco d'inchiostro? ROSINASporco? oh, nulla.Io me l'avea scottatoe coll'inchiostro or or l'ho medicato. BARTOLO(Diavolo!) E questi fogliOr son cinque eran sei. ROSINAQue' fogli? e' vero.D'uno mi son servitaa mandar dei confetti a Marcellina. BARTOLOBravissima! E la pennaperche' fu temperata? ROSINA(Maledetto!) La penna!Per disegnare un fiore sul tamburo. BARTOLOUn fiore? ROSINAUn fiore. BARTOLOUn fiore. Ah! fraschetta! ROSINADavver. BARTOLOZitta! ROSINACredete. BARTOLOBasta cosi'. ROSINASignor.. BARTOLONon piu' tacete.A un dottor della mia sortequeste scuse, signorina!Vi consiglio, mia carina,un po' meglio a imposturar.I confetti alla ragazza!Il ricamo sul tamburo!Vi scottaste: eh via! eh via!Ci vuol altro, figlia mia,per potermi corbellar.Perche' manca la' quel foglio?Vo' saper cotesto imbroglio.Sono inutili le smorfie;ferma la', non mi toccate!Figlia mia non lo speratech'io mi iasci infinocchiar.Via, carina, confessate;son disposto a perdonar.Non parlate? Vi ostinate?So ben io quel che ho da far.Signorina, un'altra voltaquando Bartolo andra' fuori,la consegna ai servitoria suo modo far sapra'.Ah, non servono le smorfie,faccia pur la gatta morta.Cospetton! per quella portanemmen l'aria entrar potra'.E Rosina innocentina,sconsolata, disperata,in sua camera serratafin ch'io voglio star dovra'.
(Parte.)
SCENA XV
Rosina, sola.
ROSINA
Brontola quanto vuoi,
chiudi porte e finestre.
Io me ne rido:
gia' di noi femmine alla piu' marmotta
per aguzzar l'ingegnoe far la spiritosa,
tutto a un tratto,
basta chiuder la chiave e il colpo e' fatto.
(Parte.)
SCENA XVI
Berta, poi il Conte.
BERTA
(Entrando)
Finora i questa camerami parve di sentir un mormorio;
sara' stato il tutor, colla pupillanon ha un'ora di ben
Queste ragazzenon la voglion capir.
(Si batte alla porta.)
Battono.
CONTE
(di dentro)
Aprite.
BERTA
Vengo Ecci' Ancora dura;
quel tabacco m'ha posta in sepoltura.
(Corre ad aprire.)
SCENA XVII
Il Conte travestito da soldato di cavalleria, indi Bartolo.
CONTE
Ehi di casa! buona gente!
Ehi di casa! niun mi sente!
BARTOLO
(entrando)
Chi e' costui? che brutta faccia!
E' ubbriaco! chi sara'?
CONTE
Ehi, di casa! maledetti!
BARTOLO
Cosa vuol, signor soldato?
CONTE
Ah! si', si', bene obbligato.
(Vedendolo, cerca in tasca.)
BARTOLO
(Qui costui che mai vorra'?)
CONTE
Siete voi Aspetta un poco
Siete voi dottor Bertoldo?
BARTOLO
Che Balordo?
CONTE
(leggendo)
Ah, ah, Bertoldo?
BARTOLO
Che Bertoldo?
Eh, andate al diavolo!
Dottor Bartolo.
CONTE
Ah, bravissimo;
dottor barbaro;
benissimogia' v'e' poca differenza.
(Non si vede! che impazienza! Quanto tarda! dove sta?)
BARTOLO
(Io gia' perdo la pazienza,qui prudenza ci vorra'.)
CONTE
Dunque voi siete dottore?
BARTOLO
Son dottore si', signore.
CONTE
Ah, benissimo; un abbraccio,
qua, collega.
BARTOLO
Indietro!
CONTE
(Lo abbraccia per forza.)
Qua. Sono anch'io dottor per cento,
maniscalco al reggimento.
(presentando il biglietto)
Dell'alloggio sul biglietto osservate, eccolo qua.
BARTOLO
Dalla rabbia e dal dispettoio gia' crepo in verita'.
Ah, ch'io fo, se mi ci metto,
qualche gran bestialita'!
(Legge il biglietto.)
CONTE
(Ah, venisse il caro oggettodella mia felicita'!
Vieni, vieni; il tuo dilettopien d'amor t'attendo qua.)
SCENA XVIII
Rosina e detti.
ROSINA
D'ascoltar qua m'e' sembrato un insolito rumore
(Si arresta vedendo Bartolo.)
Un soldato ed il tutore!
Cosa mai faranno qua?
(Si avanza pian piano.)
CONTE
(E' Rosina; or son contento.)
ROSINA
(Ei mi guarda, e s'avicina.)
CONTE
(piano a Rosina)
(Son Lindoro.)
ROSINA
(Oh ciel! che sento!Ah, giudizio, per pieta'!)
BARTOLO
(vedendo Rosina)
Signorina, che cercate?
Presto, presto, andate via.
ROSINA
Vado, vado, non gridate.
BARTOLO
Presto, presto, via di qua
CONTE
Ehi, ragazza, vengo anch'io.
BARTOLO
Dove, dove, signor mio?
CONTE
In caserma, oh, questa e' bella!
BARTOLO
In caserma?.. . bagattella!
