segunda-feira, 24 de setembro de 2007

STRAUSS, Richard - Concerto no. 1 para Trompa e Orquestra, em mi bemol maior - Op. 11

Este concerto tem os seguintes movimentos: Allegro Andante Allegro Duração média : 17 minutos “Você não tem nada que me agradecer! Eu não esqueci o que você fez comigo em Munique. O que estou fazendo hoje é por causa do talento de seu filho e não por você!” Essas palavras amargas foram dirigidas a Franz Strauss, notável trompista da Orquestra da Corte de Munique pelo maestro Hans von Bülow, quando o primeiro foi solicitar que seu filho Richard Strauss tivesse a tutela do notável regente. Apesar de amigos, Franz Strauss e Bülow tinham suas diferenças e a maior delas era a música que Wagner escreveu depois de Tannhäuser, considerada, ou melhor, desconsiderada completamente pelo grande trompista. Pai liberal, Franz permite que seu filho Richard vá a Bayreuth escutar a “anti-música” de Wagner após a conclusão de seu bacharelado em 1881. O jovem talentoso e promissor ouve Tristão e Isolda e, desconhecendo seu próprio futuro, faz um julgamento severo: “Em dez anos, a música de Wagner estará esquecida.” No momento, o seu ídolo era Mozart, cuja influência se nota no seu primeiro concerto escrito para trompa. Mal sabia o jovem compositor que estava destinado a levar a histeria de Isolda às últimas conseqüências em suas óperas Salomé e Electra e depois retornar ao suave cenário neo-mozartiano em O Cavaleiro da Rosa. “Richard Strauss não é um compositor, mas um connoisseur”, disse Stravinsky com sua conhecida antipatia pelo mestre alemão. Mas Stravinsky também o era e ambos eram ecléticos e atravessaram fases criativas bastante distintas. Strauss era um entertainer, um contador de estórias (poemas sinfônicos), um ilustrador sonoro (Sinfonia Alpina, Sinfonia Doméstica), um sensualista. Seu Concerto para Trompa nº 1 em Mi bemol maior é uma de suas primeiras obras bem sucedidas, escritas dentro do espírito mozartiano com graça e humor. Foi estreado por Gustav Leinhos em 1885 em Meiningen sob direção de Bülow. A escrita para o instrumento solista, familiar desde os primeiros anos de vida, ainda está longe das ousadias de O Cavaleiro da Rosa, mas está realizada pela íntima compreensão que o compositor tinha do instrumento que seu pai dominava. Os três movimentos da peça são tocados sem interrupção. Uma sutil relação temática dá unidade às três partes sem o uso estrito da forma sonata. O tema decorativo da abertura é transformado depois no tema final do rondó com toques de fantasia e humor, procedimento que o compositor adotará em outras composições. O movimento lento é o mais mozartiano. O concerto foi escrito para trompa natural, sem válvulas e está dedicado ao seu pai.

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