quarta-feira, 20 de junho de 2007

MOZART, W. A. - SINFONIA 40 - em Sol menor - KV 550

Das 16 sinfonias escritas entre 1773 e 1788, esta é a única sinfonia em tom menor. Existem originalmente duas versões, uma de 25 de julho de 1788, escrita para 1 Flauta, 2 Oboés, 2 Fagotes, 2 Trompas e Cordas (I e II Violinos, 2 Violas, Violoncello e Contrabaixo)



Já a segunda versão a orquestração é acrescida de dois Clarinetes: 1 Flauta, 2 Oboés, 2 Clarinetes, 2 Fagotes, 2 Trompas e Cordas (I e II Violinos, Viola, Violoncello e Contrabaixo). Esta é a versão mais executada e foi escrita entre 1788 e 1791 em Viena.




O primeiro movimento: Molto Allegro, em Sol menor, no compasso binário de 2/2. As Violas em um desenho rítmico desenvolvido sobre colcheias acompanham o tema apresentado pelos Violinos.


O segundo tema (compasso 44) é tripartido, sendo que a primeira parte é apresentado pelas cordas, após compasso de pausa geral para toda a orquestra, e a continuação, apenas um compasso, é apresentado pelos Clarinetes e Fagote, voltando a apresentação temática para as cordas.



O Desenvolvimento inicia-se após sinal de repetição quando se ouve dois acordes bruscos, dando lugar a uma passagem em p iniciada pela Flauta, Oboé e Fagote.




Todo este desenvolvimento aparece sobre o principal motivo do primeiro tema, aí Mozart diverte-se ao seu modo, modulando e invertendo este motivo ao belo prazer de sua genialidade. A reexposição (compasso 164) surge depois de uma transição dos sopros (compasso 160) com elementos novos. A abordagem do segunda tema aparece na tonalidade de Sol menor.




O primeiro movimento conclui com uma pequena Coda baseada sobre o tema inicial.




O segundo movimento: Andante está na tonalidade de MIb MAIOR no compasso 6/8. A maior parte dos movimentos lentos de Mozart são estruturados sobre Cantilenas, o que não é o caso deste movimento que é baseado num pequeno motivo. O movimento inicia-se com uma pequena introdução imitativa nas Violas e II Violinos, passando o tema ao I Violino, tendo seu germe melódico baseado na passagem dos instrumentos graves.





O segundo tema surge repentinamente (compasso 20) da tonalidade de SIb MAIOR, de um f seguido de um motivo incrustado por fusas, logo retomado pela Flauta, seguindo-se um longo diálogo do motivo por toda a orquestra.




Após o sinal de repetição Mozart expõe os elementos rítmicos e melódicos de ambos os temas.




As cordas retomam a forma original da exposição do primeiro tema a partir do compasso 75 passando por um constante movimento cromático modulatório até à conclusão do movimento.




O terceiro movimento: Menuetto - Allegretto, na tonalidade de Sol menor em compasso ternário simples. O tema aparece de forma vigorosa e enérgica desde o começo do movimento,



seguido de um bem humorado Trio. As cordas são as primeiras a expor os elementos melódicos em SOL MAIOR,



seguido da resposta dos sopros, surgindo na seqüência um canto pastoril das trompas encaminhando para o encerramento antes da repetição do Menuetto.



O quarto e último movimento é um Allegro assai enérgico em compasso binário.




Uma sucessão de notas rápidas e arpejos compõe uma ponte para o surgimento do segundo tema apresentado pelas cordas seguido pelos sopros.








O momento mais atraente está em seu desenvolvimento marcado pelo arpejo inicial do movimento. Várias tonalidades se sucedem (Si menor, Ré menor, Sol menor, Do menor, Fá menor) antes de surgir um momento fugado (compasso 160) de grande brilhantismo apoiado pelos instrumentos de sopro.





Um acorde de sétima diminuta marca o início da repetição. O primeiro tema é retomado apenas uma vez e o segundo tema surge na tonalidade de Sol menor, encaminhando assim para a Coda final do movimento, encerrando-se a Sinfonia de forma magistral.





Coda Final.




BIBLIOGRAFIA

HÖWELER, Casper - "Enciclopedia de la musica". Editorial Noguer – Barcelona 1967
ZAMACOIS, Joaquín - "Curso de Formas Musicales". Labor – Madrid – 1985
HODEIR, André - "As formas da música". Arcádia – Lisboa/1970
BAS, Julio - "Tratado de la forma musical". Ricordi – Argentina – 1977
UPTON, P e BOROWSKI, F. - "O livro das grandes sinfonias". Globo/1949
McLEISH, Kenneth e Valerie - "Guia do ouvinte de música clássica". Zahar – 1986
MARIZ, Vasco - "Dicionário Biográfico Musical". Philobiblion - 1985
MASSIN, Jean & Brigitte - "Historia da Música Ocidental". Editora Nova Fronteira (1997)
TRANCHEFORT, François-René - "Guia da Música Sinfônica". Nova Fronteira – 1990
CANDÉ, Roland - "Dictionaire des Musiciens". Microcosme – 1964
MOZART, W. A. - "Symphonie Nr. 40" - partitura. Edição Bärenreiter - München

MOZART, W. A. - Concerto para oboé e orquestra em Do maior, KV 314 (285d)

Mozart escreveu este concerto inicialmente para oboé e mais tarde transcreveu este mesmo concerto para a tonalidade de Re maior, destinada á flauta.
Foi composto durante o verão de 1777 para Giuseppe Ferlandis, oboista da capela de Salzburgo.
O primeiro movimento em compasso quaternário inicia com uma introdução orquestral introduzindo o oboé solo com uma escala que conclui com uma nota longa sustentada. Esse tipo de escrita era muito peculiar para os castrati com o objetivo de valorizar o fôlego e o virtuosismo do cantor. O acompanhamento do oboé solo é basicamente feito com a orquestra de cordas.
O segundo movimento, em compasso ternário é contrastante com o primeiro mostrado pela ternura da linha melódica. O movimento inicia-se com uma pequena introdução orquestral introduzindo o oboé solo que logo apresenta o motivo orquestral de forma modificada.
O terceiro movimento em compasso binário na forma de Rondo. O tema principal deste movimento serviu de motivo para a ária da ópera do “Rapto do Serralho” – Welche Wonne, welche Lust.Após a primeira apresentação da flauta solo a orquestra introduz o segundo tema com imitações.

MOZART, W. A. - CONCERTO PARA FLAUTA E ORQUESTRA EM RE MAIOR - KV 314

Mozart escreveu este concerto inicialmente para oboé na tonalidade de do maior e mais tarde transcreveu este mesmo concerto para a tonalidade de re maior, destinada á flauta.
Foi composto durante o verão de 1777 para Giuseppe Ferlandis, oboista da capela de Salzburgo. Seus traços denotam a influencia francesa.
O primeiro movimento em compasso quaternário inicia com uma introdução orquestral introduzindo a flauta solo com uma escala que conclui com uma nota longa sustentada. Esse tipo de escrita era muito peculiar para os castrati com o objetivo de valorizar o fôlego e o virtuosismo do cantor. O acompanhamento do oboé solo é basicamente feito com a orquestra de cordas.
O segundo movimento, em compasso ternário é contrastante com o primeiro mostrado pela ternura da linha melódica. O movimento inicia-se com uma pequena introdução orquestral introduzindo a flauta solo que logo apresenta o motivo orquestral de forma modificada.
O terceiro movimento em compasso binário na forma de Rondo. O tema principal deste movimento serviu de motivo para a ária da ópera do “Rapto do Serralho” – Welche Wonne, welche Lust.Após a primeira apresentação da flauta solo a orquestra introduz o segundo tema com imitações.

MOZART, W. Amadeus - Concerto No. 1 em sol maior para flauta e orquestra, KV 313

Primeira obra concertante após a sua partida de Salzburgo. Escrito em Mannheim entre 25 de dezembro de 1777 e 14 de fevereiro de 1778. Mozart claramente não gostava da flauta, mas escreveu este concerto a pedido.
O primeiro movimento abre-se sobre o primeiro tema apresentado pela orquestra é logo retomado pelo solista exigindo-lhe grande destreza e controle respiratório. Segue-se um segundo tema formado por notas longas.
O segundo movimento, uma das mais belas páginas da obra. As cordas criam um clima melancólico formado pela utilização das surdinas e o pizzicato nas cordas graves.
Após o uníssono da orquestra, surge uma melodia cantante, logo retomada pelo solista.O terceiro e último movimento, um Rodo em um tempo di minuetto, cujo tema é apresentado pelo solista a partir do primeiro compasso, sendo seguido pela orquestra. Os diversos intermezzos dão ao solista a possibilidade de brilhar em suas passagens brilhantes e rápidas, em uma série de variações. A Coda é confiada ao solista marcada pelos cromatismos, sendo seu final confiado à orquestra.

MOZART, W. A. - Concerto para violino, piano e orquestra em re maior KV. Anh.56 (KV 315F)

É um fragmento original de Mozart, reconstituído por Phillip Wilby.
Quando Mozart viajou a Paris nos anos de 1777 e 1778, hospedou-se por duas vezes na residência do Duque de Mannheim, na Alemanha, num total de 176 dias, na esperança de ser nomeado regente da corte, o que não aconteceu.
Mozart conheceu em Mannheim, a principal orquestra da Europa de então. Na ocasião conheceu o diretor da orquestra, Christian Cannabich, que o apresentou aos músicos, muitos deles freqüentavam a corte de Mannheim. O Spalla da orquestra, Ignaz Fränzl (1736-1811), era considerado um dos mais virtuoses violinistas da época. Em sua segunda viagem a Paris, Mozart já estava escrevendo o concerto para piano, violino e orquestra, com o intuito de tocá-lo com o violinista Fränzl. Mozart escreveu a seu pai a 12 de novembro de 1778, dizendo: “Como em Paris, aqui está se organizando uma academia de amadores, cujo regente é o senhor Fränzl com seu violino. Por esse motivo estou escrevendo um concerto para piano e violino”. Uma apresentação dessa obra chegou a ser programada, no entanto Mozart são conhecidos apenas 120 compassos do primeiro movimento.
Sobre essa obra, no catálogo Köechel de 1862, encontramos as seguintes observações:
“... o ritornello (a primeira parte) é um dos mais magníficos e lindos trechos que Mozart já escreveu... Os violinos começam em piano... nisto segue um forte esplêndido de 63 compassos... O violino principal tem o primeiro solo de 11 compassos, seguindo-se o piano também com 11 compassos, continuando com um breve forte em todo o acompanhamento. Finalmente os dois solistas tocam alternando-se nos 21 compassos... Nestes solos ainda falta o acompanhamento...”
No final dos anos 80, o violinista, compositor, cientista musical e professor inglês Philip Wilby (1949), empreendeu a tentativa de completar esta obra inacabada.
Em primeiro lugar, Wilby completa o primeiro movimento com o material existente, orientando-se em obras instrumentais parecidas do compositor criadas no período, como a Sinfonia Concertante KV 320b (frag), KV 364 e KV 365. Wilby trabalha cada parte, relacionando os solistas e os tuttis. Wilby não teve a intenção de criar novas idéias, mas como ele mesmo diz em uma entrevista de 1985 para a televisão, cada parte escrita é autêntica, ou seja, é comprovadamente original de Mozart, tiradas de outras obras do autor.No segundo e terceiro movimentos, Wilby escolhe movimentos da Sonata para violino em re maior – KV 306 – que foi concebida de forma concertante e criada na mesma época. Wilby, transcreve os dois movimentos com o acompanhamento da orquestra, deixando as partes solistas na sua essência, como Mozart as escreveu.

MOZART, W. A.- Serenata Haffner, em ré maior - KV 250

Elisabeth Haffner, filha do prefeito de Salzburg, casou-se com Franz Xaver Späth dia 22 de julho de 1776. Para celebrar o casamento, seu pai Sigmund Haffner, encomendou a Mozart uma obra para ser executadas nas comemorações nupciais, obra esta que foi executada no dia anterior dentro das festividades pré-nupciais, recebendo desta forma o codinome de Serenata Haffner, tornando-se assim conhecida. Seis anos mais tarde o prefeito Haffner foi enobrecido e para a ocasião encomendou outra obra, uma Sinfonia, que Mozart escreveu mantendo a mesma tonalidade de re maior, a de No. 35, (KV385) que também recebeu o codinome de Sinfonia Haffner.
Na véspera do dia da estréia, Mozart escreveu à guisa de abertura a Marcha (KV 249), num maestoso vigoroso, que anuncia pomposamente o primeiro movimento – allegro molto.