CONTE
Cara!
ROSINA
Aiuto!
BARTOLO
Ola', cospetto!
CONTE
(a Bartolo, incamminandosi verso le camere)
Dunque vado
BARTOLO
(trattenendolo)
Oh, no, signore,
qui d'alloggio non puo' star.
CONTE
Come? Come?
BARTOLO
Eh, non v'e' replica:
ho il brevetto d'esenzione.
CONTE
(adirato)
Il brevetto?
BARTOLO
Mio padrone,
un momento e il mostrero'.
(Va allo scrittoio.)
CONTE
(a Rosina)
(Ah, se qui restar non posso, deh, prendete)
ROSINA
(Ohime', ci guarda!)
CONTE E ROSINA
(Cento smanie io sento addosso.
Ah, piu' reggere non so.)
BARTOLO
(cercando nello scrittoio)
(Ah, trovarlo ancor non posso;
ma si', si', lo trovero'.)
(venendo avanti con una pergamena)
Ecco qui.
(Legge.)
"Con la presente il Dottor Bartolo, etcetera. Esentiamo"
CONTE
(Con un rovescio di mano manda in aria la pergamena)
Eh, andate al diavolo!
Non mi state piu' a' seccar.
BARTOLO
Cosa fa, signor mio caro?
CONTE
Zitto la', Dottor somaro.
Il mio alloggio e' qui fissato
e in alloggio qui vo' star.
BARTOLO
Vuol restar?
CONTE
Restar, sicuro.
BARTOLO
(prendendo un bastone)
Oh, son stufo, mio padrone;
presto fuori, o un buon bastonelo fara' di qua sloggiar.
CONTE
(serio)
Dunque lei lei vuol battaglia?
Ben! Battaglia le vo' dar.
Bella cosa e' una battaglia!
Ve la voglio qui mostrar.
(avicinandosi amiche volmente a Bartolo)
Osservate! questo e' il fosso
L'inimico voi sarete
(Gli da' una spinta.)
Attenzion
(giu' il fazzoletto.)
(piano a Rosina alla quale si avicina porgendole la lettera)
E gli amici stan di qua.Attenzione!
(Coglie il momento in cui Bartolo l'osserva meno attentamente.
Lascia cadere il biglietto e Rosina vi fa cadere sopra il fazzoletto.)
BARTOLO
Ferma, ferma!
CONTE
(rivolgendosi e fingendo accorgersi della lettera che raccoglie)
Che cos'e'? ah!
BARTOLO
(avedendosene)
Vo'vedere.
CONTE
Si', se fosse nna ricetta!
Ma un biglietto e' mio dovere
Mi dovete perdonar.
(Fa una riverenza a Rosina e le da' il biglietto e il fazzoletto.)
ROSINA
Grazie, grazie!
BARTOLO
Grazie un corno!
Qua quel foglio; impertinente!
(a Rosina)
A chi dico? Presto qua.
ROSINA
Ma quel foglio che chiedete
per azzardo m'e' cascato;
e' la lista del bucato.
(Entrano da una parte Basilio con carte in mano, dall'altra Berta.)
BARTOLO
Ah, fraschetta! Presto qua.
(Le strappa il foglio con violenza.)
Ah, che vedo! ho preso abbaglio!
E' la lista, son di stucco!
Ah, son proprio un mammalucco!
Ah, che gran bestialita'!
ROSINA E CONTE
(Bravo, bravo il mammaluccoche nel sacco entrato e' gia'.)
BERTA
(Non capisco, son di stucco;qualche imbroglio qui ci sta.)
ROSINA
(piangendo)
Ecco qua! sempre un'istoria;
sempre oppressa e maltrattata;
ah, che vita disperata!
Non la so piu' sopportar.
BARTOLO
(avicinandosile)
Ah, Rosina poverina
CONTE
(minacciando e afferrandolo per un braccio)
Via qua tu, cosa le hai fatto?
BARTOLO
Ah, fermate niente affatto
CONTE
(cavando la sciabola)
Ah, canaglia, traditore!
TUTTI
(trattenendolo)
Via, fermatevi, signore.
CONTE
Io ti voglio subissar!
TUTTI
(eccetto il CONTE e ROSINA)
Gente! Aiuto, soccorrete
(mi/lo)
ROSINA
Ma chetatevi
CONTE
Lasciatemi!
TUTTI
(come sopra)
Gente! aiuto, per pieta'!
SCENA XIX
Figaro entrando col bacile sotto il braccio, e detti.
FIGARO
Alto la'!Che cosa accaddesignori miei?
Che chiasso e' questo?
Eterni Dei!Gia' sulla piazza
a questo strepitos'e' radunatamezza citta'.
(piano al Conte)
(Signor, giudizio, per carita'.)
BARTOLO
(additando il Conte)
Quest'e' un birbante
CONTE
(additando Bartolo)
Quest'e' un briccone
BARTOLO
Ah, disgraziato!
CONTE
(minacciando colla sciabola)
Ah, maledetto!
FIGARO
(alzando il bacile e minacciando il Conte)
Signor soldato porti rispetto,
o questo fusto,
corpo del diavolo,
or la creanzale insegnera'.
(Signore, giudizio, per carita'.)
CONTE
(a Bartolo)
Brutto scimmiotto!
BARTOLO
(al Conte)
Birbo malnato!
