segunda-feira, 24 de setembro de 2007

SHOSTAKOVITCH, Dmitri - Sinfonia no. 5, em re menor, Op. 47

Estreou a 21 de novembro de 1937 em Leningrado, sob a regência de Evgeni Mravinski. Escrita em apenas três meses.
Schostakovitch escreveu sobre a obra o seguinte: “... eu me empenhei para que o ouvinte soviético sentisse na minha música um esforço da direção da inteligibilidade e da simplicidade”, disse ainda: “ esta sinfonia representa o conflito entre a afirmação do ser e as forças hostis da vida – a luta para manter os ideais pessoais num mundo de avareza e de corrupção. O desenvolvimento da personalidade revela que o tema da obra é a afirmação da personalidade, o homem, com todas as suas emoções e todas as suas experiências, está no centro do plano desta obra, na qual a concepção lírica vai do começo ao fim”.
Primeiro movimento: Moderato. Intervalos quebrados em ritmos pontuados, nas cordas e depois uma frase nos violinos que reencontra rapidamente esses mesmos ritmos, criam de saída a atmosfera desse movimento. Diversos fragmentos do tema são desenvolvidos em alguns contrapontos. Sobre acordes repetidos das cordas, os violinos expõem o segundo tema, uma melodia formada por notas longas com amplos intervalos, em contraste ao primeiro tema. O pizzicato do grave do piano e das cordas graves marcam o início do desenvolvimento, ampliando os dois temas já expostos. O primeiro tema passa para os trombones espalhando-se para as madeiras e cordas. Sobre este fundo, o tema lírico do segundo tema surge nos metais em forma de um cantus firmus. Toda a orquestra apresenta uma longa frase em uníssono num grande fortíssimo. Surge então a Coda, uma pequena recapitulação do primeiro movimento, onde se ouvem os dois temas, e o segundo de uma forma invertida, concluindo-a em pianíssimo e com a aparição de um solo no primeiro violino, em desenhos cromáticos na região aguda do instrumento, finalizando com uma nota longa que será acompanhada por movimentos cromáticos ascendentes da celesta.
Segundo movimento: Allegretto. Um Scherzo bastante sintético. O tema é ouvido nas cordas graves até o surgimento de um motivo que surge nas madeiras de forma jocosa apoiado por figuras em staccato das trompas nos encaminham para um novo solo do primeiro violino.
Alguns glissandos são percebidos, nos levando a pensar numa influência popular nestas passagens.
Terceiro movimento: Largo. O movimento inicia-se com os violinos são divididos em três, as violas e violoncellos em dois, compondo assim uma das páginas mais magistrais do compositor, numa escrita caracteristicamente coral. Em seguida ouvimos a harpa que prepara uma bela melodia da flauta, culminando com um tutti da orquestra, convidando o oboé a um solo tendo ao fundo um acompanhamento dos primeiros violinos em trêmulo. Após a apresentação de toda a orquestra o tema é ouvido nos violinos reforçado pelo xilofone. O tema do oboé é retomado pelas cordas, encerrando-se assim o movimento com notas soltas da harpa e da celesta terminando assim o movimento com dois acordes em pianíssimo nas cordas.
Quarto movimento: Allegro non troppo. Após um acorde introdutório em um grande crescendo ouve-se o primeiro tema nos metais, mostrando assim a vigorosa vitalidade do movimento. Um motivo com influencia popular, recheado de grandes intervalos culmina com um poco piu animato, onde se ouve de forma modificada os elementos que compõe o tema principal, atingindo assim a apoteose do prestíssimo da Coda final do movimento.

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