A serenata possui 8 movimentos, sendo que 3 deles são minuetos. Os minuetos intercalam-se entre o segundo e o terceiro, quarto e sexto e entre o sexto e o oitavo movimentos:

1. Allegro maestoso – Allegro molto
2. Andante
3. Mennuetto
4. Rondo - allegro
5. Menuetto galante
6. Andante
7. MenuettoAdagio – Allegro assai

Escrita para 2 violinos, viola, contrabaixo, 2 oboés, 2 flautas (no segundo Menuetto), 2 fagotes,
2 trompas, 2 trompetes.

Suas imponentes dimensões e sua numerosa orquestra emprestam, no entanto, à obra, um peso que passa bem além da circunstância anedótica. Em primeiro lugar, por sua estrutura: cinco movimentos (dos quais dois Menuettos para honrar as exigências do gênero) escritos para orquestra e que deviam seguir-se como os de uma sinfonia, se o compositor não houvesse optado perturbar essa ordem, intercalando, entre o primeiro e o segundo movimentos, as três partes de um concerto em sol maior (tom da subdominante) destinado ao violino. Quanto à sua riqueza orquestral, ela recorre à orquestra em toda a divercidade de seus timbres (flautas, fagotes, trompetes), em uma trompa que vão do brilho mais vivo aos matizes mais sutis. E incontestável que Mozart, envaidecido pela importância de tal encomenda, empenhou-se em aplicar nela todo o seu talento. Mas, ainda mais do que em suas outras obras da mesma época, seja no plano da forma como no da expressão, ele supera as limitações do estilo "galante". quando não lhe foi pedido mais do que brilho. No momento em que sua glória local abre-lhe a porta dos mais prestigiosos salões, ele se afirma com segurança em uma composição da qual nem sempre tem sido apreendida a importância.
Na véspera do dia da estréia da serenata, o músico escreveu, à guisa de abertura, a Marcha KV 249, Maestoso num vigoroso 4/4, em ré, que anuncia, um pouco pomposamente, o primeiro movimento.
1. Allegro maestoso (em re, em 4/4). Allegro molto (em 2/2): uma Fermata separa os dois temas da primeira parte desse movimento; um deles favorece. primeiro, o ritmo, nos dois primeiros compassos, depois a melodia (graças a um breve desenho dos oboés e das trompas sobre um acompanhamento escondido pelos segundos violinos); o outro, após um ritornelo, mais lírico porém sempre solidamente sustentado pela mesma base rítmica. Ainda outra Fermata e estamos no Allegro molto em 2/2 que começa com um primeiro tema esplendoroso, de início em uníssono, depois entregando aos sopros a segunda parte do Allegro maestoso antes de um deslumbramento ritornelo que vài se ampliando. Um desenho das cordas e eis o segundo tema, cuja melodia não esconde por muito tempo a tendência para a agitação, como o revela o ritornelo que o conclui e que, após uma escala ascendente de lá, ainda faz ouvir a breve melodia dos oboés e das trompas já mencionadas. O desenvolvimento, que começa depois da repetição, é uma página estonteante de invenção, que retoma o material já ouvido em uma tentativa de unificação que se toma patética por suas numerosas modulações. A repetição, de início sem mudanças, expande-se em uma cada impressionante e termina da forma mais inesperada por um fragmento de escala descendente de ré, relembrando o começo desta página espantosa que múltiplas audições jamais tomam cansativa.
2. Andante (em sol, em 3/4); após um Prelúdio cheio de ternura, o violino solo faz ouvir o tema inicial do primeiro movimento do concerto intercalado (tema que apresenta completo o que fora apenas esboçado no Prelúdio), seguido de sua resposta e de um ritornelo orquestral; esse último introduz o tema próprio do solista e sua resposta, em re, aos quais sucede-se uma breve figura orquestral logo antes da cadência do violinista. Uma última reprise do tutti inicial na dominante traz o desenvolvimento - trabalho temático sobre elementos já conhecidos, com modulações e imitações. Quanto à repetição, consideravelmente variada, esta retoma também o tema do desenvolvimento. A volta do tutti inicial precede a cadência livre do solista antes da conclusão, na mesma atmosfera de graça serena que envolve esses poucos momentos de cores.
3. Menuetto (em sol menor, em 3/4): paradoxalmente, o solista é menos herói deste movimento do que a orquestra. Escandidos com vigor, seus dois temas são dramáticos porém ao mesmo tempo plenos de energia, com respostas em eco; e a ordem dos temas, invertida quando de sua reaparição, acentua ainda mais a sensação de mal estar. O trio em tom maior é, em compensação, reservado ao violino solo: dois ternas de uma elegância muito ligeiramente lânguida, apenas sublinhados pelas quentes cores dos sopros, em um clima de tranquilidade que contrasta com a animação do Minueto.
4. Rondó Allegro (em sol, em 2/4): em saltos e reviravoltas, o tema deste Rondó é antes de tudo rítmico, e sua primeira parte voltará muitas vezes ao longo desta página que apresenta as características dos rondós italianos (de elementos múltiplos) e franceses (a repetição de certas frases). Encontramos nele, além disso, ecos desde o começo do primeiro com intermédio que, após uma passagem na qual o solista tem de enfrentar passagens rápidas fulgurantes, cede o lugar a uma nova melodia graciosamente variada e omada. Após o retomo do tema inicial vem o intermédio menor, em mi, e depois, repentinamente, sempre em tom menor, o tema inicial reaparece no solo e depois na orquestra, variado, até nova fermata, depois do que vamos encontrá-lo novamente, porém na tonalidade inicial. Ele cede o lugar a um novo intermédio marcial no qual o solista é sustentado pelos acordes dos sopros (que desempenham papel mais ativo aqui do que no resto do trecho), antes de os violinos começarem a fazer ouvir as figuras em semicolcheias do tema. Uma nova fermata, uma nova volta do tema, e então retomam os elementos já ouvidos, belamente variados, até que ecos do tema inicial (decididamente um importante fator de unificação) conduzem à cadência livre do solista e, depois, à conclusão.
5. Menuetto Galante (em re, em 3/4): dois temas bem distintos formam a primeira parte desse Minueto, o primeiro rítmico, em tutti, o segundo melódico, exposto pelo primeiro violino. A segunda seção retoma até a coda uma parte do material da anterior, variada e decorada com cores orquestrais mais contrastadas. O trio é em re menor e em duas partes, a segunda plangente e desolada, sobre o acompanhamento insistente de tercinas dos segundos violinos. Dramaticamente, o contraste com a superioridade do Minueto é perfeito, principalmente porque os sopros praticamente não tomam parte no trio. E a atmosfera é estranhamente poética e atormentada, insólita em um tal contexto.
6. Andante (em la, em 2/4): colocado sob o signo da variação, esse movimento apresenta, por outro lado, a originalidade de fazer o oboé intervir como solista. Os violinos expõem de início um tema cantante e de ritmo alegre, retomado e variado, seguido por um refrão. Após a apresentação do segundo tema pelos primeiros violinos, é o oboé que o assume, antes do retomo do refrão que seguia o primeiro tema; O desenvolvimento abre-se no tom relativo de fa sustenido menor, e o acompanhamento incessante de uma breve figura muito ágil das cordas dá uma curiosa impressão de instabilidade; ele termina com uma passagem inteiramente nova no tom principal, que segue a rememoração de um elemento da primeira parte. A repetição é, também, muito variada, assim como a longa coda final, sem que se possa jamais se queixar da menor monotonia, e sempre com a permanente pre- ocupação com a unidade que caracteriza esta serenata em seu conjunto.
7. Menuetto (em ré, em 3/4): um pouco mais curto do que o Menuetto galante anterior, esse movimento muito ritmado, que recorre toda a orquestra, é composto por um tema em duas partes, não passando a segunda de uma variação da primeira. No primeiro trio em sol, também este em duas partes, flautas e oboés dominam a orquestra com suas sonoridades penetrantes. Após a retomada do minueto, um segundo trio em re (e em duas partes) ressalta ainda os timbres das flautas e do conjunto dos sopros, opostos às cordas, com vigor expressivo e cheio de originalidade.
8. Adagio (em 4/4, em ré), Allegro assai (em 3/8, em ré): é por um longo Prelúdio Adagio, formado por um tema e sua resposta, de contrastes bem marcados, com gradações que vão de pp a f, que começa este último movimento. Ele encadeia-se com um Allegro assai introduzido pelos violinos antes da entrada da orquestra toda. O primeiro tema, sobre um envolvente ritmo de caça, é seguido, após seu ritomelo, por um segundo, em lá, que comporta também ele um enérgico ritornelo pontuado de escalas descendentes em semicolcheias; depois disso volta, em lá, o princípio do tema inicial que ainda tomamos a encontrar para abrir o desenvolvimento, engraçada diversão já que consiste, de início, num trabalho sobre o primeiro tema, habilmente variado, e enriquecido por diversas modulações, antes que um outro motivo introduza a repetição muito concisa, apresentando também o primeiro tema em menor. E essa invenção sem freios continua até a Coda apresentando, de modo por vezes inesperado, certos elementos anteriores até os últimos acordes.

