segunda-feira, 8 de novembro de 2010

CHOROS No. 7

Obra do compositor Villa-Lobos composta no Rio de Janeiro em 1924. Foi dedicada a Arnaldo Guinle e a primeira apresentação aconteceu a 17/9/25 no Rio de Janeiro.

Villa-Lobos desde criança envolveu-se com os "Chorões" do Rio de Janeiro, passando a tocar nas rodinhas de bar do centro da cidade, onde assimilou toda o espírito da música e a técnica de escrever e tocar.

O ciclo completo dos CHOROS, é formada por um conjunto de 16 obras, algumas delas perdidas, sendo que duas delas deveriam ser tocadas apenas quando da execução na íntegra de toda a série dos 14 choros. A primeira obra que deveria ser tocada na abertura foi denominada por Villa de "Introdução aos Choros" escrita para violão solo e a última, que deveria encerrar toda a série foi intitulada de "Choros Bis" para violino e Violoncello.

A série dos 14 choros possui uma variada combinação de instrumentos e vozes, assim o Choros No. 7 também chamado de "Settimino" foi escrita originalmente para flauta, oboé, clarinete, sax alto, fagote, violino, violoncello e tam-tam fora do palco.

A utilização do termo "Chorões" possui uma história controversa que tenta ser explicada pelos sociólogos e pesquisadores. Existem três prováveis origens do termo: a primeira delas tem sua possível origem na maneira chorosa de se tocar as músicas estrangeiras no final do século XIX; outra provável origem do termo é o "xolo", um tipo de baile que reunia os escravos das fazendas, expressão que, por confusão com a parônima portuguesa, passou a ser conhecida como "xoro" e finalmente, na cidade, a expressão começou a ser grafada com "ch". A terceira possível origem do termo viria da sensação de melancolia transmitida pelas "baixarias" do violão.

Independentemente das origens do termo, Villa-Lobos se envolveu pessoalmente nesses grupos populares, assimilando a forma de fazer música desses grupos, que se caracterizavam por seu ritmo agitado e alegre, caracterizado pelo virtuosismo e improviso, demonstrando grande domínio do instrumento por sua técnica e estudo, ao conviver quase que diariamente com estes grupos musicais que se postavam nos bares do RJ no centro da cidade. O ciclo de Villa-Lobos dos choros foge da possibilidade de improvisação original, ai surge a controvérsia da origem do nome, na obra de Villa-Lobos. Uma das justificativas vem da vontade de Villa homenagear estes grupos de músicos muitos peculiares na época do compositor.