TUTTI
(a Bartolo)
Zitto, dottore
BARTOLO
Voglio gridare
TUTTI
(al Conte)
Fermo, signore
CONTE
Voglio ammazzare
TUTTI
Fate silenzio, per carita'.
CONTE
No, voglio ucciderlo, non v'e' pieta'.
(Si ode bussare con violenza alla porta di strada.)
TUTTI
Zitti, che battono
Chi mai sara'?
BARTOLO
Chi e'?
UFFICIALE
Ola'!
CORO
(di dentro)
La forza, aprite qua.
TUTTI
La forza! Oh diavolo!
FIGARO E BASILIO
L'avete fatta!
CONTE E BARTOLO
Niente paura. Venga pur qua.
TUTTI
Quest'aventura,
ah, come diavolomai finira'?
SCENA XX
Un ufficiale con soldati, e detti.
CORO
Fermi tutti. Niun si mova.
Miei signori, che si fa?
Questo chiasso d'onde e' nato?
La cagione presto qua.
BARTOLO
Questa bestia di soldato,
mio signor, m'ha maltrattato.
FIGARO
Io qua venni, mio signore,
questo chiasso ad acquetare.
BERTA E BASILIO
Fa un inferno di rumore,
parla sempre d'ammazzare.
CONTE
In alloggio quel briccone non mi volle qui accettare.
ROSINA
Perdonate, poverino,
tutto effetto fu del vino.
UFFICIALE
Ho inteso.
(al Conte)
Galantuom, siete in arresto.
Fuori presto, via di qua.
(I soldati si muovono per circondare il Conte.)
CONTE
Io in arresto?
Fermi, ola'.
(Con gesto autorevole trattiene i Soldati che si arrestano.
Egli chiama a se' l'Ufficiale, gli da' a leggere un foglio:
l'Ufficiale resta sorpreso, vuol fargli un inchino,
e il Conte lo trattiene.
L'Ufficiale fa cenno ai soldati che si ritirano indietro,
e anch'egIi fa lo stesso. Quadro di stupore.)
BARTOLO, ROSINA, BASILIO E BERTA
Fredd o/a ed immobilecome una statuafiato non restamida respirar.
CONTE
Freddo ed immobile come una statua,
fiato non restaglida respirar.
FIGARO
(ridendo)
Guarda Don Bartolo!
Sembra una statua!
Ah ah! dal rideresto per crepar!
BARTOLO
(all'Ufficiale)
Ma, signor…
CORO
Zitto tu!
BARTOLO
Ma un dottor…
CORO
Oh, non piu'!
BARTOLO
Ma se lei…
CORO
Non parlar!
BARTOLO
Ma vorrei…
CORO
Non gridar.
A TRE
Ma se noi…
CORO
Zitti voi.
A TRE
Ma se poi…
CORO
Pensiam noi.
Vada ognun pe' fatti suoi,
si finisca d'altercar.
BARTOLO
Ma sentite…
A TRE
Zitto su!
Zitto giu'!
BARTOLO
Ma ascoltate..
A TRE
Zitto qua!
Zitto la'!
TUTTI
Mi par d'esser con la testain un'orrida fucina,
dove cresce e mai non restadelle incudini
sonorel'importuno strepitar.
Alternando questo e quello
pesantissimo martellofa con barbara armonia
muri e volte rimbombar.
E il cervello, poverello,
gia' stordito, sbalordito,
non ragiona, si confonde,
si riduce ad impazzar.
Camera ad uso di studio in casa di Bartolo
con sediaed un pianoforte con varie carte di musica.
Bartolo, solo.
BARTOLO
Ma vedi il mio destino!
Quel soldato,per quanto abbia cercato,
niun lo conosce in tutto il reggimento.
Io dubito eh, cospetto!Che dubitar?
Scommettoche dal conte Almavivae' stato qui
spedito quel signoread esplorar della Rosina il core.
Nemmen in casa propriasicuri si puo' star! Ma io (Battono.)
Chi batte?
Ehi, chi e' di la' Battono, non sentite!
In casa io son; non v'e' timore, aprite.
SCENA II
Il Conte, vestito da maestro di musica, e detto. CONTEPace e gioia sia con voi. BARTOLOMille grazie, non s'incomodi. CONTEGioia e pace per mill'anni. BARTOLOObbligato in verita'.(Questo volto non m'e' ignoto,non ravviso non ricordoma quel volto ma quell'abitonon capisco chi sara'?) CONTE(Ah, se un colpo e' andato a vuotoa gabbar questo balordo,un novel travestimentopiu' propizio a me sara'.)Gioia e pace, pace e gioia! BARTOLOHo capito. (Oh! ciel! che noia!) CONTEGioia e pace, ben di core. BARTOLOBasta, basta. per pieta',(Ma che perfido destino!Ma che barbara giornata!Tutti quanti a me davanti!Che crudel fatalita'!) CONTE(Il vecchion non mi conosce:oh, mia sorte fortunata!Ah, mio ben! Fra pochi istantiparlerem con liberta'.) BARTOLOInsomma, mio signore,chi e' lei si puo' sapere? CONTEDon Alonso,professore di musica ed allievodi Don Basilio. BARTOLOEbbene? CONTEDon Basilio sta male, il poverino, ed in sua vece… BARTOLO (in atto di partire)Sta mal? Corro a vederlo CONTE (trattenendolo)Piano, piano.Non e' mal cosi' grave. BARTOLO(Di costui non mi fido.) Andiam, andiamo.