MOZART, W. A. - Requiem em Ré Menor - K 626

No ano de 1791, após regressar de Praga, Mozart começou a trabalhar imediatamente no Requiem, tarefa de que se ocupou com excepcional esforço e interesse. Continuava, porém, muito doente e oprimido. Sua esposa compreendia isso e sofria com a situação, esforçando-se, contudo, para aliviar a deterioração da saúde do marido. Um dia levou-o a passear até o Prater, para distraí-lo, e, enquanto os dois estavam a sós, Mozart começou a falar sobre a morte, insistindo que estava escrevendo o Requiem para si mesmo. Nesse momento vieram-lhe lágrimas aos olhos e, quando Constanze tentou afastá-lo desses pensamentos lúgubres, ele respondeu: “Não, não, sinto isto com muita força; não durarei muito, certamente fui envenenado! Não consigo libertar-me destes pensamentos.” Esta conversa impressionou demais o coração da esposa, que mal conseguiu consolá-lo e demonstrar que a melancólica imaginação do marido não tinha fundamento. Ela estava convencida de que a doença do marido se agravava e que a composição do Requiem era por demais exaustiva para ele. Consultou o médico e conseguiu que ele parasse de compor por algum tempo. Realmente, ele melhorou um pouco e até conseguiu terminar uma pequena cantata (Eine Kleine Freymaurer Kantata, K. 623), cuja estréia foi um sucesso. Animado, pediu a Constanze a partitura do Requiem para continuar o trabalho. Essa melhora durou pouco. Vieram novamente os desmaios e ele mergulhou na antiga depressão, até ser obrigado a recolher-se ao leito, condição da qual, infelizmente, nunca mais se recuperou. Mozart manteve-se consciente durante a doença, até o final. Morreu serenamente, mas com relutância. No dia de sua morte, pediu para ver a partitura do Requiem: “Eu não disse que estava escrevendo este Requiem para mim mesmo?”, disse. Pouco tempo antes de morrer, Mozart reuniu seus alunos Süssmayr e Eybler e sua esposa Constanze; os quatro cantaram algumas partes do Requiem. Em alguns momentos, se sentia tão oprimido que começava a chorar. Quando estavam juntos, ele teria dito que gostava muito do Recordare. Nesse momento, deu instruções a Süssmayr para orquestrar e completar a orquestração das partes que faltavam, mostrando que a fuga inicial do Kyrie deveria ser repetida e as partes incompletas, que já estavam esboçadas, ele recomendou a seu aluno como deveriam ser preenchidas. Foi certamente por este motivo que Süssmayr escreveu mais tarde para Breitkopf, de Leipzig, dizendo que havia escrito a parte principal deste Requiem, mas, como observou Constanze, qualquer um poderia terminar o trabalho, baseado nas direções e indicações precisas de Mozart. Até mesmo porque nada que Süssmayr produziu, antes ou depois, se compara a obra de Mozart. Portanto, para nós, as pesquisas recentes mostram que o Requiem foi composto integralmente por Mozart, limitando-se seu aluno a transpor para o papel aqueles esboços que o mestre deixara com as instruções a serem seguidas. Outro comentário O mais antigo texto de Requiem, ou missa de mortos, de que se tem notícia, data do século IV: "Introitus - Requiem aeternam", com citação do IV Livro de Esdras, livro não canônico. Fontes existentes do século IX demonstram como o gênero começa, a partir de então, a ganhar autonomia formal. O Requiem tem seu início no ano de 998, quando foi estruturado não só para ser oficiado em todos os dias 2 de novembro, mas também em outras ocasiões, como velórios oficiais, por exemplo. O fim de seu uso dá-se com o Concílio Vaticano II (1962-65), inicialmente com a supressão do Dies irae e, mais tarde, em 1969, com a decretação do fim do ofício, por conseguinte, da produção musical do gênero dentro da Igreja. A sua forma nada mais é do que uma forma particular ou variada da Missa Ordinária, da qual utiliza o Kyrie, o Sanctus, o Benedictus e o Agnus Dei. O Gloria é naturalmente excluído, não apenas por seu caráter alegre e jubiloso, mas também por simplesmente não existir à época como peça cantada. No serviço religioso, o Requiem nasceu como um gesto de amor ao membro da comunidade, na ocasião de sua morte. Era realizado na igreja, após a chegada da procissão que trazia o corpo da casa do falecido, em meio ao cântico de salmos. Ao fim do Requiem era entoado o cântico “In paradisum” com palavras de acompanhamento, ao ser o corpo retirado e transportado da igreja para o cemitério "Dum corpus effertur ex ecclesia"). Considerando a morte como "aniversário" da vida eterna, a fé cristã na ressurreição e no corpo como "Templo do Espírito Santo" e semente para uma nova forma, o cnto de salmos e hinos em ocasiões de morte passaram a se constituir "cristiana traditio" a partir de São Jerônimo (séc.IV), diferenciando-se e opondo-se à noção helenística da imortalidade da alma, assim como da prática judaica da lamentação pelos mortos. Já a prática da encomenda de missas para o defunto no 3º, 7º, 9º e 30º ou 40º dia de morte explica a encomenda de Requiem a compositores, como nos casos de Schütz (Musikalischen Exequiem) e Mozart (Requiem).
Traduções e comentários sobre as partes do Requiem de Mozart
1 – Introitus - coro: Dai-lhes, Senhor, o repouso eterno, e a luz perpétua os ilumine - soprano-solo: A Vós, ó Deus, devemos dirigir nosso louvor, em Sião - coro: Ouvi minha oração! A Vós virão todos os mortais. É o mais antigo texto do conjunto do Requiem. Dele já se tem notícia desde o século I, retirado do citado Livro IV de Esdras, não canônico. É curioso notar que descanso eterno não é, em nenhum lugar da Bíblia, sinônimo de vida eterna. Para o surgimento de tal conceito existem três possibilidades, sendo a primeira a do descanso na Terra Prometida (Canaã), após 40 anos de êxodo, quando a vida judaica nômade-extrativista se transforma em sedentária agropecuária; a segunda, opondo descanso às atribulações da vida, descrito no Livro de Jó, 14,1: "O homem, nascido de mulher, tem a vida curta e cheia de tormentos". A terceira e mais provável encontra-se na noção do descanso sabático, após a realização de obras. É a que, bíblica e teologicamente, mais se aproxima do sentido original da noção de Requiem aeternam, ou seja, repouso eterno. Como Deus repousou, assim também o homem. Sendo o Cristianismo centrado na ressurreição dos mortos, o repouso se daria entre o período de morte e do Juízo Final, previsto pelo Apocalipse. (Textos que reforçam tal sentido: Hebreus 4,9; Apocalipse14, 13; Jeremias 6, 16; Isaías 57, 1-2 ; Mateus 11, 29)
2 – Kyrie - coro: Senhor, tem piedade de nós; Cristo, tem piedade de nós! Ato penitencial. Oração no sentido de uma súplica e não a de uma invocação após uma confissão de pecados ou da própria condição de pecador.
3 – Sequentia (Dies irae, Tuba mirum, Rex tremendae, Recordare, Confutatis, Lacrimosa) A sequência "dies irae" é a parte mais dominante e abrangente da composição do Requiem. O seu foco central está no fim das coisas e no Juízo Final, para o povo de Deus e demais povos e nações.
a) Dies irae - coro: Dia da ira, aquele dia, tudo será cinza, diz Davi, diz a Sybilla. Quanto tremor há de haver quando o Juiz vier pedir contas de nossas obras. Este Dia do Senhor já nos é testemunhado pelo profeta Amós (5,18-20). Porém, na Seqüência, a testemunha deste Dia não é Amós, mas Davi, muito provavelmente em sua visão da ira de Deus descrita no Segundo Livro de Samuel (22, 5-16). Junto a esta visão surge ainda a figura de Sibylla, que nos remete a apócrifos dos séculos II a VI de nossa era, reunidos numa coleção judaico-cristã de oráculos, sentenças e provérbios conhecida como Oracula Sibyllina, que imitam o gênero greco-romano de oráculos sobre o além.
b) Tuba mirum - baixo: A terrível trombeta soará onde haja mortos para chamá-los ante o trono. - tenor: Morte e Natureza se horrorizarão, quando ressuscitarem os mortos para a prestação de contas - contralto: Quando o Juiz se sentar, tudo o que está oculto aparecerá, nada ficará impune - soprano: Ai de mim, que direi, que protetor invocarei, se o próprio justo não se sente seguro? Esta "terrível trombeta" não é uma das sete trombetas do livro do Apocalipse (8,2), mas, como o Introitus, foi retirada do Livro IV de Esdras, onde se lê no capítulo 6, 23: "A trombeta soará com vigor. Todos a ouvirão e se horrorizarão." Também no Novo Testamento encontramos alusões sobre esta trombeta no fim dos tempos, como em Mateus 24, 31 e 1 Cor 15, 52.
c) Rex tremendae - coro: Rei de temível majestade, que salvais só por Graça, salvai-me, fonte de piedade! Aqui o texto passa para a primeira pessoa, assim seguindo até o fim. Aparece o contraponto entre a dimensão da salvação através da graça e a salvação puramente "técnica" no Juízo Final, realizada segundo as obras. A Jesus Cristo, então como juiz investido e autorizado por Deus para agir e julgar segundo seus critérios e vontade, implora-se a piedade.
d) Recordare - quarteto solista: Recordai, ó bom Jesus, fui causa de Vossa cruz. / Não me percais nesse dia. / Buscando-me, sentastes fatigado, pela cruz me resgatastes, não seja vão o Vosso trabalho. Juiz do justo castigo, concedei-me o perdão antes do Dia do Juízo./ Gemo, por sentir-me culpado, minhas faltas ruborizam minha face; suplicante, Deus, peço-Vos perdão! / Vós que perdoastes Maria Madalena e ouvistes o ladrão em sua prece, dai-me também esperança./ Minhas preces não são dignas, mas Vós, que sois misericordioso, fazei que eu não queime no fogo eterno. / Colocai-me entre as vossas ovelhas, separai-me do inimigo, colocando-me à Vossa direita. Uma alusão à teoria da predestinação difundida a partir do século V por Santo Agostinho, um dos "Pais da Igreja". Segundo a mesma, já estaria escrito os que iriam se salvar e os que já estariam condenados. Citando Madalena e o "bom" ladrão, que foram perdoados, o fiel pede a Jesus que não se esqueça da razão de sua Cruz e tenha misericórdia dele.
e) Confutatis - coro masculino: Atirados os malditos às terríveis chamas, - coro feminino: acolhei-me entre os benditos. - coro misto: Oro suplicante e prosternado, com o coração contrito como a cinza. Tomai conta do meu fim. Aqui, uma expressão típica dos frutos da repressão religiosa, exercida em forma de ameaça às almas: o protagonista pensa só em si e pede para estar entre os escolhidos. Posições como esta, no passado na igreja romana, mais tarde no protestantismo puritano e hoje em dia em meio à denominações fundamentalistas, causaram e causam enormes estragos à fé cristã. Afinal, a Graça de Deus e a essência do Cristianismo não se reduzem à postura dos que querem apenas o melhor para si próprios.
f) Lacrimosa - coro: - Dia de lágrimas, aquele dia, em que o homem ressurgirá das cinzas para ser julgado. Poupai-os então, ó Deus, piedoso Senhor Jesus! Dai-lhes o descanso eterno! Última citação ao "Dia do Senhor", encerra o texto da Seqüência, com o discurso na primeira pessoa agora de forma um pouco mais generosa, com o fiel pedindo a misericórdia de Deus para os outros.
4 – Offertorium (Domine Jesu, Hostias)
a) Domine Jesu - coro: Senhor Jesus Cristo, Rei da Glória, livrai as almas dos fiéis defuntos, das penas do inferno e do lago profundo. Livrai-as das garras do leão. Que o abismo (tartarus) não as trague e que não caiam nas profundezas tenebrosas; - solistas: que São Miguel, com seu estandarte, as conduza para a luz santa, - coro: que outrora prometestes a Abraão e à sua posteridade. Requiem é uma Missa, uma liturgia eucarística, na qual é traçado um paralelo entre a morte de um cristão e a paixão e morte de Cristo. Em Jesus morre-se e ressuscita-se. Se Jesus é juiz, é também salvador. Offertorium é a oração que pede o livramento de todos os fiéis que morreram na fé e na esperança. O substantivo "tartarus", da mitologia grega, significa as profundezas da terra, onde Zeus aprisionava os Titãs, seus inimigos. Miguel foi o arcanjo que derrotou Lúcifer.
b) Hostias - coro: sacrifícios e orações vos oferecemos, Senhor; recebei-os pelas almas que hoje rememoramos: fazei-as passar da morte para a vida Na liturgia romana a cerimônia eucarística é a representação do sacrifício de sangue de Jesus como único e definitivo para a remissão dos pecados, em oposição à prática judaica de sacrifícios de animais como forma de purificação. A apresentação de ofertas e sacrifícios (não de sangue) da comunidade à Deus, através do seu pastor, deve ser demonstração de amor, solidariedade e intercessão da Igreja em seu papel advocatício pelos mortos de sua comunidade.
5 – Sanctus e Benedictus - coro: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos, o Céu e a Terra estão cheios da Vossa glória. Hosana nas alturas! - solistas: Bendito o que vem em nome do Senhor - coro: Hosana nas alturas! Biblicamente não existe uma ligação direta entre o Sanctus e o Benedictus, uma vez que o primeiro texto tem origem no AT (Isaías 6,2-3), quando serafins clamavam e diziam uns para os outros ”Santo, Santo, Santo é Iahweh dos Exércitos, a sua glória enche toda a terra”, e o segundo no NT (João 12,12), quando a multidão, sabendo que Jesus viera para Jerusalém, tomou ramos de palmeira e correu ao seu encontro para saudá-lo, clamando: “Bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!”. É o momento em que Jesus entra na cidade montado num jumentinho para a Páscoa judaica, quando seria imolado em sacrifício, cumprindo a profecia de Zacarias (9,9): “Exulta filha de Sião! grita de alegria, filha de Jerusalém! Eis que teu rei vem a ti, montado sobre um jumentinho”. A tradição cristã, colocando ambas as passagens entre o Ofertório e a Comunhão, saúda e aclama a chegada do Senhor, entendendo a fórmula ternária Santo, Santo, Santo como a invocação da Santíssima Trindade.
6 – Agnus Dei (Cordeiro de Deus) Nos primórdios do Cristianismo o Agnus Dei era entoado até a primeira "quebra" ou reparte do pão eucarístico. Após a divisão do pão eram então recitados os três pedidos: - Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós; - Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós; - Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, dai-nos a paz. Ao longo de todo o rito entoava-se em litania o miserere nobis. Ao fim, repetia-se o terceiro verso com o final dona nobis pacem, quando então os fiéis trocavam um "beijo da paz". A partir dos séculos X e XI, neste momento da Missa de Mortos, dizia-se não o dona nobis pacem, mas o dona eis requiem (dai-lhes o descanso).
7 – Communio “Lux aeterna” - soprano-solo: - Que a luz eterna os ilumine, Senhor, com vossos santos por todos os séculos, porque sois misericordioso - coro: (repete o texto da solista e conclui:) Descanso eterno dai-lhes, Senhor, por todos os séculos, porque sois misericordioso. Parte final da rubrica original do Requiem. Em Mozart, aparece dentro do Agnus Dei. Retornam as palavras iniciais Requiem aeternam (no Responsorium) e do Lux aeterna (Communio). Aqui Süßmayr foi instruído por Mozart para reexpor o tema inicial. O texto termina com as palavras "quia pius es" (porque és misericordioso), afirmando a condição de um Deus fiel e amoroso com os seus.

