quarta-feira, 18 de julho de 2007

PUCCINI, Giacomo - Tosca

Texto do libreto em italiano: Giuseppe Giacosa e Luigi Illica, baseado na peça de Victorien Sardou. Première Mundial: Estréia mundial: Roma, Teatro Costanzi, 14 de janeiro de 1900
A composição de Tosca
Tosca poderia ter sido uma ópera de Giuseppe Verdi, e parece ser somente a carga da idade avançada de Verdi que o impediu de compô-la. Um outro compositor que havia se interessado pela peça de Victorien Sardou foi Alberto Franchetti, cuja ópera Asrael foi ouvida no Metropolitan Opera House há aproximadamente 50 anos. As intenções de Franchetti durante um certo tempo foram muito sérias e Tosca quase escapou das mãos de Puccini. Se isso tivesse acontecido, Tosca teria provavelmente tido o mesmo fim do resto das óperas de Franchetti que não são mais executadas. Se isto tivesse acontecido, Puccini ainda assim deveria culpar-se somente a si mesmo. Quando havia completado sua segunda ópera, Edgar, Puccini havia ido assistir a uma apresentação da peça de Sardou, com Sarah Bernhardt no papel principal. Apesar de não compreender nada de francês, Puccini conseguiu seguir a trama da peça, simplesmente observando a ação do palco. Discutiu a possibilidade de transformar a peça em ópera com Giulio Ricordi e Luigi Illica (seu editor e seu libretista), mas não deu prosseguimento ao plano. Manon Lescaut e, em seguida La Bohème tomaram seu interesse. Durante dez anos Puccini nem mesmo pensou em Tosca, até que um dia um relato chegou até ele que Franchetti estava completamente interessado em transformá-la em ópera. Na mesma época, Verdi tornou público que somente a idade o impedia de escrever ele mesmo a Tosca. Assim, em uma noite, Puccini decidiu que ele teria que ter a peça a qualquer custo.Os relatos sobre como Puccini conseguiu o libreto para Tosca são conflitantes. Giulio Ricordi, editor de Puccini e de Franchetti, havia ordenado a Illica a preparação do libreto e, quando este havia sido acabado, levou-o até Franchetti. Franchetti finalmente desistiu da ópera e Ricordi então passou o libreto para Puccini. Alguns historiadores dizem que o editor decepcionou Franchetti ao lhe dizer que o drama era violento demais e era difícil torná-lo um sucesso. No entanto, Franchetti disse a seus filhos que havia graciosamente retrocedido em favor de Puccini, dizendo que Puccini "tem mais tempo do que eu".Apesar de não conhecermos as circunstâncias exatas dos acontecimentos, Puccini conseguiu então o libreto de Tosca. Illica, Giuseppe Giacosa e Puccini começaram a se dedicar a melhorar o rude libreto. Sardou, em pessoa, interessou-se em dar forma ao libreto, chegando até mesmo a anunciar que ele gostava mais do libreto final do que de sua peça original. O próprio Puccini exigiu uma enorme lista de mudanças. Por exemplo, ele não gostou da presença de uma ária elaborada para Cavaradossi na cena da tortura, transformada em quarteto. Havia também um Hino Latino para o pintor no último ato, uma ária na qual ele cantava sua despedida da vida, revendo suas idéias sobre a arte, a política e outros assuntos acadêmicos. Puccini cortou ambos, refinando o tempo dramático de Tosca. As idéias teatrais de Puccini, bem como sua música foram as responsáveis pelo que conhecemos hoje em Tosca.
PERSONAGENS
TOSCA - soprano
MARIO CAVARADOSSI - tenor
SCARPIA - barítono
ANGELOTTI - baixo
SACRISTÃO - barítono
SPOLETTA - tenor
SCIARRONE - baixo
PASTOR - voz infantil
SINOPSIS
Ato I
