quarta-feira, 18 de julho de 2007

RAVEL, Maurice - LE TOMBEAU DE COUPERIN

No começo de 1915, Ravel entrou para o exército, interrompendo sua atividade musical até outubro 1917, quando se reformou. Nessa ocasião Ravel concluiu esta obra, uma homenagem a Couperin e á música francesa do século XVIII. Iniciada em 1914, como se fosse um esboço biográfico, originalmente escrita para piano. No final de setembro de 1916, Ravel foi hospitalizado e em 1917 foi novamente hospitalizado, sendo reformado e abrigado na casa de sua madrinha. Neste período termina a sua nova suíte para piano, seis peças cada uma dedicada a um de seus amigos mortos na frente de batalha: o Prelúdio dedicado ao tenente Jacques Charlot, a Fuga ao tenente Jean Cruppi, a Forlana ao tenente Gabriel Deluc; o Rigaudon a Pierre Pascal Gaudin; o Minueto a Jean Dreyfus e a Toccata ao capitão Joseph de Marliave, peça esta que segue a mesma configuração do Tombeau do século XVIII, uma homenagem a toda uma tradição. Não é uma obra nacionalista e muito menos fúnebre, apesar de constar uma urna funerária na capa da versão para piano feita pelo próprio Ravel. No ano seguinte Ravel, instrumentou 4 movimentos - Prelúdio, Forlana, Minueto e Rigaudon; como a Fuga e a Toccata eram caracteristicamente pianísticas elas não foram orquestradas. A versão orquestral estreou a 28 de fevereiro de 1920 sob a batuta do maestro Rhené Baton em Paris. Ao passar para orquestra esta suíte a obra ganhou em emoção, graças à orquestração utilizada por Ravel, aproximando-se da orquestra do séc. XVIII
Primeiro movimento: Prelúdio. O tema é apresentado com leves ornamentos fazendo lembrar um pouco a linguagem cravista de Couperin e Rameu, embora a linguagem harmônica é bem moderna. O Oboé é o instrumento de destaque deste movimento.
Segundo movimento: Forlane. Forma musical antiga, tratada igualmente sua estrutura harmônica numa linguagem moderna, onde se destacam os instrumentos de sopro por suas dissonâncias.
Terceiro movimento: Minuet. O Oboé conduz o desenvolvimento desse movimento. Uma Musette aparece na parte intermediária do movimento como um trio, com um caráter mais tenso que o Minuet.
Quarto movimento: Rigaudon. Está a cargo dos instrumentos de metais a principal exposição, com uma característica sóbria e pesada marcado por acordes nas cordas, parecendo evocar a dança popular. Na parte central ouve-se uma Pastorale, num movimento um pouco mais lento, no qual o oboé é o instrumento soberano mais uma vez, voltando novamente à dança da festa sonora.

Um comentário:

Anônimo disse...

uma das melhores orquestrações em minha opinião.