Foi composta em 1916 com estréia em Roma a 11 de março de 1917. A obra possui quatro partes que são tocadas sucessivamente. Segundo o compositor: "o catáter de cada fonte melhor se harmoniza com a paisagem que a cerca, ou na qual sua beleza mais se impõe ao observador". A própria partitura original possui algumas informações em francês, inglês e italiano, que repassamos a seguir:
1. Fonte da Valle Giulia, na aurora: de caráter pastoral. Paisagem com rebenhos que desaparecem na bruma matinal.
2. Fonte do Tritone, de manhã: grande contraste com essa segunda evocação, repleta de exuberância. Fanfarra de trompas sobre trinados da orquestra, lançando apelos aos quais não resistem as náiades e os tritões, que acorrem e entregam-se a alegres danças em meio ao borbulhar das águas relizentes.
3. Fonte de Trevi, ao meio dia: é um grande tema solene - as madeiras, os metais - que se impõe sobre o fundo orquestral. Clamorosas fanfarras (trompas, trompetes e trombones) anunciam a chegada do carro de Netuno puxado por cavalos marinhos e escoltado por tritões e sereias. O cortejo passa grandioso, depois se afasta,enquanto ainda soam os toques do trompete com surdina.
4. Fonte da Villa Medici, ao por do sol: trecho conclusivo destinado a se opor, por sua ambientação, às duas peças centrais, fazendo par com a inicial. O caráter aqui, no entanto, tornou-se pesado de melancolia, expressada por um tema cantante e ondulante. O ar crepuscular reboa com sonoridades de sinos, inesperados cantos de pássaros (clarinete e flauta), e tudo se extingue no silêncio noturno.
Extraido do livro: Guia da música sinfônica de François-René Tranchefort - Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro
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