(risoluto) CONTEMa signore… BARTOLO (brusco)Che c'e'? CONTE (tirandolo a parte)Voleva dirvi BARTOLOParlate forte. CONTE (sottovoce)Ma… BARTOLO (sdegnato)Forte, vi dico. CONTE (sdegnato anch'esso e alzando la voce)Ebben, come volete,ma chi sia Don Alonso apprenderete.(in atto di partire)Vo dal conte di Almaviva BARTOLO (trattenendolo con dolcezza)Piano, piano.Dite, dite, v'ascolto. CONTE (a voce alta e sdegnato)Il Conte… BARTOLOPiano,per carita'. CONTE (calmandosi)Stamanenella stessa locandaera meco d'alloggio, ed in mie maniper caso capito' questo biglietto(mostrando un biglietto)dalla vostra pupilla a lui diretto. BARTOLO (prendendo il biglietto e guardandolo)Che vedo! e' sua scrittura! CONTEDon Basilionulla sa di quel foglio: ed io, per luivenendo a dar lezione alla ragazza,volea farmene un merito con voiperche' con quel biglietto(mendicando un ripiego con qualche imbarazzo)si potrebbe… BARTOLOChe cosa? CONTEVi diro's'io potessi parlare alla ragazza,io creder verbigrazia le fareiche me lo die' del conte un'altra amante,prova significanteche il conte di Rosina si fa gioco.E percio' BARTOLOPiano un poco.Una calunnia! Oh bravo!Degno e vero scolar di Don Basilio!(lo abbraccia, e mette in tasca il biglietto)Io sapro' come meritaricompensar si' bel suggerimento.Vo a chiamar la ragazza;poiche' tanto per me v'interessate,mi raccomando a voi. CONTENon dubitate.(Bartolo entra nella camera di Rosina)L'affare del bigliettodalla bocca m'e' uscito non volendo.Ma come far? Senza d'un tal ripiegomi toccava andar via come un baggiano.Il mio disegno a leiora palesero'; s'ella acconsente,io son felice appieno.Eccola. Ah, il cor sento balzarmi in seno.
SCENA III
Bartolo conducendo Rosina, e detto. BARTOLOVenite, signorina. Don Alonso,che qui vedete, or vi dara' lezione. ROSINA (vedendo il Conte)Ah! BARTOLOCos'e' stato? ROSINAE' un granchio al piede. CONTEOh nulla:sedete a me vicin, bella fanciulla.Se non vi spiace, un poco di lezione,di Don Basilio invece, vi daro'. ROSINAOh, con mio gran piacer la prendero'. CONTEChe volete cantare? ROSINAIo canto, se le aggrada,il rondo' dell'Inutil Precauzione. BARTOLOE sempre, sempre in boccal'Inutil Precauzione! ROSINAIo ve l'ho detto:e' il titolo dell'opera novella. BARTOLOOr bene, intesi; andiamo. ROSINAEccolo qua. CONTEDa brava, incominciamo.
(il Conte siede al pianoforte e Rosina canta accompagnata dal Conte;Bartolo siede ed ascolta.) ROSINAContro un corche accende amoredi verace, invitto ardore,s'arma invan poter tirannodi rigor, di crudelta'.D'ogni assalto vincitoresempre amor trionfera'.Ah Lindoro, mio tesoro,se sapessi, se vedessi!Questo cane di tutore,ah, che rabbia che mi fa!Caro, a te mi raccomando,tu mi salva, per pieta'. CONTENon temer, ti rassicura;sorte amica a noi sara'. ROSINADunque spero? CONTEA me t'affida. ROSINAE il mio cor? CONTEGiubilera'. ROSINACara immagine ridente,dolce idea d'un lieto amore,tu m'accendi in petto il core,tu mi porti a delirar. CONTEBella voce! Bravissima! ROSINAOh! mille grazie! BARTOLOCerto, bella voce,ma quest'aria, cospetto! e' assai noiosa;la musica a' miei tempi era altra cosa.Ah! quando, per esempio,cantava Caffarielloquell'aria portentosa la, ra, lasentite, Don Alonso: eccola qua.Quando mi sei vicina,amabile Rosinal'aria dicea Giannina,ma io dico Rosina(Entra Figaro col bacile sotto il braccio, e si pone dietro Bartoloimitando il canto con caricatura.)Il cor mi brilla in petto,mi balla il minuetto
SCENA IV
Figaro e detti. BARTOLO (avvedendosi di Figaro)Bravo, signor barbiere,ma bravo! FIGAROEh, niente affatto:scusi, son debolezze. BARTOLOEbben, qui dunqueche vieni a fare? FIGAROOh bella!Vengo a farvi la barba: oggi vi tocca. BARTOLOOggi non voglio. FIGAROOggi non vuol? Domaninon potro' io. BARTOLOPerche'? FIGAROPerche' ho da farea tutti gli Ufficialidel nuovo reggimento barba e testaalla marchesa Andronicail biondo parrucchin coi marone'al contino Bombe'il ciuffo a campanilepurgante all'avvocato Bernardoneche ieri s'ammalo' d'indigestionee poi e poi che serve?(riponendosi in tasca il libro)Doman non posso. BARTOLOOrsu', meno parole.Oggi non vo' far barba. FIGARONo? Cospetto!Guardate che avventori!Vengo stamane: in casa v'e' l'infernoritorno dopo pranzo: oggi non voglio(contraffacendolo)Ma che? M'avete presoper un qualche barbier da contadini?Chiamate pur un altro, io me ne vado.
