Composta em 1928, com estréia a 21 de fevereiro de 1929 em New York na regência de Arturo Toscanini. Para esta terceira e última parte da trilogia de poemas sinfônicos romanos, Respighi declara: "exorcizar visões e evocações das festas romanas graças a um máximo de sonoridades e coloridos orquestrais". Como nos dois poemas sinfônicos anteriores (As Fontes de Roma e Os pinheiros de Roma), as quatro partes da obra são tocadas ininterruptamente.
As informações a seguir encontram-se na própria partitura original:
1. Circenses (jogos no Circus Maximus): peça agitada por ruidos da multidão e de gritos na arena, sob céu ameaçador: As portas de ferro são abertas, cantos religiosos e rugidos de feras selvagens misturam-se no ar. A multidão se levanta. Indiferente, o canto dos mártires continua, antes de perder-se no tumulto.
2. Giubileo (jubileo): somos transportados de Roma imperial para a Roma cristianizada, com uma procissão de peregrinos: do alto do monte Mário aparece repentinamente diante de seus olhos a Cidade Santa: Roma! Roma! Um hino de louvor eleva-se, e os sinos das igrejas começam a tocar. A orquestra é combinada com a contemplação extática dos peregrinos, enquanto a procissão desaparecerá ao som de um toque de trompa e do ressoar dos sinos mais graves.
3. L'Ottobrata (Festa da colheita em outubro): atravessamos de novo os séculos. Festividades de outubro nos castelos romanos cobertos de vinhas. Longíquos ecos de caça, tilintar de arreios e atrelagens, cantos de amor. No ar tépido da noite eleva-se uma romântica serenata.
4. La Befana (Epifania): essa última parte - a noite antes da Epifania na Piazza Navona - encerra o poema sinfônico numa orgia de rítmos contrastados e com o clima multicolorido de um povo transbordante de alegria. Um toque insistente do trompete domina o tumulto frenético: emergem os motivos rítmicos de uma valsa barata, um saltarello obligato, sonoridades de realejo, assim como o canto rude stornello, no qual se expressa a orgulhosa divisa popular Lassatece passà, semo Romani! (deixem-nos passar, somos romanos).
Extraido do livro: Guia da música sinfônica de François-René Tranchefort - Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro
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