MOZART, W. A. - MISSA em do menor – KV 427

A “Missa em do menor” e o “Réquiem”, são sem dúvida nenhuma, as duas obras mais importantes de Mozart, no campo da música religiosa.
Pouco se sabe sobre a criação da obra, que ocorreu nos anos vienenses de 1782 e 1783, e muito menos ainda sobre sua primeira apresentação na igreja de Saint Pierre de Salzburg dia 26 de outubro de 1783.
Quando Mozart escrevia esta missa, estava passando por uma grande crise em sua atividade criadora, provocado por outras encomendas e até sobrecarga de alunos, que sem dúvida lhe traziam seus maiores dividendos financeiros.
Esta missa, foi a obra que pela primeira vez, Mozart escreveu por vontade própria e por iniciativa própria, sem se deparar com pressões que em geral eram provenientes da ocupação do posto que ocupava no serviço da igreja.
Em uma carta a seu pai, datada de 4 de janeiro de 1783, Mozart faz menção a uma promessa que lhe havia feito “do fundo do coração”, de escrever uma obra de ação de graças, pelo restabelecimento de sua esposa Constance Weber. Ele mencionou que “a obra que mais se aproxima deste objetivo, está semiconclusa”. Mozart abandonou o projeto no mês de maio, se observar os manuscritos incompletos da biblioteca nacional de Berlim.
Com efeito, as partes conclusas, são o “Kyrie”, o “Gloria”, o “Sanctus” e o “Benedictus”. O “Credo” não foi concluso a partir do “Et incarnatus est”, sem os instrumentos de coras e o “Agnus Dei” inexiste.
A obra fragmentada, tal como a conhecemos hoje, e após a virada do século, moveu diversos pesquisadores e musicólogos, na busca de maiores informações, destaco Helmut Eder e o maestro Alois Schmitt (1827-1902), tentaram completar a partitura. Foi um árduo trabalho de reconstituição. Manuscritos originais, assim como cópias antigas, tornaram-se difíceis de encontrar, especialmente depois da II Guerra Mundial. A edição realizada pelo maestro Schmitt, foi apoiada na primeira edição integral de 1840, com a ajuda de Johann Anton André, confrontando-a com a edição integral das obras de Mozart publicada em 1882. Estas edições vêm com o objetivo de complementar algumas lacunas do compositor, a nós desconhecidas.
O motivo pelo fato de Mozart não ter concluído sua missa, são desconhecidos. Um dos motivos, poderia estar diretamente ligado ao fato da apresentação de 26 de outubro, data da celebração de Saint Amand em Saint Pierre, segundo santo patrono da Abadia de Salzburg, patrono bem amado pelos jovens casais. H. C. Robbins Landon, mencionou que esta festa tinha uma particularidade, todo o “Credo” era omitido. Mozart não ignorava o fato, o que poderia explicar a ausência do material, nesta primeira execução. Em todo o caso, caso a obra fosse conclusa, a duração da obra teria depassado o quadro litúrgico.

Quando da primeira apresentação a 26 de outubro de 1783, apresentada por ele na Abadia beneditina de Saint-Pierre de Salzburg, tendo uma das partes de soprano cantada por sua esposa Constance.
Do ponto de vista estilístico, Mozart marca uma nova etapa em sua escrita. Na época ele assistia aos concertos dominicais ao Barão Gottfried van Swieten, onde tomou conhecimento com o contraponto e fuga de Haendel e Bach. Esta obra recebe inconteste a influencia destes dois compositores.
O “Kyrie”, resume seu Estado de espírito, se observarmos a tonalidade de do menor do coro inicial, mudando o caráter no “Christe”, que surge na tonalidade de mi bemol maior, onde o solo refinado do soprano parece utilizar-se dos melismas de alguma ária de ópera italiana. Alguns destes vocalizes sugerem lembranças do “solfeggien” KV 393, escritos por Constance em 1782.
Mas são sobretudo as oito seções do “Gloria” que afirmam a vontade do compositor a justapor estilos diferentes. O primeiro coro faz lembrar um oratório de Haendel com algumas alusões ao “Halelluja” do “Messiah”. No “Laudamus”, nos vem a lembrança de uma ária italiana de ópera. Após, um corte contrastante, oferece um coro a cinco vozes homofônico do “Gratias, Te Domine”, confiado a dois sopranos a às cordas. O poderio do “Qui tollis” para dois coros, surpreende. É uma passagem das mais trágicas da missa, tanto pelo motivo rítmico das cordas, como pelo tratamento harmônico e dinâmico dos coros. O “Quoniam”, que vem logo na seqüência traz a resposta, sobre a forma de “arabesques” a três vozes dos solistas (2 sopranos e 1 tenor) com tendências agudas, levando à direção do céu. O pórtico “Jesu Christe”, é um coro homófono de apenas seis compassos, precipitando na fuga do “Cum sancto spirito”, mostrando seu domínio sobre uma forma, a “fuga” que não é de seu uso, mas inspirado nas obras dos mestres Haendel e Bach.
O início do “Credo”, um Allegro maestoso , adota o tom da certeza – do maior – com escrita homofônica sublinhada pela evidencia da escrita orquestral. Quanto ao “Et incarnatus est”, nos leva à intimidade do mistério do nascimento de Cristo. O jogo da flauta, oboé e do fagote são contrapostos à voz em uma forma pastoral. Pelo menos, segundo Georg Nikolaus Nissen (Leipzig, 1828), biógrafo de Mozart, esta parte, teria sido destinada a celebrar o nascimento de seu primeiro filho, e este movimento teria sido escrito para sua esposa, que cantaria este movimento em homenagem a seu filho recém nascido. O “Sanctus”, de caráter solene, escrito para dois coros culmina com o “Hosanna”, escrito em um grande fugato, mas de caráter bem diferente do “Cum sancto spiritu”. É o coro de anjos louvando a seu Deus. Podemos perceber a influência de Haendel e de Bach. O “Benedictus”, reúne finalmente os quatro solistas. Mozart, faz desta página uma síntese do período barroco e clássico, unindo-se novamente ao “Hosanna”, num grande finale apoteótico, não conclusivo.
A obra original está assim dividida:


1. KYRIE – para coro a quatro vozes e solo de soprano
2. GLORIA – para coro a quatro vozes
· Laudamus Te – para soprano solo
· Gratias – para coro a cinco vozes
· Domine – para duo de soprano e mezzo soprano
· Qui Tollis – para coro duplo a quatro vozes
· Quoniam - para soprano, mezzo soprano e tenor solos
· Jesu Christe/Cum sancto spiritu – para coro a quatro vozes
3. CREDO – para coro a cinco vozes
· Et incarnatus est – para soprano solo
4. SANCTUS – para coro duplo a quatro vozes
· Hosanna – para coro duplo a quatro vozes
· Benedictus – para quarteto de solistas
· Hosanna – para coro duplo a quatro vozes

MOZART, W. A. - Missa da Coroação em Dó Maior - KV 317

Esta obra é formada pelas seguintes partes:
Kyrie eleison
Gloria in excelsis Deo
Credo in unum Deum
Sanctus
Benedictus
Agnus Dei
Foi no mês de março de 1779 que Mozart escreveu a Missa da Coroação. A origem e o sentido do título não são claros. A hipótese mais versátil é a de que ela faria alusão a uma imagem da virgem conservada num santuário nas rendondezas de Salzburg, a "Maria am Plaine". Sua coroação acontecera em 1751, e era comemorada com muita pompa a cada ano. Não se encontra na obra todo o poder do texto litúrgico, nem a aplicação absoluta da música sacra tradicional em latim, pelo menos num grau de perfeição mais poderoso que no gregoriano e na música litúrgica da Renascença. Mozart pensa nelas dentro de formas que lhe são naturais e é nestas formas que ele aplica o texto, rompendo mais de uma vez com sua estrutura interna.
O Kyrie se apresenta como forma tripartida que retornará e no qual o primeiro trecho, assim como o último, se desenrola juntamente com o coro e a orquestra, enquanto o trecho central, mais rápido, é confiado aos solistas (soprano e tenor), apresentando uma bela melodia que se voltará a ouvir na última parte.
O Glória, comporta temas variados, o que não impede de formar um complexo único e de apresentar uma coerência. É dedicado quase que inteiramente ao coro e ao conjunto orquestral, com exceção de uma intervenção muito breve dos solistas.
O Credo tem cinco partes bem distintas. A primeira é, no fundo, de forma-sonata inteiramente, com uma exposição, um tema central e uma reexposição, chegando ao fim sobre as palavras "descendit de caelis". Já o tema central começa sobre as palavras "et incarnatus est". Trata-se de uma passagem em adágio, o primeiro movimento em que os solistas intervêm e uma das passagens mais expressivas de toda a obra. A reexposição começa sobre as palavras "et resurrexit". Ouve-se novamente o tema principal num desenvolvimento rápido. Precedendo a repetição, um intermédio ("et in spiritum sanctum"). O tempo se torna mais lento e os solistas expõem um novo tema. A seguir, vem a repetição muito resumida da forma-sonata interrompida sobre as palavras "et unam sancta catholicam" que, retomada, é seguida de uma coda.
O Sanctus é bem tradicional; a primeira parte lenta é majestosa seguida de uma conclusão plena de dinamismo ("Hosanna").
Inteiramente confiado aos solistas, o Benedictus é lírico e melancólico. Uma melodia bela, de estilo rococó, tem aqui de particular que se compõe de unidades assimétricas de cinco compassos, algo raro em Mozart. O coro retoma a primeira metade do "Hosana" após o que se ouve uma vez mais o tema do Benedictus e, a seguir, o movimento que termina sobre a segunda metade do referido "Hosana".
O Agnus Dei compõe-se de duas partes distintas - tanto no plano da tonalidade como da temática. A primeira é uma ária de soprano em fá maior, a única ária solo de toda obra. Sob o ponto de vista melódico, aí se encontram elementos relevantes do gênero operístico. Por fim, a ária modula em direção a ré maior e a seguir há o retorno do Kyrie sobre as palavras "Dona nobis pacem", primeiramente pelos solistas e depois por todo o coro.

MOZART, W. A.- Kyrie in d

A origem desta obra é inserta. Tendo em vista a presença de clarinetes na obra, ela provavelmente tenha sido composta entre os anos de 1780 e 1781 em Munique ou em Salzburg, época que utilizou esses instrumentos na ópera Idomeneo.
Há também especulações, que este Kyrie tenha sido escrito no final de sua vida, e que este movimento integraria uma grande Missa Solemnis.Nas edições originais existem anotações como “Wien 1787-1791”, que poderiam supor que a obra tenha sido escrita neste período.

MOZART, W. A. - Exsultate Jubilate - KV 165 (158a)

É um moteto. O moteto, de origem incerta, mas os primeiros que se tem notícia datam do séc. XIII. Originalmente é uma composição vocal originada da clausula por adição de palavras aos melismas da segunda voz, que passou por isso a se chamar de motetus e eventualmente a uma terceira voz que foi chamada de triplum.
A linha melódica do moteto é praticamente silábica. É uma obra para vozes “a cappella” sobre um texto latino de caráter religioso. Os principais motetos são datados do século XVI, pertencentes á chamada polifonia vocal. O moteto, deste período é formado por uma sucessão de episódios que correspondem à formação do texto, não estando vinculado a qualquer limitação formal, ou estrutura pré-estabelecida.
Mozart designou duas de suas obras com este nome - moteto: o Ave Verum, obra para coro, órgão e orquestra de cordas e o Exsultate Jubilate. Ambas, são exceções dentro do gênero musical do moteto.
Esta obra de Mozart, por suas dificuldades e exuberantes coloraturas do Alleluja e por sua extensão, pode ser considerada um concerto para a voz de soprano coloratura e orquestra, dividido em quatro partes que representam três movimentos:
1. Exsultate, jubilate. Allegro
2. Fulget amica dies. Recitativo
3. Tu virginum corona. Andante
4. Alleluija. Allegro
Foi escrita em Milão, em janeiro de 1773 e é dedicada ao castrati Venanzio Rauzzini (1746-1810).

