quarta-feira, 18 de julho de 2007

RESPIGHI, Ottorino - Pini di Roma (Os pinheiros de Roma)

Apesar de muita coisa ter mudado na capital italiana entre 1916, ano do término das Fontes de Roma, e 1924, data da composição de Os pinheiros de Roma, Respighi parece não ter desejado dar-se conta disso ao escrever seu novo poema sinfônico. Pois como o anterior, este revela a mesma atmosfera solta e alegre e o mesmo gosto pelo descritivismo naturalista e decorativo.
A estréia desta obra teve lugar a 14 de dezembro de 1924 em Roma.
Respighi utilizou a natureza como ponto de partida no sentido de evocar memórias e visões, já que as milenares árvores que caracterizam a região romana foram testemunhas de um sem número de acontecimentos históricos da vida da Cidade Eterna.
Os quatro movimentos da obra são apresentados sem interrupções

1. Il pini di Villa Borghese (Os pinheiros da Vila Borghese): O movimento inicial, procura descrever as alegre brincadeiras das crianças entre os pinheiros, que descrevem as brincadeiras de dança, batalhas ou de roda. Breves motivos nos metais e nas madeiras, sobre a cintilância das cordas, representam estas cenas. “Todos se embriagam de gritos como os das andorinhas ao anoitecer; a acabam por fugir em enxame”.

2. Il pini presso una Catacomba (Os pinheiros próximos a uma catacumba): De maneira brusca e inesperada surge a segunda parte. Os registros graves da orquestra sugerem a sombra dos pinheiros projetada sobra uma catacumba. Cordas divididas e trompas, todos com surdinas, sugerem cenas misteriosas e de penumbra; nessa atmosfera, houve-se um trompete distante, que toca uma espécie de hino. As harmonias modais dão um sentido arcaizado a este seção, onde os trombones desenrolam uma melodia inspirada no canto gregoriano. “O tema do trompete espalha-se solenemente como um hino que se desvanece”.
3. Il pini del Gianicolo (Os pinheiros do (monte) Janículo):Na terceira parte, abre-se a cena com uma cadência do piano. Um clarinete solo sobre os trêmulos das cordas, com algumas intervenções da harpa enquadram emolduram um canto do rouxinol – é a primeira vez que se utiliza numa partitura a presença de um canto de pássaro gravado em fita magnética, intervenção esta prevista na partitura original.
4. Il pini della via Appia (Os pinheiros da via Áppia)
Finalmente o último movimento no qual o compositor desejou lembrar um cena da antiga Roma. “Alvorada nebulosa na via Áppia. A campainha trágica é vigiada por pinheiros solitários. Na fantasia do poeta aparece uma visão de glórias antigas: soam as trompas e um exército consular irrompe (...), para ascender ao triunfo do Capitólio”
Extraido do livro: Guia da música sinfônica de François-René Tranchefort - Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro

3 comentários:

Anônimo disse...

adoro esta obra! é magnífica!

EMANUEL MARTINEZ disse...

Galega.Interessante seu apelido/nome. Realmente estas obras são maravilhosas, não só os pinheiros, como as fontes e as outrs obras deste genste gênero. Respighi gostava deste tipo de linguagem descritiva

Cristian disse...

Parece muito interessante, eu achei muito rico ouvir, eu acho que em algum momento eu gostaria de repetir a experiência ou simplesmente para ir ouvir Pinheirosviver, sentir todas as sensações que são necessárias para o máximo de prazer.