(Riprende il bacile in atto di partire.) BARTOLO(Che serve? a modo suo;vedi che fantasia!)Va in camera a pigliar la biancheria.(Si cava dalla cintola un mazzo di chiavi per darle a Figaro, indi le ritira.)No, vado io stesso.
(Entra.) FIGARO(Ah, se mi dava in manoil mazzo delle chiavi, ero a cavallo.)(a Rosina)Dite: non e' fra quellela chiave che apre quella gelosia? ROSINASi', certo; e' la piu' nuova. BARTOLO (rientrando)(Ah, son pur buonoa lasciar qua quel diavolo di barbiere!)Animo, va tu stesso.(dando le chiavi a Figaro)Passato il corridor, sopra l'armadioil tutto troverai.Bada, non toccar nulla FIGAROEh, non son matto.(Allegri!) Vado e torno. (Il colpo e' fatto.)
(Entra.) BARTOLO (al conte)E' quel briccon, che al Conteha portato il biglietto di Rosina. CONTEMi sembra un imbroglion di prima sfera. BARTOLOEh, a me non me la ficca(Si sente di dentro un gran rumore come di vasellame che si spezza.)Ah, disgraziato me! ROSINAAh, che rumore! BARTOLOOh, che briccon! Me lo diceva il core.
(Entra.) CONTE (a Rosina)Quel Figaro e' un grand'uomo; or che siam soli,ditemi, o cara: il vostro al mio destinod'unir siete contenta?Franchezza! ROSINA (con entusiasmo)Ah, mio Lindoro,altro io non bramo
(Si ricompone vedendo rientrar Bartolo e Figaro.) CONTEEbben? BARTOLOTutto mi ha rotto;sei piatti, otto bicchieri, una terrina. FIGARO(mostrando di soppiatto al Conte la chiave della gelosiache avra' rubata dal mazzo)Vedete che gran cosa! Ad una chiavese io non mi attaccava per fortuna,per quel maledettissimocorridor cosi' oscuro,spezzato mi sarei la testa al muro.Tiene ogni stanza al buio, e poi e poi… BARTOLOOh, non piu'. FIGARODunque andiam.(al Conte e Rosina)(Giudizio.) BARTOLOA noi.
(Si dispone per sedere e farsi radere. In quella entra Basilio.)
SCENA V
Don Basilio e detti. ROSINADon Basilio! CONTE(Cosa veggo!) FIGARO(Quale intoppo!) BARTOLOCome qua? BASILIOServitor di tutti quanti. BARTOLO(Che vuol dir tal novita'?) CONTE E FIGARO(Qui franchezza ci vorra'.) ROSINA(Ah, di noi che mai sara'?) BARTOLODon Basilio, come state? BASILIO (stupito)Come sto? FIGARO (interrompendo)Or che s'aspetta?Questa barba benedettala facciamo si' o no? BARTOLO (a Figaro)Ora vengo!(a Basilio)E il Curiale? BASILIO (stupito)Il Curiale? CONTE (interrompendo, a Basilio)Io gli ho narratoche gia' tutto e' combinato.Non e' ver? BARTOLOSi', tutto io so. BASILIOMa, Don Bartolo, spiegatevi.. CONTE (a Bartolo)Ehi, Dottore, una parola.(a Basilio)Don Basilio, son da voi.(a Bartolo)Ascoltate un poco qua.(Fate un po' ch'ei vada via,ch'ei ci scopra ho gran timore:della lettera, signore,ei l'affare ancor non sa.) BARTOLO(Dite bene, mio signore;or lo mando via di qua.) ROSINA(Io mi sento il cor tremar!) FIGARO(Non vi state a disperar.) BASILIO(Ah, qui certo v'e' un pasticcio;non l'arrivo a indovinar.) CONTE (a Basilio)Colla febbre, Don Basilio,che v'insegna a passeggiar?
(Figaro ascoltando con attenzione si prepara a secondare il Conte) BASILIO (stupito)Colla febbre? CONTEE che vi pare?Siete giallo come un morto. BASILIOCome un morto? FIGARO (tastando il polso a Basilio)Bagattella!Cospetton! Che tremarella!Questa e' febbre scarlattina! CONTE (Da' a Basilio una borsa di soppiatto.)Via, prendete medicina,non vi state a rovinar. FIGAROPresto, presto, andate a letto CONTEVoi paura inver mi fate ROSINADice bene, andate, andate TUTTIPresto, andate a riposar. BASILIO(Una borsa! Andate a letto!Ma che tutti sian d'accordo!) TUTTIPresto a letto. BASILIOEh, non son sordo.Non mi faccio piu' pregar. FIGAROChe color! CONTEChe brutta cera! BASILIOBrutta cera! CONTE, FIGARO E BARTOLOOh, brutta assai! BASILIODunque vado TUTTIVada, vada!Buona sera, mio signore,presto, andate via di qua.(Maledetto seccatore!)Pace, sonno e sanita'. BASILIOBuona sera ben di corepoi diman si parlera'.Non gridate, ho inteso gia'.