MOZART, W. A.- EINE KLEINE NACHTMUSIK – KV 525

Mozart escreveu diversas obras do gênero Cassazioni, Divertimenti e Serenatas. Em geral obras encomendadas para alguma comemoração ou festa palaciana de algum fidalgo.
Eine Kleine Nachtmusik, pequena serenata noturna, foi escrita em 1787, ano fecundo na vida composicional de Mozart, porque deste período aparecem D. Giovanni entre outras obras primas.
A maioria dessas obras eram de cinco movimentos, mas esta é composta por quatro movimentos. Alguns estudiosos acreditam que ela poderia ter tido um Minueto que tenha se perdido ou não estar associado a atual edição da partitura..
Obra originalmente escrita para orquestra de cordas, não sabemos para que ocasião ela foi destinada, no entanto é uma das obras mais discutidas e mais tocadas em todo o planeta.
O primeiro movimento composto por quatro temas, tem um caráter de marcha, embora delicado, cujo tema principal recebe aparatos ornamentais representados pelos trillos. Inicia-se em uníssono seguida por uma resposta dos primeiros violinos.
O segundo movimento, uma Romança, é lírica e um tanto sentimental, como pode sugerir o próprio codinome do movimento. Segundo as regras da composição, a serenata deveria possuir um Minueto logo após o primeiro movimento, ma como comentei acima, provavelmente este Minueto estaria perdido, ai segue-se este movimento lento e poético. O movimento é dividido em duas partes separadas claramente por barras de repetição. O canto aos poucos vai-se diluindo em imitações através das diferentes vozes da orquestra.
O terceiro movimento, um Minueto é formado por duas seções, como manda a regra, com um Trio antes da repetição final.
O quarto e último movimento, um Rodo, o violino conduz a dança em forma sonata, precipitando o tema com um arpejo staccato de três notas apenas. O tema é exposto duas vezes, e nesta partitura há a presença de ornamentações (grupetos). Este movimento possui dois temas que se desenvolvem durante todo o movimento.
Estes dois últimos movimentos, Minuete e Rondó, são duas formas tradicionais e características do séc. XVIII.

MOZART, W. A.- Die Zauberflöte - Ouverture

Dois meses antes da morte de Mozart, estréia em Viena a ópera Flauta Mágica. Em forma de Singspiel alemão, não é apenas uma grande ópera, apresenta de forma bem evidente diversos simbolismos orientais e maçônicos.
Esta abertura em mi bemol, é apresentada em duas partes, a primeira em Adágio, é marcada por três imponentes acordes, que nos levam à cena da iniciação do final da ópera, seguindo-se um Allegro fugato em forma de divertimento, tema este emprestado de Muzio Clemente (1752-1832).
Dentro do Allegro, há uma brusca interrupção para ressurgir o tema do Adágio onde apenas os três acordes do início são reapresentados na tonalidade da dominante – si bemol -, concluindo a abertura, Mozart, volta ao divertimento fugato fazendo com que os temas passeiem por diversas tonalidades até atingir o seu fim na tonalidade original.

