quarta-feira, 30 de maio de 2007

CHAVEZ, Carlos - SINFONIA No. 2 “INDIA”

A música indígena do México é uma realidade da vida contemporânea. Não é, como pode ser o pensamento, uma relíquia para satisfazer a mera curiosidade dos intelectuais, ou para fornecer dados mais ou mais menos importantes para os antropólogos. A arte indígena do México é, em nossos dias, a única manifestação viva da raça pura que compõe aproximadamente uma quarta parte da população do país.
As características essenciais desta música indígena resistiram a quatro séculos de contato com as expressões musicais européias. A arte européia tentou produzir no México uma arte misturada em constante mutação, este fenômeno, no entanto, não provocou o desaparecimento da arte indígena pura no país. Este fato é um indício de sua força. A força da arte indígena que está enraizada em uma série de circunstâncias essenciais. Obedece ao impulso criativo natural dos indivíduos numa expressão legítima, livrando-a das afetações e influencias.
Em termos musicais, a grande força expressiva da arte indígena esta enraizada em sua variedade intrínseca, na liberdade e na amplitude de suas modalidades, em suas escalas, na riqueza de seus instrumentos, na simplicidade e pureza de suas melodias. Não há nesta música, um sentimento mórbido ou degenerado, ou uma atitude negativa.
A música dos antepassados Latino-americanos é uma música forte, reflexo de um homem que luta para dominar o seu espaço, a sua terra. As manifestações importadas impostas à música foram incapazes de destruí-la porque não obtiveram sucesso em mudar as condições étnicas dos indivíduos. – maestro Carlos Chávez.

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