(Parte.)
SCENA VI
Rosina, Conte, Figaro e Bartolo. FIGAROOrsu', signor Don Bartolo BARTOLOSon qua.(Bartolo siede, Figaro gli cinge al collo un asciugatoiodisponendosi a fargli la barba;durante l'operuzione Figaro va coprendo i due amanti.)Stringi, bravissimo. CONTERosina, deh, ascoltatemi. ROSINAVi ascolto; eccomi qua.
(Siedono fingendo studiar musica) CONTE (a Rosina, con cautela)A mezzanotte in puntoa prendervi qui siamo:or che la chiave abbiamonon v'e' da dubitar. FIGARO (distraendo Bartolo)Ahi! ahi! BARTOLOChe cos'e' stato? FIGAROUn non so che nell'occhio!Guardate non toccatesoffiate per pieta' ROSINAA mezzanotte in punto,anima mia, t'aspetto.Io gia' l'istante affrettoche a te mi stringera'. CONTEOra avvertir vi voglio,(Bartolo si alza e si avvicina agli amanti.)cara, che il vostro foglio,perche' non fosse inutileil mio travestimento BARTOLO (scattando)Il suo travestimento?Ah, ah! brava, bravissimo!Ma bravi in verita'!Bricconi, birbanti!Ah, voi tutti quantiavete giuratodi farmi crepar!Su, fuori, furfanti,vi voglio accoppar.Di rabbia, di sdegnomi sento crepar. ROSINA, CONTE E FIGAROL'amico delira,la testa gli gira.Ma zitto, Dottore,vi fate burlar.Tacete, tacete,non serve gridar.Intesi gia' siamo,non vo' replicar.)
(Partono, meno Bartolo.)
SCENA VII
Bartolo solo, poi Ambrogio, indi Berta.
BARTOLO
Ah! disgraziato me! ma come!
ed iono mi accorsi di nulla!
Ah! Don Basiliosa certo qualcosa.
Ehi! chi e' di la'?
Chi e' di la'?
(Comparisce Ambrogio.)
Senti, Ambrogio:
corri da Don Basilio qui rimpetto,
digli ch'io qua l'aspetto,
che venga immantinente
che ho gran cose da dirgli e ch'io non vado
perche' perche' perche' ho di gran ragioni.
Va' subito.
(Ambrogio parte ed entra Berta.)
(a Berta)
Di guardiatu piantati alla porta, e poi no, no
non me ne fido. Io stesso ci staro'.
(Parte.)
SCENA VIII
Berta, sola. BERTAChe vecchio sospettoso! Vada puree ci stia finche' crepiSempre gridi e tumulti in questa casa;si litiga, si piange, si minacciaNon v'e' un'ora di pacecon questo vecchio avaro, brontolone!Oh, che casa! Oh, che casa in confusione!Il vecchiotto cerca moglie,vuol marito la ragazza;quello freme, questa e' pazza.Tutti e due son da legar.Ma che cosa e' questo amoreche fa tutti delirar?Egli e' un male universale,una smania, un pizzicoreun solletico, un tormentoPoverina, anch'io lo sento,ne' so come finira'.Oh! vecchiaia maledettaSei da tutti disprezzataE vecchietta disperatami convien cosi' crepar.
(Parte.)
SCENA IX
Camera con griglia come nel primo atto. Bartolo e Don Basilio.
BARTOLO
(introducendo Don Basilio)
Dunque voi Don Alonso
non conoscete affatto?
BASILIO
Affatto.
BARTOLO
Ah, certoil Conte lo mando'.
Qualche gran tradimento
qui si prepara.
BASILIO
Io poi dico che quell'amico
era il Conte in persona.
BARTOLO
Il Conte?
BASILIO
Il Conte.
(La borsa parla chiaro.)
BARTOLO
Sia chi si vuole amico, dal notaro
vo' in questo punto andare;
in questa sera
stipular di mie nozze io vo' il contratto.
BASILIO
Il notar? siete matto?
Piove a torrenti, e poi
questa sera il notaro
e' impegnato con Figaro;
il barbier e marita sua nipote.
BARTOLO
Una nipote?
Che nipote! Il barbiere
non ha nipoti. Ah, qui v'e' qualche imbroglio.
Questa notte i bricconime la voglion far;
presto, il notaro
qua venga sull'istante.
(Gli da' una chiave.)
Ecco la chiave del portone: andate,
presto, per carita'.
BASILIO
Non temete; in due salti io torno qua.
(Parte.)
SCENA X
Bartolo, indi Rosina. BARTOLOPer forza o per amoreRosina avra' da cedere. Cospetto!Mi viene un'altra idea. Questo biglietto(Cava dalla tasca il biglietto datogli dal Conte.)che scrisse la ragazza ad Almavivapotria servir che colpo da maestro!Don Alonso, il briccone,senza volerlo mi die' l'armi in mano.Ehi, Rosina, Rosina, avanti, avanti;(Rosina dalle sue camere entra senza parlare.)del vostro amante io vi vo' dar novella.Povera sciagurata! In verita'collocaste assai bene il vostro affetto!Del vostro amor sappiatech'ei si fa gioco in sen d'un'altra amante.Ecco la prova.