MOZART, W. A.- Die Zauberflöte

Die Zauberflöte é, tecnicamente, uma Singspiel ("representação da música") devido a seus diálogos falados. Muitas Singspiel também usam instrumentos "mágicos" (como a flauta e o sistro) e figuras emplumadas cômicas (como Papageno). Em março de 1791, um velho conhecido de Mozart, de Salzburg, o ator e empresário Emanuel Schikaneder, encomendou uma Singspiel para seu teatro no subúrbio de Viena. Ele mesmo representou Papageno na première no Theater auf der Wieden, em 30 de setembro de 1791. A première americana foi em inglês, no Park Theatre de Nova York, em 17 de abril de 1833. O alemão original foi, finalmente, ouvido no German Opera de Nova York em 10 de novembro de 1862, mas quando estreou no Metropolitan em 30 de março de 1900, foi apresentada em italiano.
Os tons e Die Zauberflöte
Die Zauberflöte de Mozart estreou no final do século XVIII, uma era na qual as associações dos tons eram de grande importância. Certos tons eram classificados como brilhantes, enquanto outros representavam o triunfo, a morte, a ternura, etc. Todas as óperas de Mozart foram influenciadas por estes padrões musicais, mas nenhuma delas foi tão influenciada quanto Die Zauberflöte. O tom da ópera, mi bemol maior, era o tom da oração, do amor sagrado e da intimidade com Deus. Os três bemóis da assinatura do tom simbolizava a Santíssima Trindade. A ópera começa e termina em mi bemol e Tamino e Pamina também cantam o amor em mi bemol. Dó menor era o tom da morte e é ouvido, pela primeira vez, durante a cena de abertura onde Tamino é ameaçado pela serpente. Retorna várias vezes em toda a ópera, inclusive na cena aonde a Rainha da Noite, as Três Damas e Monostatos vão em direção ao templo de Sarastro. Papageno, o personagem mais rústico e simples da ópera, canta a maior parte de seus solos em sol, devido à sua associação pastoral. Além disso, a natureza simples de Papageno reflete-se na estrutura simples da música que acompanha suas árias. O fá pertence a Sarastro e seus sacerdotes. O fá está mais presente na abertura do Ato II, na Marcha dos Sacerdotes e na invocação de Sarastro. É usado em toda a ópera e quando outros personagens se dirigem a Sarastro, normalmente o fazem em fá. Dó maior, considerado o tom mais puro (sem sustenidos ou bemóis), era conhecido por seu som brilhante e foi usado, com freqüência, em músicas militares. Como Die Zauberflöte está associada ao triunfo da sabedoria através da autodisciplina, não é de se surpreender que boa parte da ópera seja escrita neste tom. O mais significativo são as provas de fogo e água, que são escritas inteiramente em dó. Outros tons, tais como Ré menor e Sol menor, eram usados menos freqüentemente para demonstrar melancolia e desespero. É importante reconhecer o uso da associação de tons feita por Mozart, uma ferramenta de composição do século XVIII, ao ouvir Die Zauberflöte. A consciência destes tons coloridos somente pode aumentar a apreciação e o entendimento da ópera.
Die Zauberflöte e o simbolismo dos Maçons
A Flauta Mágica pode ser apreciada, simplesmente, como um conto de fadas encantador, mas Mozart impregnou sua obra de arte do simbolismo profundo de uma fraternidade secreta chamada Maçonaria. Há tantos elementos maçons representados na ópera que muitos Maçons se irritaram por terem seus segredos retratados abertamente no palco.Mozart modela o mundo de A Flauta Mágica de acordo com a concepção maçônica de universo. Dois corpos celestes (sol e lua) governam a realidade, baseada nos 4 elementos (fogo, água, terra e ar). As cores, os metais e os personagens estão associados com estas idéias básicas. Sarastro e Tamino, presenças masculinas fortes, são associados ao sol, ao ouro e ao elemento fogo. A Rainha da Noite e Pamina, suas contrapartidas femininas, são associadas à noite, à prata e ao elemento feminino água.Papageno e Monostatos formam o último par. Papageno, como homem pássaro, representa o elemento ar. Monostatos, com sua residência escura, parecida com uma caverna, representa a terra. Papageno e Monostatos começam a ópera servindo a mestres "errados": o Ar deveria estar no campo masculino de Sarastro e a feminina Terra deveria se aliar à Rainha. A história serve para restaurar o equilíbrio apropriado.Os números 3 e 18 são importantes para os Maçons e aparecem proeminentemente em toda a ópera. Por exemplo, há 3 Damas, 3 Gênios, 3 aparições da Rainha, 3 templos, até mesmo 3 bemóis no tom da abertura e do final da obra, mi bemol maior. O número 18 é representado no número de sacerdotes e na idade de Pamina. Boa parte da ação de a Flauta tem como modelo o processo de iniciação na loja maçônica, com algumas concessões e adaptações. Há um longo processo de triagem antes que o membro em potencial possa tentar os testes de iniciação. Ele é levado por um membro, é entrevistado por um grupo composto por 3 homens. Após a aprovação do relatório do grupo, o candidato é levado, vendado, para o templo (ele ainda não merece vê-lo) e é interrogado. Uma votação final permite que ele prossiga nos testes.Em a Flauta, os 3 rapazes servem como o grupo preliminar. O interrogatório com a pessoa vendada é simulado pela inabilidade de Tamino em entrar nos templos; ele é questionado por um Sacerdote. Finalmente, é permitido que ele entre no templo (e que comece os testes). Um iniciado maçom passa por 3 tipos de testes. O primeiro é chamado de "Câmara da Reflexão", onde o iniciado é deixado em um espaço estreito e escuro para contemplar os motivos para se tornar maçom. Embora isto não seja exatamente reproduzido em a Flauta, Tamino e Papageno realmente têm que superar uma noite tempestuosa e escura e, então, são questionados sobre suas razões e resolução.O próximo teste na iniciação maçônica é o teste do silêncio. Este reforça não somente a natureza secreta da sociedade, mas também endurece o homem contra a influência das mulheres. É muito difícil para Tamino permanecer mudo diante de Pamina, quando ele não pode explicar suas razões para ela. Embora Mozart seja fiel ao rito maçom., sua aversão pela atitude maçônica em geral em relação às mulheres é evidenciada pelos grandes papéis que seus personagens femininos representam. Pamina até mesmo junta-se a Tamino em seus dois últimos testes.A última fase da iniciação é conhecida como a purificação pelos quatro elementos. A terra já havia sido representada pelo primeiro teste, a Câmara da Reflexão, com seus tons subterrâneos. O Ar é encapsulado pelo caos da vida humana, as dificuldades e obstáculos que fustigam o Homem durante sua vida. O Trio no. 16, onde Tamino toca a flauta (um instrumento de sopro), é a sua "viagem" através do Teste do Ar.No ritual maçônico, o teste da Água acontece com o batismo filosófico (para limpar e tranqüilizar o iniciado). Para o fogo, um iniciado deve passar através de um recinto triplo em chamas sem ser queimado. Em a Flauta Mágica, estes dois testes são anunciados bem claramente, mas não há letra para ilustrar a ação e a música é razoavelmente não-descritiva. Cada diretor e equipe de produção pode criar sua própria visão dos testes finais de Tamino e Pamina.Mozart e Emanuel Schikaneder, que solicitou a obra, eram ambos maçons, sendo responsáveis por boa parte do imaginário maçônico. Entretanto, parece que a ópera foi originariamente concebida como uma peça de fantasia oriental (um entretenimento popular da época) e foi alterada, quando já estava sendo feita, para honrar a morte de Ignaz von Born, um líder maçom. Independente de sua origem, a Flauta pode ser apreciada como um conto de fadas cativante ou como uma história com muitos significados.
Personagens
Tamino (tenor) - Um príncipe egípcio que é arregimentado pela Rainha da Noite para resgatar sua filha, Pamina. Ele se apaixona pelo retrato de Pamina e usa sua flauta mágica para triunfar sobre os obstáculos.
Papageno (barítono) - Um apanhador de pássaros da Rainha da Noite, Papageno é um homem simples e jovial que somente deseja comida, bebida e uma esposa. Junta-se a Tamino em sua tentativa de salvar Pamina.
Pamina (soprano) - Filha da Rainha da Noite. Ela está sendo mantida prisioneira pelo malvado Monostatos. Ela se apaixona pelo Príncipe Tamino.
Rainha da Noite (soprano) - Mãe de Pamina, a Rainha pede ao Príncipe Tamino e a Papageno que resgatem sua filha. Suas assistentes dão a Tamino uma flauta mágica e a Papageno um sistro mágico para ajudá-los em sua missão.
Sarastro (baixo) - Sumo sacerdote de Ísis e Osíris, e pai de Pamina. Ele convida Tamino e Papageno a provarem seu valor através de uma série de testes; se eles passarem, serão recompensados com noivas.
Monostatos (tenor) - Um Mouro que tem más intenções em relação à Pamina.
Papagena (soprano) - Um pássaro.
Sinopse
Três damas à serviço da Rainha da Noite salvam o débil Príncipe Tamino de uma serpente (Uma Serpente! Um Monstro!). Ao saírem para contá-lo à rainha, Papageno, o passarinheiro, chega gabando-se com Tamino de ter matado a criatura (“Eu Sou Papageno”). As damas voltam e entregam à Tamino um retrato de Pamina, filha da rainha, que dizem estar escravizada pelo maldoso Sarastro. Elas aproveitam para colocar um cadeado na boca de Papageno por mentir. Tamino apaixona-se pelo rosto de Pamina no retrato (“A beleza deste retrato”). A rainha aparece anunciada por trovões e lamenta a perda de sua filha; ela delega à Tamino a missão de salvar Pamina. As damas dão uma flauta mágica à Tamino e e um carrilhão de sininhos de prata à Papageno para protegê-los, além de designar três espíritos para guiá-los (“Mm! Mm! Mm! Mm!”).Monostatos, escravo de Sarastro, persegue Pamina (“Você não ousará escapar!”), mas Papageno o assusta com suas plumagem. Papageno revela à Pamina que Tamino a ama e intende salvá-la. Guiados pelos três espíritos ao Templo de Sarastro, Tamino é alertado por um sumo sacerdote que é a rainha, e não Sarastro, quem é malvada. Ao descobrir que Pamina a salvo, Tamino encanta os animais com sua flauta, e depois sai seguindo os apitos da siringe de Papageno. Monostatos e seus capangas caçam Papageno e Pamina mas ficam inerme com o carrilhão mágico Papageno. Sarastro, ingressando numa austera cerimônia (“Longa vida a Sarastro“), castiga Monostatos e promete libertar Pamina. Ao vislumbrar Tamino, guiado ao templo juntamente com Papageno, Pamina fica encantada. Sarastro avisa aos sacerdotes que Tamino será iniciado (“O Ísis e Osíris”). Monostatos tenta beijar a adormecida Pamina (“Os homens nasceram para ser grandes amantes”), mas a Rainha da Noite o descobre e o expulsa. Ela dá à sua filha uma adaga para que mate Sarastro (“Aqui em meu coração, o amargo do inferno”).Enquanto chora, Pamina é confrontada e consolada por Sarastro (“Dentro de nosso templo sagrado”). Um sacerdote ordena que Tamino e Papageno façam jejum e votos de silêncio, um voto que Papageno imediatamente quebra ao aceitar um copo com água de uma senhora namoradora. A velha desaparece quando ele indaga seu nome. Os três espíritos aparecem para guiar Tamino no resto de sua jornada e para dizer à Papageno que fique quieto. Tamino continua calado mesmo quando Pamina vem a seu encontro, o que acaba quebrando o coração dela que não compreende suas reservas (“Agora meu coração está cheio de tristeza”). Os sacerdotes informam à Tamino que ele tem apenas outros dois desafios para completar sua iniciação (Por quê, meu amor, devemos separar-nos?”). Papageno deseja uma esposa ideal, mas acaba contentando-se com a velha. Quando promete fidelidade, ela se converte em uma jovem Papagena e logo desaparece. Depois de muitas provações, Pamina e Tamino se encontram outra vez e enfrentam juntos as árduas provas de água e fogo, protegidos pela flauta mágica. Os espíritos salvam Papageno de uma tentativa de suicídio lembrando-lhe de usar seu carrilhão mágico para encontrar a felicidade verdadeira. Ao tocá-lo, Papagena aparece; os dois planejam o futuro e mudam-se para um ninho de pássaros (“Pa-pa-pa...”). A Rainha da Noite, suas três damas e Monostatos atacam o templo, mas são vencidos e banidos. Sarastro reúne-se com Pamina e Tamino enquanto a multidão saúda Ísis, Osíris, e o triunfo da coragem, integridade e sabedoria.
A ópera
ATO I
No mitológico Egito antigo, o Príncipe Tamino foi surpreendido por uma serpente gigante enquanto andava pelo deserto. Sem armas e exausto, ele grita por socorro e desmaia quando o monstro se aproxima dele. Como que por encanto, Três Damas aparecem e matam a serpente com suas lanças. Elas admiram o príncipe inconsciente e discutem sobre qual delas o vigiará enquanto as outras forem avisar sua senhora, a Rainha da Noite. Percebendo que elas não poderiam todas ficar, elas concordam que todas partirão.
Tamino recobra os sentidos e encontra a serpente morta. Enquanto ele imagina qual milagre salvou-o, um lenhador emplumado chamado Papageno passa, cantando o seu desejo por uma companheira parecida com um pássaro. Questionado por Tamino, ele diz que pega pássaros para a Rainha da Noite e admite que nunca a viu. Está quase assumindo os créditos por matar a serpente, quando as Três Damas reaparecem, fechando a boca de Papageno com um cadeado para não dizer mais mentiras. Elas voltam-se para Tamino, dizem-lhe que elas o salvaram e dão-lhe um presente de sua Rainha - um retrato em miniatura de sua filha, Pamina. Ele olha maravilhado por sua beleza e se apaixona por ela.
Ribombos de trovões anunciam a própria Rainha. Ela assegura ao assustado Tamino que veio somente para pedir sua ajuda: ela perdeu sua filha para as forças do mal e quer que Tamino a resgate. Prometendo a mão de Pamina em casamento como prêmio, a Rainha desaparece tão rapidamente quanto apareceu. Papageno resmunga em protesto contra sua boca fechada e as Damas removem o cadeado, fazendo-o prometer que não mentirá. Elas o presenteiam com um sistro mágico e a Tamino, com uma flauta mágica, enviando os homens para o templo de Sarastro para resgatar a cativa Pamina. Os instrumentos mágicos devem ser usados em caso de perigo. Três Gênios os guiarão e nenhum conselho, a não ser os deles, deve ser considerado.
Em uma câmara elaborada, onde Pamina estava presa, três escravos comparam observações sobre seu chefe, o Mouro Monostatos e expressam a esperança que Pamina escape. Logo fica aparente, entretanto, que Pamina não chegou muito longe em sua tentativa de retornar para sua mãe. Monostatos arrasta a moça para dentro e ordena que ela seja amarrada. Pedindo a morte, Pamina desmaia. Papageno vê, através da janela, e entra para investigar. Ele e Monostatos, assustados pela aparência bizarra de cada um deles, confundem-se, um achando que o outro era o próprio demônio. Monostatos parte para obter ajuda. Quando Pamina acorda, Papageno reconhece-a como a filha da Rainha, comparando seu rosto com o retrato. Ele conta a ela sobre o amor de Tamino e sua missão de resgate. Animada pelo pensamento que alguém a amava, Pamina junta-se a Papageno cantando louvores ao matrimônio.
Em um pequeno bosque perto dos três templos, os Gênios contam a Tamino que ele está próximo do fim de sua busca, mas eles não podem revelar se ele encontrará Pamina ou não, aconselham-no, somente, a ser persistente. quando eles desaparecem, ele se aproxima do primeiro templo e vozes invisíveis o avisam que fique afastado; o mesmo acontece com o templo do outro lado. Ele, então, se aproxima do tempo do meio e se confronta com um Sacerdote, que pergunta o que ele deseja. Quando Tamino responde que está procurando por Sarastro, um tirano mau, o Sacerdote responde que Tamino está mal informado e que deve saber a verdade, Admitindo que Sarastro tirou Pamina de sua mãe, o Sacerdote subentende que foi para a proteção da moça.
Após ter partido, dizendo a Tamino que precisaria de ensino sagrado, um coro não visível diz que Pamina ainda está viva. Encorajado, Tamino toca sua flauta mágica na esperança de fazer Pamina aparecer. Ela está próxima, tentando escapar com Papageno, que responde à flauta com um assobio de sua gaita para atrair passarinhos. Antes que ela possa alcançar Tamino, entretanto, Monostatos aparece com seu grupo de busca formado por escravos e ordena que Papageno e Pamina sejam amarrados. Papageno recorre a seu sistro, que encanta Monostatos e os escravos em uma dança inofensiva.
Vozes são ouvidas cantando louvores a Sarastro, horrorizando Pamina e Papageno, quando o próprio sumo sacerdote vem questioná-los. Pamina admite que estava tentando escapar, mas diz que era para o bem de sua mãe, não para o dela próprio. Sarastro assegura. que ela não correrá perigo e que ele aprova o seu amor por Tamino. Ele também acredita que a mãe dela é perigosa e não permite que Pamina fique livre. Monostatos arrasta Tamino e evita que ele abrace Pamina. Quando Monostatos pede uma recompensa para Sarastro, entretanto, ele descobre que seria setenta e sete chibatadas. Quando o coro louva a justiça de Sarastro, dois Sacerdotes vendam Tamino e Papageno e levam-nos para fora quando Sarastro entra novamente no templo principal com Pamina.
ATO II
Em um pequeno bosque de palmas, Sarastro diz à procissão de sacerdotes que Tamino será iniciado e ajudado. Ele não poderá ganhar Pamina até que tenha provado que é forte em sabedoria através de uma série de testes. Sarastro, então, chama os deuses para ajudarem Tamino e Papageno quando eles enfrentam os testes. À noite, no pátio do templo, Tamino e Papageno assustam-se com sua estranha situação, quando um trovão ribomba, aterrorizando o covarde homem pássaro. Eles encontram-se com o Orador e o Sacerdote, que questiona Tamino e acha-o inabalável. Papageno, entretanto, diz que tudo o que ele quer é alguma coisa para comer e beber e uma esposa, ao perguntar sobre como seriam os testes. Quando ele sabe que Sarastro já encontrou uma mulher pássaro para ser sua esposa, chamada Papagena, ele fica mais interessado em perseverar. Como primeiro teste, os iniciados juram silêncio, mesmo se encontrarem suas amadas. Assim que seus mentores saem, as Três Damas aparecem, insistindo que eles escapem. Lembrando a seu companheiro que eles juraram silêncio, Tamino recusa-se a responder e as Damas partem consternadas. O Orador e o Sacerdote retornam com véus e tochas e realizam seus respectivos encargos.
Monostatos encontra Pamina dormindo no jardim e regozija-se. Quando ele se aproxima, entretanto, a Rainha da Noite aparece e ordena que ele parta, e dá a Pamina, que acordara, uma adaga para matar Sarastro. Quando Pamina recusa-se, sua mãe exige que ela realize esta ação ou ela será renegada. Assim que a Rainha some, Monostatos prossegue em sua tentativa de ganhar Pamina, dizendo que ele é o único que pode salvá-la e à sua mãe. Quando ela recusa, ele a ameaça com uma adaga, sendo impedido por Sarastro, que ordena que ele saia. Monostatos resolve se aliar à Rainha e parte. Pamina implora que Sarastro não puna sua mãe e ele responde que o amor é a única resposta para a vingança.
No vestíbulo de um templo, Tamino e Pamina recebem mais instruções: eles devem permanecer em silêncio e seguir em uma certa direção quando ouvirem as trombetas. Quando os sacerdotes partem, Papageno tenta conversar com Tamino, de quem uma velha bruxa carregando uma xícara se aproxima. Ele caçoa sobre ela ser sua amada e pensa, quando ela diz que tem dezoito anos, que, na verdade ela quisera dizer "oitenta". Ao som do trovão, ela desaparece e os Três Gênios reaparecem, evocando comida e bebida e devolvendo-lhes a flauta e o sistro. Quanto a Papageno, o céu não significa nada para ele e gostaria mesmo era de um copo de vinho. Quando o Orador concede este desejo, Papageno - agora sozinho - revive um pouco e especula sobre sua esposa prometida. Neste momento, a velha bruxa aparece para se oferecer como esposa, dizendo que ele nunca escapará se recusá-la. Ele concorda dizendo, virado para o lado, "Até encontrar outra mais bonita", mas quando ela se transforma na linda e jovem Papagena, o Orador retorna para levá-la embora, declarando que Papageno ainda não a merece.
No jardim de palmas, os Três Gênios dizem que a luz do sol logo surgirá, mas quando eles partem, Pamina se aproxima, pretendendo usar a adaga de sua mãe para tirar sua própria vida. os Gênios retornam e levam a adaga e, então, reafirmam o amor de Tamino.
Cavernas rochosas, com fogo em um lado e uma queda d'água do outro, representando os elementos. Dois Homens com Armaduras cantam os testes do fogo e da água que devem ser superados para que alcancem o céu. Tamino, liderado por dois Sacerdotes, declara que está pronto para enfrentar os testes. É permitida uma reunião inesperada com Pamina e neste momento os amantes se abraçam. Ela se juntará a ele nos testes, para os quais os Homens usando Armaduras os direcionam. Quando uma marcha solene soa, Tamino toca sua flauta mágica, que lhe dá o poder de completar os testes. O casal passa através da caverna de fogo, e, então, através da queda d'água. Fora do tempo, os amantes se regozijam, pois, finalmente, ganharam um ao outro. Sarastro levá-os para dentro.
Em um jardim, Papageno assobia feliz para Papagena, mas ela não está em nenhum lugar. Abruptamente desencorajado, ele decide enforcar-se em uma árvore, mas é impedido pelos Três Gênios, que lembram-no de tocar seu sistro. Quando o faz, sua amada aparece e os dois cantam enlevadamente todas as crianças-pássaros que eles esperam ter.
Na escuridão, em um deserto rochoso, a Rainha, suas Três Damas e Monostatos preparam-se para tomar de assalto o templo. A Rainha promete a Monostatos sua filha em casamento, mas o trovão proclama o fim de seu poder e o grupo mergulha na terra. No templo, Sarastro diz que o dia triunfou sobre os poderes da escuridão. Ele junta Tamino e Pamina quando o coro aclama Ísis e Osíris, o triunfo da coragem, da virtude e da sabedoria.


