HANS WERNER HENZE (1926)
Nasceu em Gütersloh, Alemanha em 1 de julho de 1926 numa família relativamente bem de vida. Seus estudios musicais não foram sistemáticos mas de uma forma autodidata descobriu a música de Mozart e Frank Martin. Em 1944 ingressa no Exército, onde realiza estudos relacionados com propaganda. Dois anos mais tarde ingressa no Instituto de Música de Heidelberg para estudar com Wolfgang Fortner, completando seus estudos em Darmstadt em 1947 com René Leibowitz.
Seu primeiro posto importante é obtido em 1950, quando foi nomeado diretor do ballet de Wiesbaden Staatstheater. Três anos mais tarde abandona a Alemanha, renunciando à sua extraordinária popularidade que gozava em seu pais, vai para a Italia, onde estuda em profundidade as óperas de Bellini e Verdi.
Em 1960 retorna para o centro europeu para ocupar o cargo de professor no Mozarteum de Salzburgo. Em 1969, viaja para Cuba, onde permanece por um ano. As primeiras obras de Henze tem muita ligação com a música de Bartok, Hindemith e Stravinsky, até que Leibowitz o inicia na técnica do dodecafonismo, que Henze aplicará com muita liberdade e pouco dogmatismo, convertendo-se em uma espécie de ponte entre o estilo de Schoenberg e Stravinsky. Até aos 70 anos suas convicções marxistas impõem-se em sua música.
Nasceu em Gütersloh, Alemanha em 1 de julho de 1926 numa família relativamente bem de vida. Seus estudios musicais não foram sistemáticos mas de uma forma autodidata descobriu a música de Mozart e Frank Martin. Em 1944 ingressa no Exército, onde realiza estudos relacionados com propaganda. Dois anos mais tarde ingressa no Instituto de Música de Heidelberg para estudar com Wolfgang Fortner, completando seus estudos em Darmstadt em 1947 com René Leibowitz.
Seu primeiro posto importante é obtido em 1950, quando foi nomeado diretor do ballet de Wiesbaden Staatstheater. Três anos mais tarde abandona a Alemanha, renunciando à sua extraordinária popularidade que gozava em seu pais, vai para a Italia, onde estuda em profundidade as óperas de Bellini e Verdi.
Em 1960 retorna para o centro europeu para ocupar o cargo de professor no Mozarteum de Salzburgo. Em 1969, viaja para Cuba, onde permanece por um ano. As primeiras obras de Henze tem muita ligação com a música de Bartok, Hindemith e Stravinsky, até que Leibowitz o inicia na técnica do dodecafonismo, que Henze aplicará com muita liberdade e pouco dogmatismo, convertendo-se em uma espécie de ponte entre o estilo de Schoenberg e Stravinsky. Até aos 70 anos suas convicções marxistas impõem-se em sua música.
SINFONIA no. 7
“Minha sétima sinfonia foi encomendada pela Orquestra filarmônica de Berlim por ocasião do seu centenário em 1982 e escrita apenas em 1984. Esta sinfonia, de todas as minhas obras para orquestra, que mais se aproxima da sinfonia clássica. Na minha vida, sempre tentei integrar a forma sonata às minhas obras, de forma coerente, mesmo que não me aproxime da forma tonal, dentro de minha evolução de meu trabalho, a maneira de aprender a melhor tirar sentido dos elementos de contraste indispensáveis ao pleno funcionamento da obra, e que aflorem livremente, de tal sorte que este material contrastante indispensável ao pleno efeito da obra, possa produzir algo renovador.
Na realidade, a forma sonata encontra-se em muitas obras sinfônicas de meu catálogo. Há obras no entanto que não aparece de forma declarada, como é o caso das Antifone, Doppio Concerto, ou mesmo dentro da ópera The Bassarids. Eu me sinto sempre atraído pela forma de Beethoven. Esta sinfonia, é uma sinfonia alemã, e que possui elementos alemães. No primeiro movimento é um deutscher TANZ (dança alemã), estruturada na sua energia, elementos estilísticos e melódicos, que se animam progressivamente até á exuberância cada vez mais presente.
O segundo movimento, que pode ser emendado, adota a forma do LIED; eu vejo uma forma de Ode fúnebre, cantada, um monólogo.
Com o terceiro movimento, um Scherzo, com suas repetições, encontramos um confrontamento. Seu trio e sua reexposição. Ao escreve-lo, eu pensei no mártir Friedrich Hölderlin, doente numa clínica neurológica de Autenried, em Tübingen – Bade-Wetemberg – passando por métodos que chegaram próximos da tortura, de tratamentos que não passavam de envenenamentos.
Para o último movimento, eu escolhi colocar em música um poema tardio de Hölderlin – Hälfte des Lebens – com contrastes entre os extremos e esta visão final apocalíptica de um mundo vazio de sua humanidade, frio e mudo”. Hans Werner Henze
A METADE DA VIDA de Friedrich Hölderlin
Com pêras amarelas, suspensas,
E coberta de rosas selvagens
Paresse uma paisagem sobre o lago,
E seus nobres Cisnes,
Sempre banhados de beijos
Mergulhando a cabeça
Na água santa e pura.
Hélas, onde encontro, logo
O inverno se aproxima, as flores e onde
os raios solares
a sombra da terra?
Os muros quebram-se
Mortos e frios, e no ventotremulam as bandeiras
Na realidade, a forma sonata encontra-se em muitas obras sinfônicas de meu catálogo. Há obras no entanto que não aparece de forma declarada, como é o caso das Antifone, Doppio Concerto, ou mesmo dentro da ópera The Bassarids. Eu me sinto sempre atraído pela forma de Beethoven. Esta sinfonia, é uma sinfonia alemã, e que possui elementos alemães. No primeiro movimento é um deutscher TANZ (dança alemã), estruturada na sua energia, elementos estilísticos e melódicos, que se animam progressivamente até á exuberância cada vez mais presente.
O segundo movimento, que pode ser emendado, adota a forma do LIED; eu vejo uma forma de Ode fúnebre, cantada, um monólogo.
Com o terceiro movimento, um Scherzo, com suas repetições, encontramos um confrontamento. Seu trio e sua reexposição. Ao escreve-lo, eu pensei no mártir Friedrich Hölderlin, doente numa clínica neurológica de Autenried, em Tübingen – Bade-Wetemberg – passando por métodos que chegaram próximos da tortura, de tratamentos que não passavam de envenenamentos.
Para o último movimento, eu escolhi colocar em música um poema tardio de Hölderlin – Hälfte des Lebens – com contrastes entre os extremos e esta visão final apocalíptica de um mundo vazio de sua humanidade, frio e mudo”. Hans Werner Henze
A METADE DA VIDA de Friedrich Hölderlin
Com pêras amarelas, suspensas,
E coberta de rosas selvagens
Paresse uma paisagem sobre o lago,
E seus nobres Cisnes,
Sempre banhados de beijos
Mergulhando a cabeça
Na água santa e pura.
Hélas, onde encontro, logo
O inverno se aproxima, as flores e onde
os raios solares
a sombra da terra?
Os muros quebram-se
Mortos e frios, e no ventotremulam as bandeiras
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