quarta-feira, 14 de novembro de 2007

BIZET – CARMEN Suítes No. 1 e No. 2

Carmen é a última e a mais famosa ópera de Bizet, a sua trama acontece na região espanhola de Sevilha. Bizet escreveu duas suítes que se encadeiam a partir dos temas da ópera Carmen, sendo as árias e as peças de conjunto preenchidas por vários instrumentos em substituição às vozes. As suítes foram transcritas em 1855 por Ernest Guiraud (parceiro de Bizet na elaboração dos recitativos e as falas da ópera Carmen) após a morte do compositor tendo ficado desaparecidas até 1935 quando tiveram sua première.
A primeira Suíte é quase que formada por prelúdios e entre-atos.
Estão assim divididas:
BIZET – CARMEN Suítes No. 1
1. Prélude
(Prelúdio do I Ato) – Allegro moderato. Este movimentos é tocado junto com a Aragonaise. É uma passagem tensa, com graves em tremolo nas cordas proporcionando o apoio para o sinistro e trágico tema da premonição da morte de Carmen e de seu próprio assassino.
2. Aragonaise (Prelúdio do IV Ato) – Allegro vivo. É uma animada dança espanhola destinada a preceder o quarto ato da ópera. Ele é cheio de coloridos nas madeiras escrito sobre fortes acentos da percussão.
3. Intermezzo (Prelúdio do III Ato) – Andantino quase Allegretto. É um noturno, que se inicia para flauta sobre arpejos da harpa. A música passa por várias seções da orquestra, geralmente liderada por um instrumento de sopro de madeira, culminando com a exuberância das cordas.
4. Séguidille (I Ato) – Allegretto. É o único movimento desta Suíte que começa como uma ária. A canção sedutora de Carmen para D. Jose na taberna de seu amigo Lilas Pastia.
5. Les dragons d’Alcala (Prelúdio do II Ato) – Allegro moderato. Originalmente vem um pouco antes do II Ato. É uma pequena Marcha, mais tarde cantada por Don Jose, relativo ao seu pelotão militar. Nesta versão a ária é introduzida pelos fagotes e como de costume, tema este que circula por todos os instrumentos de sopro.
6. Les Toréadors (Introdução do I Ato) – Allegro giocoso. Finalmente vem o tema associado aos toreadores, a abertura da ópera. Este também é um marcha festiva, rápida que nos reporta a procissão da fola a caminho da praça dos touros ao final do ato. Ao centro do movimento ouve-se nas cordas a famosa melodia do toreador, que será ouvida mais plenamente na segunda suíte.

BIZET – CARMEN Suítes No. 2
1. Marche des contrebandiers (Introdução do III Ato) – Allegro moderato. Descreve o curso noturno de passadores através das montanhas. Originalmente é para coro e solistas, com uma longa introdução orquestral, criando um clima de expectativa pela natureza da ação secreta dos contrabandistas.
2. Habañera (I Ato) – Allegretto quase andantino. Uma das árias mais famosas do repertório lírico. É uma ária em ar de chacotas e ao mesmo tempo sedutora, onde representa a voluptuosidade do amor cigano. Bizet baseou-se em uma canção popular espanhola do compositor Sebastián YRADIER (1809-1865). Nesta obra não vocal as linhas melódicas são longas e atribuídas a diversos instrumentos, em geral os de sopros de madeira, e em um momento passando pela seção do violino.
3. Nocturne (Ária de Michaela no III Ato) - Andante molto. Aqui, o tempo, flui em uma longa e melancólica melodia iniciando pelo solo da trompa passando na seqüência a ser propriedade do violino solo.
4. Chanson du Toréador (II Ato) – Allegro giocoso. É um dos momentos mais conhecidos e de maior sucesso da ópera, embora Bizet achasse que esse momento era o lixo da ópera. Aqui o tema do toureiro surge no solo do trompete contando sua história de sucessos através de dramáticos e empolgantes versos acompanhada em sua marcha pelo coro.
5. La garde montante (Coro das crianças do I Ato) – Allegro – mouvement de marche. Coro infantil do primeiro ato, em que as crianças zombam da troca da guarda. Assim, a peça começa com uma fanfarra militar apresentada pelo trompete transformando-se numa pequena marcha militar. Clarinetes e violinos revezam-se na apresentação da melodia, substituindo nesta versão as vozes infantis.
6. Danse Bohême (II Ato) – Andantino quase allegretto. Enérgica dança cigana que começa macia e a cada verso constrói um terraço em crescendo culminando com a precipitação dos pratos e do restante da percussão. Como é habitual, as partes vocais são distribuídas entre os diferentes instrumentos. A parte da Carmen geralmente é atribuida aos instrumentos de sopro de madeira ou ao trompete, e os corais são preenchidos pelas cordas.

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