ELENCO

Tamino
Drei Damen
Papageno
Koenigin der Nacht
Sklave
Monostatos
Pamina
Der Sprecher
Stimmen
Chor
Priester
Sarastro
Altes Weib
Knaben
Geharnischten
LIBRETO
I. Aufzug
Scene 1 Eine felsige Gegend, hie und da mit Baeumen ueberwachsen. Tamino kommt im Jagdkleide von einem Felsen herunter mit einem Bogen, aber ohne Pfeil. Eine Schlange verfolgt ihn.
1. Introduktion
TAMINO:
Zu Hilfe! Zu Hilfe! Sonst bin ich verloren,Der listigen Schlange zum Opfer erkoren.Barmherzige Goetter! Schon nahet sie sich!Ach, rettet mich! Ach, schuetzet mich! (Er faellt in Ohnmacht. Die Drei Damen verschleiert, mit silbernen Wurfspiessen.)
DREI DAMEN:
Stirb, Ungeheu'r, durch unsre Macht! (Sie stossen die Schlange entzwei.)Triumph! Triumph! Sie ist vollbracht,Die Heldentat! Er ist befreitDurch unsres Armes Tapferkeit.
ERSTE DAME:
Ein holder Juengling, sanft und schoen.
ZWEITE DAME:
So schoen, als ich noch nie gesehn!
DRITTE DAME:
Ja, ja, gewiss zum Malen schoen!
DREI DAMEN:
Wuerd' ich mein Herz der Liebe weihn,So muesst es dieser Juengling sein.Lasst uns zu uns'rer Fuerstin eilen,Ihr diese Nachricht zu erteilen.Vielleicht dass dieser schoene MannDie vor'ge Ruh' ihr geben kann.
ERSTE DAME:
So geht und sagt es ihr,Ich bleib indessen hier.
ZWEITE DAME:
Nein, nein, geht ihr nur hin,Ich wache hier fuer ihn!
DRITTE DAME:
Nein, nein, das kann nicht sein!Ich schuetze ihn allein.
ERSTE DAME:
Ich bleib' indessen hier!
ZWEITE DAME:
Ich wache hier fuer ihn!
DRITTE DAME:
Ich schuetze ihn allein!
ERSTE DAME:
Ich bleibe!
ZWEITE DAME:
Ich wache!
DRITTE DAME:
Ich schuetze!
DREI DAMEN:
Ich! Ich! Ich!(Jede fuer sich)Ich sollte fort? Ei, ei, Wie fein!Sie waeren gern bei ihm allein -Nein, nein! Das kann nicht sein! (Eine nach der andern, dann alle drei zugleich)Was wollte ich darum nicht geben,Koennt' ich mit diesem Juengling leben!Haett' ich ihn doch so ganz allein!Doch keine geht; es kann nicht sein,Am besten ist es nun, ich geh'. (Zu Tamino)Du Juengling, schoen und liebevoll,Du trauter Juengling, lebe wohl,Bis ich dich wiederseh'. (Sie gehen)
Dialog
TAMINO (erwacht, sieht furchtsam umher):
Wo bin ich? Ist's Fantasie, dass ich noch lebe?Oder hat eine hoehere Macht mich gerettet? (Er steht auf und sieht umher.)Wie? - Die boesartige Schlange ist tot? (Man hoert von fern ein Waldfloetchen.)Was hoer ich? - Ha, eine maennliche Figur naehert sich (Er versteckt sich hinter einem Baum.)
2. Arie
(Papageno kommt einen Fussteig herunter, hat auf demRuecken eine grosse Vogelsteige, worin Verschiedene Voegel sind. In der Hand hat er eine kleine Waldfloete.)
PAPAGENO:
Der Vogelfaenger bin ich ja,Stets lustig, heisa, hopsassa!Ich Vogelfaenger bin bekanntBei Alt und Jung im ganzen Land.Weiss mit dem Locken umzugehnUnd mich auf's Pfeifen zu verstehn.Drum kann ich froh und lustig sein,Denn alle Voegel sind ja mein.Der Vogelfaenger bin ich ja,Stets lustig, heisa, hopsassa!Ich Vogelfaenger bin bekanntBei Alt und Jung im ganzen Land.Ein Netz fuer Maedchen moechte ich,Ich fing sie dutzendweis fuer mich;Dann sperrte ich sie bei mir ein,Und alle Maedchen waeren mein.Wenn alle Maedchen waeren mein,So tauschte ich brav Zucker ein.Die, welche mir am liebsten waer',Der gaeb' ich gleich den Zucker her.Und kuesste sie mich zaertlich dann,Waer' sie mein Weib und ich ihr Mann,Sie schlief' an meiner Seite ein,Ich wiegte wie ein Kind sie ein. (Pfeift, will nach der Arie nach der Pforte gehen.)
Dialog
TAMINO:
He da!
PAPAGENO:
Was da?
TAMINO:
Sag mir, du lustiger Freund, wer du seist?
PAPAGENO:
Wer ich bin? Dumme Frage! Ein Mensch, wie du. Und wenn ich dich nun fragte, wer du bist?
TAMINO:
So wuerde ich dir antworten, dass ich aus fuerstlichem Gebluete bin.
PAPAGENO:
Das ist mir zu hoch. Musst dich deutlichererklaeren, wenn ich dich verstehen soll! TAMINO:
Mein Vater ist ein Fuerst, der ueber viele Laenderund Menschen herrscht; darum nennt man mich Prinz.
PAPAGENO:
Laender? Menschen? Prinz? Sagst du mir zuvor: gibt's ausser diesen Bergen auch noch Laender und Menschen?
TAMINO:
Viele Tausende!
PAPAGENO:
Da liesse sich ja eine Spekulation mit meinen Voegeln machen.
TAMINO:
Aber wie nennt man eigentlich diese Gegend? Und wer beherrscht sie?
PAPAGENO:
Das kann ich dir ebensowenig beantworten, als ich weiss, wie ich auf die Welt gekommen bin.
TAMINO (lacht):
Wie? Du wuesstest nicht, wo du geboren,oder wer deine Eltern waren?
PAPAGENO:
Kein Wort! Ich weiss nur so viel, dass nichtweit von hier meine Strohhuette steht, die mich vor Regenund Kaelte schuetzt.
TAMINO:
Aber wie lebst du?
PAPAGENO:
Na, von Essen und Trinken, wie alle Menschen.
TAMINO:
Wodurch erhaeltst du das?
PAPAGENO:
Durch Tausch - ich fange fuer die sternflammende Koenigin und ihre Jungfrauen verschiedene Voegel;dafuer erhalte ich taeglich Speise und Trank von ihr.
TAMINO:
Sternflammende Koenigin? Wenn es etwa gar die maechtigeHerrscherin der Nacht waere! - Sag mir, guter Freund,warst du schon so gluecklich, diese Goettin der Nacht zu sehen?
PAPAGENO:
Sehen? Die sternflammende Koenigin sehen? Welcher Sterblichekoennte sich ruehmen, die je gesehn zu haben?
TAMINO (fuer sich):
Nun ist's klar; es ist eben diese naechtliche Koenigin,von der mein Vater mir so oft erzaehlte. Unfehlbar ist auchdieser Mann kein gewoehnlicher Mensch.
PAPAGENO (fuer sich):
Wie er mich so starr anblickt! Bald fang' ich an, mich vor ihm zu fuerchten. (laut)Warum siehst du so verdaechtig und schelmisch nach mir?
TAMINO:
Weil... weil ich zweifle. ob du ein Mensch bist.
PAPAGENO:
Wie war das?
TAMINO:
Nach deinen Federn, die dich bedecken, halt' ich dich- (Er geht auf ihn zu)
PAPAGENO:
Doch fuer keinen Vogel? Du, bleib zurueck, sag' ich,und traue mir nicht; denn ich habe Riesenkraft. (fuer sich)Wenn er sich nicht bald von mir schrecken laesst, so lauf ich davon.
TAMINO:
Riesenkraft? (Er sieht auf die Schlange)Also warst du wohl gar mein Erretter, der diese giftige Schlange bekaempfte?
PAPAGENO:
Schlange! (Er sieht sich um, weicht zitternd einige Schritte zurueck)Ah! Ah! Ist sie tot oder lebendig?
TAMINO:
Aber um alles in der Welt, Freund, wie hast du dieses Ungeheuer bekaempft? Du bist ohne Waffen.
PAPAGENO:
Brauch keine! Bei mir ist ein starker Druck mit der Hand mehr als Waffen.
TAMINO:
Du hast sie also erdrosselt?
PAPAGENO:
Erdrosselt! (fuer sich)Bin in meinem Leben nicht so stark gewesen, als heute. (Die Drei Damen erscheinen verschleiert.)
DREI DAMEN (drohen und rufen zugleich):
Papageno!
PAPAGENO:
Aha, das geht mich an!
TAMINO:
Wer sind diese Damen?
PAPAGENO:
Wer sie eigentlich sind, weiss ich selbst nicht.Ich weiss nur so viel, dass sie mir taeglich meineVoegel abnehmen, und mir dafuer Wein, Zuckerbrot und suesse Feigen bringen.
TAMINO:
Sie sind vermutlich sehr schoen?
PAPAGENO:
Ich denke nicht! Denn wann die schoen waeren, dann wuerden die noch nicht ihre Gesichter bedecken.
DREI DAMEN (drohend):
Papageno!
PAPAGENO (beiseite zu Tamino):
Sei still! Sie drohen mir schon. (laut)Ah, du fragst, ob sie schoen sind, da kann ich dir nichts anderesdarauf antworten, als dass ich in meinem Leben nichtsReizenderes gesehen habe. (fuer sich)Jetzt werd ich gleich wieder gut sein.
DREI DAMEN (noch naeher tretend, drohend):
Papageno!
PAPAGENO:
Was hab ich bloss heute verbrochen, dass die so aufgebrachtwider mich sind? - Hier, meine Schoenen, uebergeb ich euch meine Voegel.
ERSTE DAME (reicht ihm ein Gefaess mit Wasser):
Dafuer schickt dir unsere Fuerstin heute zum ersten Mal statt Wein reines, helles Wasser.
ZWEITE DAME:
Und mir befahl sie, dass ich, statt Zuckerbrot, diesen Stein dir ueberbringen soll. Ich wuensche, dass er dir wohl bekommen moege.
PAPAGENO:
Was? Steine soll ich fressen?
DRITTE DAME:
Und statt der suessen Feigen, hab' ich die Ehre, dir dies goldene Schloss vor den Mund zu schlagen. (Sie schlaegt ihm das Schloss vor. Papageno hat seinen Scherz durch Gebaerden.)
ERSTE DAME:
Du willst vermutlich wissen, warum die Fuerstin dich heute So wunderbar bestraft? (Papageno bejaht es durch Nicken mit dem Kopf.)
ZWEITE DAME:
Damit du kuenftig nie mehr Fremde beluegst.
DRITTE DAME:
Und dass du nie dich der Heldentaten ruehmst, die andre vollzogen haben.
ERSTE DAME:
Sag an! Hast du diese Schlange bekaempft? (Papageno verneint es, durch Schuetteln mit dem Kopf.)
ZWEITE DAME:
Wer denn also? (Papageno deutet an, dass er es nicht weiss.)
DRITTE DAME (zu Tamino):
Wir waren's, Juengling, die dich befreiten. Hier, diesGemaelde schickt dir die grosse Fuerstin;es ist das Bildnis ihrer Tochter. "Findest du," sagte sie,"dass diese Zuege dir nicht gleichgueltig sind, dann ist Glueck, Ehr' und Ruhm dein Los!" Auf Wiedersehen. (Geht ab.)
ZWEITE DAME:
Adieu, Monsieur Papageno! (Geht ab.)
ERSTE DAME:
Fein nicht zu hastig getrunken! (Sie geht lachend ab. Papageno hat immer sein stummes Spiel gehabt; Tamino ist gleich beim Empfang des Bildnisses aufmerksam geworden; seine Liebe nimmt zu, ob er gleich fuer alle diese Reden taub schein.)
3. Arie
TAMINO (blickt das Bildnis an):