Cesare Angelotti, um prisioneiro fugitivo, com respiração ofegante, refugia-se na igreja de Sant'Andrea della Valle, procurando abrigo na Capela Attavanti. Quase não consegue esconder-se quando um velho padre claudicante entra na capela e ajoelha-se. Mario Cavaradossi, um pintor e amigo de Angelotti, entra na igreja para trabalhar em seu retrato da Madonna -inspirado na Marquesa Attavanti, que ele havia visto rezando. Tirando do bolso uma miniatura da cantora Floria Tosca, Cavaradossi compara sua beleza morena com a da Madonna loira e o padre resmunga sua desaprovação. Quando o velho homem sai, Angelotti aventura-se em sair, mas seu amigo corre a colocá-lo de volta na capela ao ouvir a voz de Tosca chamando do lado de fora. Tosca entra, reza, e então implora por um encontro no campo com Cavaradossi, seu amante. Ao notar o retrato da jovem Attavanti ela, enciumada, suspeita do pior. Cavaradossi, entretanto, lhe assegura que, com olhos como os seus, Tosca não tem nada a temer de outra mulher. Quando Tosca parte, Cavaradossi chama Angelotti da capela; ao escutarem o tiro de canhão anunciando a evasão do prisioneiro, os dois homens partem apressadamente. Enquanto isso, o padre retorna com um grupo de meninos grosseiros do coro, cujo canto é interrompido pela entrada sinistra do Barão Scarpia, chefe da polícia secreta romana e seus cúmplices, que procuram por Angelotti.Encantado com Tosca, Scarpia planeja tomá-la em seu poder. Quando ela, inesperadamente, retorna à procura de Cavaradossi, Scarpia lhe mostra um leque com as plumas dos Attavanti, que ele encontrou perto da capela. Pensando que seu amante lhe era infiel, Tosca jura vingança e parte em prantos. Enquanto a igreja enche-se de fiéis, Scarpia jura enviar Cavaradossi à morte e conseguir Tosca para si.
Ato II
Acima dos apartamentos reais no Palácio Farnese, Scarpia antecipa seu prazer demoníaco de subjugar Tosca. O espião Spoletta traz a notícia que Angelotti escapou. Para apaziguar o Barão, Scarpia introduz na sala Cavaradossi. Scarpia interroga o arrogante pintor, quando se escuta a voz de Tosca interpretando uma cantata. Justamente quando Cavaradossi está sendo levado a uma câmara de tortura ao lado para ser interrogado, Tosca entra, vestida em uma túnica esplêndida. Ao ficar a sós com o Barão, ela acaba cedendo às perguntas duras e revela o esconderijo de Angelotti. A tortura de Cavaradossi acaba e o homem inconsciente é carregado. Ao retomar a consciência, ele acusa Tosca de trair sua causa, Repentinamente o oficial Sciarrone entra correndo com a notícia que Napoleão havia vencido a Batalha de Marengo, uma derrota para Scarpia. Cheio de patriotismo, Cavaradossi, grita desafiando a tirania do Barão e é jogado na prisão. Scarpia, retomando seu jantar, propõe que Tosca se venda em troca da vida de seu amante. Lutando contra seus abraços violentos, ela protesta com Deus que, ao ter vivido para a arte e para o amor, ela não merecia um destino tão terrível. Spoletta interrompe a cena trazendo a notícia que Angelotti havia se suicidado. Tosca aceita a proposta de Scarpia, o Barão ordena uma falsa execução do pintor, após a qual ele deve ser liberado. Spoletta sai. Assim que Scarpia escreve um passe de salvo-conduto para os amantes, Tosca agarra uma faca da mesa de jantar e o apunhala até a morte. Arranca violentamente o documento das mãos de Scarpia, coloca velas perto de sua cabeça e um crucifixo em suas mãos e foge da sala.
Ato III
Do teto do Castelo Sant'Angelo antes do amanhecer, escuta-se à distância uma voz solitária de um jovem pastor, enquanto os sinos da torre de São Pedro anunciam a hora. Logo Cavaradossi é levado para aguardar sua execução; ele implora ao carcereiro a permissão para escrever uma carta de adeus a Tosca. Ao começar a escrever, ele é tomado pelas pungentes memórias de seu amor o que o leva ao desespero. Para sua surpresa, Tosca entra correndo. Ela descreve como, tendo concordado com a falsa execução, conseguiu matar Scarpia. Mario afunda-se em pensamentos sobre as mãos que cometeram um assassinato para salvá-lo. Com o amanhecer, os amantes planejam seu futuro com entusiasmo. O pelotão de fuzilamento avança e Tosca diz a Mario como cair para que realmente pareça morto. Os soldados atiram e partem. Tosca chama Mario para que se apresse, mas quando o amante não consegue se mover ela curva-se sobre seu corpo e descobre que a traição de Scarpia havia ido além da sua morte: as balas usadas eram verdadeiras. Quando Spoletta entra para prender Tosca pela morte de Scarpia, ela salta do teto para se matar.

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