(Le da' il biglietto.) ROSINA (con doloroso stupore)(Oh cielo! il mio biglietto!) BARTOLODon Alonso e il barbiere congiurancontro voi; non vi fidate.Nelle braccia del Conte d'Almavivavi vogliono condurre. ROSINA(In braccio a un altro!Che mai sento ah, Lindoro! ah, traditore!Ah si'! vendetta e vegga,vegga quell'empio chi e' Rosina.) Ditesignore, di sposarmivoi bramavate BARTOLOE il voglio. ROSINAEbben, si faccia!Io son contenta! ma all'istante. Udite:a mezzanotte qui sara' l'indegnocon Figaro il barbier; con lui fuggireper sposarlo io voleva BARTOLOAh, scellerati!Corro a sbarrar la porta. ROSINAAh, mio signore!Entran per la finestra. Hanno la chiave. BARTOLONon mi muovo di qui.Ma e se fossero armati? Figlia mia,poiche' tu sei si' bene illuminatafacciam cosi'. Chiuditi a chiave in camera,io vo a chiamar la forza;diro' che son due ladri, e come tali,corpo di Bacco! l'avrem da vedere!Figlia, chiuditi presto; io vado via.
(Parte.) ROSINAQuanto, quanto e' crudel la sorte mia!
(Parte.)
Scoppia un temporale.Dalla finestra di prospetto si vedono freguenti lampi,e si sente il rumore del tuono.Sulla fine del temporale si vede dal di fuori aprirsi la gelosia,ed entrano uno dopo l'altro Figaro ed il Conte avvolti in mantellie bagnati dalla pioggia.Figaro avra' in mano una lanterna accesa.
SCENA XI
Il Conte e Figaro, indi Rosina. FIGAROAlfin, eccoci qua. CONTEFigaro, dammi man. Poter del mondo!Che tempo indiavolato! FIGAROTempo da innamorati. CONTEEhi, fammi lume.(Figaro accende i lumi.)Dove sara' Rosina? FIGARO (spiando)Ora vedremo Eccola appunto. CONTE (con trasporto)Ah, mio tesoro! ROSINA (respingendolo)Indietro,anima scellerata; io qui di miastolta credulita' venni soltantoa riparar lo scorno, a dimostrartiqual sono, e quale amanteperdesti, anima indegna e sconoscente. CONTE (sorpreso)Io son di sasso. FIGARO (sorpreso)lo non capisco niente. CONTEMa per pieta' ROSINATaci. Fingesti amoreper vendermi alle vogliedi quel tuo vil Conte Almaviva CONTE (con gioia)Al Conte?Ah, sei delusa! oh me felice adunquetu di verace amoreami Lindor rispondi ROSINAAh, si'! t'amai purtroppo! CONTEAh, non e' tempodi piu' celarsi, anima mia; ravvisa(S'inginocchia gettando il mantello che viene raccolto da Figaro.)colui che si' gran temposegui' tue tracce, che per te sospira,che sua ti vuole; mira, o mio tesoro,Almaviva son io, non son Lindoro. ROSINA (stupefatta, con gioia)(Ah! qual colpo inaspettato!Egli stesso? o Ciel, che sento!Di sorpresa e di contentoson vicina a delirar.) FIGARO(Son rimasti senza fiato:ora muoion di contento.Guarda, guarda il mio talentoche bel colpo seppe far!) CONTE(Qual trionfo inaspettato!Me felice! oh bel momento!Ah! d'amore e di contentoson vicino a delirar.) ROSINAMio signor! ma voi ma io… CONTEAh, non piu', non piu', ben mio.Il bel nome di mia sposa,idol mio, t'attende gia'. ROSINAIl bel nome di tua sposaoh, qual gioia al cor mi da'! CONTESei contenta! ROSINAAh! mio signore! ROSINA E CONTEDolce nodo avventuratoche fai paghi i miei desiri!Alla fin de' miei martiritu sentisti, amor, pieta'. FIGAROPresto andiamo, vi sbrigate;via, lasciate quei sospiri.Se si tarda, i miei raggirifanno fiasco in verita'.(guardando fuori del balcone)Ah! cospetto! che ho veduto!Alla porta una lanternadue persone! che si fa? CONTEHai veduto due persone? FIGAROSi', signore. ROSINA, CONTE E FIGAROChe si fa?Zitti, zitti, piano, piano,non facciamo confusione;per la scala del balconepresto andiamo via di qua. FIGARO (con angoscia)Ah, disgraziati noi! come si fa? CONTEChe avvenne mai? FIGAROLa scala CONTEEbben? FIGAROLa scala non v'e' piu'. CONTE (sorpreso)Che dici? FIGAROChi mai l'avra' levata? CONTEQuale inciampo crudel! ROSINA (con dolore)Me sventurata! FIGAROZitti zitti sento gente. Ora ci siamo.Signor mio, che si fa? CONTEMia Rosin, coraggio.
(Si avvolge nel mantello.) FIGAROEccoli qua.
(Si ritirano verso una delle quinte.)
SCENA XII
Don Basilio con lanterna in mano, introducendo un Notaro con carte.
BASILIO (chiamando alla quinta opposta)Don Bartolo! Don Bartolo! FIGARO (accennando al Conte)Don Basilio. CONTEE quell'altro? FIGAROVe', ve', il nostro notaro. Allegramente.Lasciate fare a me. Signor Notaro:(Basilio e il Notaro si rivolgono e restano sorpresi.Il Notaro si avvicina a Figaro.)dovevate in mia casastipular questa serail contratto di nozzefra il conte d'Almaviva e mia nipote.Gli sposi, eccoli qua. Avete indossola scrittura?(I1 notaro cava la scrittura.)Benissimo. BASILIOMa piano.Don Bartolo dov'e'? CONTE(chiamando a parte Basilio, cavandosi un anello dal dito,e additandogli di tacere)Ehi, Don Basilio,quest'anello e' per voi BASILIOMa io… CONTE (cavando una pistola)Per voivi son ancor due palle nel cervellose v'opponete. BASILIO (Prende l'anello.)Oibo', prendo l'anello.Chi firma? CONTE E ROSINAEccoci qua.
(sottoscrivono) CONTESon testimoniFigaro e Don Basilio. Essa e' mia sposa. FIGARO E BASILIOEvviva! CONTEOh, mio contento! ROSINAOh, sospirata mia felicita'! FIGAROEvviva!
(Nell'atto che il Conte bacia la mano a a Rosina,Figaro abbraccia goffamente Basilio,ed entrano Don Bartolo e un Uffiziale con Soldati.)
SCENA XIII
Bartolo, Un Uffiziale con Soldati, e detti.
BARTOLO(additanto Figaro ed il Conte all'Alcade ed ai soldati,e slanciandosi contro Figaro)Fermi tutti. Eccoli qua. UFFIZIALEColle buone, signor. BARTOLOSignor, son ladri.Arrestate, arrestate. UFFIZIALEMio signore,il suo nome? CONTEIl mio nome e' quel d'un uom d'onor.Lo sposo io sono di questa… BARTOLOEh, andate al diavolo! Rosinaesser deve mia sposa: non e' vero? ROSINAIo sua sposa? Oh, nemmeno per pensiero. BARTOLOCome? Come, fraschetta?(additando il Conte)Arrestate, vi dico e' un ladro. FIGAROOr or l'accoppo. BARTOLOE' un furfante, e' un briccon. UFFIZIALE (al Conte)Signore CONTEIndietro! UFFIZIALE (con impazienza)Il nome? CONTEIndietro, dico, indietro UFFIZIALEEhi, mio signor! basso quel tono.Chi e' lei?
CONTE
Il Conte d'Almaviva io sono.
BARTOLOIl Conte! Ah, che mai sento!Ma cospetto!
CONTE
T'accheta, invan t'adopri,resisti invan. De' tuoi rigori insanigiunse l'ultimo istante. In faccia al mondoio dichiaro altamentecostei mia sposa.(a Rosina)Il nostro nodo, o cara,opra e' d'amore. Amore,che ti fe' mia consortea te mi stringera' fino alla morte.Respira omai: del fido sposo in braccio,vieni, vieni a goder sorte piu' lieta.
BARTOLO
Ma io…
CONTET
aci
BASILIO
Ma voi…
CONTE
Ola', t'accheta.Cessa di piu' resistere,non cimentar mio sdegno.Spezzato e' il gioco indegnodi tanta crudelta'.Della belta' dolente,d'un innocente amorel'avaro tuo furorepiu' non trionfera'.E tu, infelice vittimad'un reo poter tiranno,sottratta al giogo barbaro,cangia in piacer l'affannoe in sen d'un fido sposogioisci in liberta', Cari amici
CORO
Non temete.
CONTE
Questo nodo
CORO
Non si scioglie,sempre a lei vi stringera'.
CONTE
Ah, il piu' lieto, il piu' felicee' il mio cor de' cori amanti;non fuggite, o lieti istantidella mia felicita'.
CORO
Annodar due cori amantie' piacer che egual non ha.
BARTOLO
Insomma, io ho tutti i torti
FIGARO
Eh, purtroppo e' cosi'!
BARTOLO (a Basilio)
Ma tu, briccone,tu pur tradirmi e far da testimonio!
BASILIO
Ah, Don Bartolo mio, quel signor Contecerte ragioni ha in tasca,certi argomenti a cui non si risponde.
BARTOLO
Ed io, bestia solenne,per meglio assicurare il matrimonio,io portai via la scala del balcone.
FIGARO
Ecco che fa un'Inutil Precauzione.
BARTOLO
Ma e la dote? io non posso…
CONTE
Eh, via; di doteio bisogno non ho: va, te la dono.
FIGARO
Ah, ah! ridete adesso?Bravissimo, Don Bartolo,ho veduto alla fin rasserenarsiquel vostro ceffo amaro e furibondo.Eh, i bricconi han fortuna in questo mondo.
ROSINA
Dunque, signor Don Bartolo?
BARTOLO
Si', si', ho capito tutto.
CONTE
Ebben, dottore?
BARTOLO
Si', si', che serve? quel ch'e' fatto e' fatto.Andate pur, che il ciel vi benedica.
FIGARO
Bravo, bravo, un abbraccio;venite qua, dottore.
ROSINA
Ah, noi felici!
CONTE
Oh, fortunato amore!
FIGARO
Di si' felice innestoserbiam memoria eterna;io smorzo la lanterna;qui piu' non ho che far.
(Smorza la lanterna.)
ROSINA
Costo' sospiri e piantiun si' felice istante:alfin quest'almsa amantecomincia a respirar.
CORO
Amore e fede eternasi vegga in voi regnar.
F I N E

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