Dies Bildnis ist bezaubernd schoen,Wie noch kein Auge je gesehn!Ich fuehl es, wie dies GoetterbildMein Herz mit neuer Regung fuellt.Dies Etwas kann ich zwar nicht nennen,Doch fuehl' ich's hier wie Feuer brennen.Soll die Empfindung Liebe sein?Ja, ja die Liebe ist's allein.O wenn ich sie nur finden koennte!O wenn sie doch schon vor mir staende!Ich wuerde, wuerde, warm und rein,Was wuerde ich?Ich wuerde sie voll EntzueckenAn diesen heissen Busen druecken,Und ewig waere sie dann mein! (Tamino will abgehen. Die Drei Damen treten auf.) Dialog
ERSTE DAME:
Rueste dich mit Mut und Standhaftigkeit,schoener Juengling! Die Fuerstin -
ZWEITE DAME:
... hat mir aufgetragen, dir zu sagen...
DRITTE DAME:
Dass der Weg zu deinem kuenftigen Glueckenunmehr gebahnt sei.
ERSTE DAME:
Sie hat jedes deiner Worte gehoert; Sie hat...
ZWEITE DAME:
Jeden Zug in deinem Gesichte gelesen...
DRITTE DAME:
...hat beschlossen, dich ganz gluecklich zu machen.
ERSTE DAME:
"Hat dieser Juengling," sprach sie, "auch so vielMut und Tapferkeit, als er zaertlich ist, O, so ist meineTochter ganz gewiss gerettet."
TAMINO:
Gerettet?
ERSTE DAME:
Ein maechtiger, boeser Daemon hat sie ihr entrissen.
TAMINO:
Entrissen?Sagt, sagt, wo ist des Tyrannen Aufenthalt?
ZWEITE DAME:
Sehr nahe an unsern Bergen. Seine Burg ist sorgsam bewacht.
TAMINO:
Pamina sei gerettet! Das schwoer' ich bei meiner Liebe, bei meinem Herzen. (Kurzer starker Donner.)Ihr Goetter, was ist das? (Es wird dunkel.) Die
DREI DAMEN:
Fasse dich!
ERSTE DAME:
Es verkuendigt die Ankunft unserer Koenigin. (Donner.)
DREI DAMEN:
Sie kommt! (Donner. )Sie kommt! (Donner. )Sie kommt! (Die Berge teilen sich auseinander und das Theater verwandelt sichin ein praechtiges Gemach.)
4. Arie
KOENIGIN DER NACHT:
O zittre nicht, mein lieber Sohn!Du bist unschuldig, weise, fromm;Ein Juengling so wie du vermag am besten,Dies tiefbetruebte Mutterherz zu troesten.Zum Leiden bin ich auserkoren,Denn meine Tochter fehlet mir;Durch sie ging all mein Glueck verloren,Ein Boesewicht entfloh mit ihr.Noch seh' ich ihr ZitternMit bangem Erschuettern,Ihr aengstliches Beben,Ihr schuechternes Streben.Ich musste sie mir rauben sehen,Ach helft! ach helft! war alles, was sie sprach.Allein vergebens war ihr Flehen,Denn meine Hilfe war zu schwach.Du, du, du wirst sie zu befreien gehen,Du wirst der Tochter Retter sein.Und werd' ich dich als Sieger sehen,So sei sie dann auf ewig dein. (Mit den Drei Damen ab. Das Theater verwandelt sich wieder, so wie es vorher war.)
Dialog
TAMINO (nach einer Pause):
Ist's denn auch Wirklichkeit, was ich sah? O ihr guten Goetter,taeuscht mich nicht!
5. Quintett
PAPAGENO (deutet traurig auf das Schloss am Munde):
Hm, hm, hm, hm, hm!
TAMINO:
Der Arme kann von Strafe sagen,Denn seine Sprache ist dahin.
PAPAGENO:
Hm, hm, hm, hm, hm, hm!
TAMINO:
Ich kann nichts tun, als dich beklagen,Weil ich zu schwach zu helfen bin. (Die Drei Damen erscheinen, und treten zwischen Tamino und Papageno.)
ERSTE DAME:
Die Koenigin begnadigt dich,Erlaesst die Strafe dir durch mich. (Sie nimmt ihm das Schloss vom Munde.)
PAPAGENO:
Nun plaudert Papageno wieder!
ZWEITE DAME:
Ja, plaudre! Luege nur nicht wieder!
PAPAGENO:
Ich luege nimmermehr, nein, nein!
DREI DAMEN:
Dies Schloss soll deine Warnung sein.
PAPAGENO:
Dies Schloss meine Warnung sein.
ALLE:
Bekaemen doch die Luegner alleEin solches Schloss vor ihren Mund;Statt Hass, Verleumdung, schwarzer Galle,Bestuenden Lieb' und Bruderbund.
ERSTE DAME (gibt Tamino eine goldene Floete):
O Prinz, nimm dies Geschenk von mir!Dies sendet uns're Fuerstin dir.Die Zauberfloete wird dich schuetzen,Im groessten Unglueck unterstuetzen.
DREI DAMEN:
Hiermit kannst du allmaechtig handeln,Der Menschen Leidenschaft verwandeln:Der Traurige wird freudig sein,Den Hagestolz nimmt Liebe ein.
ALLE:
O so eine Floete ist mehrAls Gold und Kronen wert,Denn durch sie wird MenschenglueckUnd Zufriedenheit vermehrt.
PAPAGENO:
Nun, ihr schoenen Frauenzimmer,Darf ich, so empfehl' ich mich.
DREI DAMEN:
Dich empfehlen kannst du immer,Doch bestimmt die Fuerstin dich,Mit dem Prinzen ohn' VelweilenNach Sarastros Burg zu eilen.
PAPAGENO:
Nein, dafuer bedank' ich mich!Von euch selbsten hoerte ich,Dass er wie ein Tigertier.Sicher liess' ohn' alle GnadenMich Sarastro rupfen, braten,Setzte mich den Hunden fuer.
DREI DAMEN:
Dich schuetzt der Prinz, trau' ihm allein.Dafuer sollst du sein Diener sein.
PAPAGENO (fuer sich):
Dass doch der Prinz beim Teufel waere!Mein Leben ist mir lieb;Am Ende schleicht, bei meiner Ehre,Er von mir wie ein Dieb.
ERSTE DAME (gibt Papageno ein Kaetschen mit einem Glockenspiele):
Hier, nimm dies Kleinod, es ist dein.
PAPAGENO:
Ei, ei! Was mag darinnen sein?
DREI DAMEN:
Darinnen hoerst du Gloeckchen toenen.
PAPAGENO:
Werd' ich sie auch wohl spielen koennen?
DREI DAMEN:
O ganz gewiss! Ja, ja, gewiss!
ALLES:
Silbergloeckchen, ZauberfloetenSind zu eurem/unserm Schutz vonnoeten.Lebet wohl! Wir wollen gehn,Lebet wohl, auf Wiedersehn!
TAMINO:
Doch, schoene Damen, saget an -
PAPAGENO:
Wie man die Burg wohl finden kann? Beide:Wie man die Burg wohl finden kann?
DREI DAMEN:
Drei Knaebchen, jung, schoen, hold und weise,Umschweben euch auf eurer Reise.Sie werden eure Fuehrer sein,Folgt ihrem Rate ganz allein.
TAMINO, PAPAGENO:
Drei Knaebchen, jung, schoen, hold und weise,Umschweben euch auf eurer Reise.
DREI DAMEN:
Sie werden eure Fuehrer sein,Folgt ihrem Rate ganz allein.
ALLE:
So lebet wohl! Wir wollen gehn,Lebt wohl, lebt wohl, auf Wiederseh'n! (Alle ab.)
Scene 2
Ein praechtiges aegyptisches Zimmer.Monostatos tritt auf.Pamina wird von Sklaven hereingefuehrt.
SKLAVE:
Ha, ha, ha! Unser Peiniger, der allesbelauschende Mohr, wird morgen sicherlichgehangen oder gespiesst! Pamina entfloh vorseinen Augen. So ist der Mohr nichts mehr zuretten, auch wenn Pamina von SarastrosGefolge wieder eingefangen wuerde.
MONOSTATOS:
He, Sklaven! Schafft Fesseln herbei!
SKLAVE:
Fesseln? Doch nicht fuer Pamina? Der unbarmherzige Teufel, wie der sie bei denHaenden fasst. Das halt ich nicht aus.
6. Terzett
MONOSTATOS:
Du feines Taeubchen, nur herein!
PAMINA:
O welche Marter, welche Pein!
MONOSTATOS:
Verloren ist dein Leben!
PAMINA:
Der Tod macht mich nicht beben,Nur meine Mutter dauert mich;Sie stirbt vor Gram ganz sicherlich.
MONOSTATOS:
He, Sklaven, legt ihr Fesseln an! (Sklaven legen ihr Fesseln an.)Mein Hass soll dich verderben!
PAMINA:
O lasst mich lieber sterben,Weil nichts, Barbar, dich ruehren kann! (Sie sinkt ohnmaechtig auf ein Sofa.)
MONOSTATOS:
Nun fort! Lasst mich bei ihr allein! (Die Sklaven gehen ab. Papageno kommt.) PAPAGENO (von aussen am Fenster, ohne gleich gesehen zu werden): Wo bin ich wohl? Wo mag ich sein?Aha! da find' ich Leute.Gewagt, ich geh' hinein. (Geht herein)Schoen Maedchen, jung und rein,Viel weisser noch als Kreide.
MONOSTATOS und PAPAGENO (besehen sich - erschreckeneiner ueber den andern):
Hu!Das ist der Teufel sicherlich!Hab' Mitleid! Verschone mich!Hu, hu, hu! (Laufen beide ab.)
Dialog
PAMINA (spricht wie im Traum):
Mutter - Mutter - Mutter! (Sie erholt sich, sieht sich um)Wie? Noch schlaegt dieses Herz? Zu neuenQualen erwacht?O das ist hart, sehr hart! Mir bitterer, als der Tod.
PAPAGENO (tritt ein):
Bin ich nicht ein Narr, dass ich mich schrecken liess?Es gibt doch auch schwarze Voegel auf der Welt,warum denn nicht auch schwarze Menschen? - Ah, da ist ja dasschoene Fraeuleinbild noch. – Du Tochter der naechtlichen Koenigin -
PAMINA:
Naechtlichen Koenigin? Wer bist du?
PAPAGENO:
Ein Abgesandter der sternflammenden Koenigin.
PAMINA (freudig):
Meiner Mutter? O Wonne! - Dein Name?
PAPAGENO:
Papageno.
PAMINA:
Papageno? - Papageno - ich erinnere mich, den Namen oft gehoert zu haben, dich selbst aber sah ich nie.
PAPAGENO:
Ich dich ebensowenig.
PAMINA:
Du kennst also meine gute, zaertliche Mutter?
PAPAGENO:
Wenn du die Tochter der naechtlichen Koenigin bist - ja!
PAMINA:
O ich bin es.
PAPAGENO:
Das will ich gleich erkennen. (Er sieht das Portrait an.)Die Augen schwarz - richtig, schwarz.Die Lippen rot - richtig, rot.Blonde Haare - blonde Haare.Alles trifft ein, bis auf Haende und Fuesse.Nach dem Gemaelde zu schliessen,sollst du weder Haende noch Fuesse haben;denn hier sind keine angezegt.
PAMINA:
Erlaube mir - Ja, ich bin's! Wie kam es in deine Haende?
PAPAGENO:
Ich muss dir das umstaendlicher erzaehlen. Ich kam heute frueh, wie gewoehnlich, zu deiner Mutter Palast mit meiner Lieferung.
PAMINA:
Lieferung?
PAPAGENO:
Ja, ich liefere deiner Mutter schon seit vielen Jahren alle dieschoenen Voegel in den Palast. Ja, und eben, als ich imBegriffe war, meine Voegel abzugeben, da seh ich einen Menschenvor mir, der sich Prinz nennen laesst, und dieser Prinz hatdeine Mutter so von sich eingenommen, dass sie ihm dein Bildnisschenkte und ihm befahl, dich zu befreien. Sein Entschluss, derwar ebenso rasch, als seine Liebe zu dir.
PAMINA:
Liebe? (freudig)Er liebt mich also? O. sage mir das noch einmal,ich hoere das Wort Liebe gar zu gerne.
PAPAGENO:
Das glaube ich dir. Bist ja auch ein Fraeuleinbild - Kurz also,diese grosse Liebe zu dir war der Peitschenstreich, um unsreFuesse im schnellen Gang zu bringen, und nun sind wir hier,dir tausend schoene und angenehme Sachen zu sagen.
PAMINA:
Freund, wenn Sarastro dich hier erblicken sollte, dann -
PAPAGENO:
So wuerde mir meine Rueckreise erspart blieben – das kann ich mir denken.
PAMINA:
Dein martervoller Tod wuerde ohne Grenzen sein.
PAPAGENO:
Um diesem auszuweichen, gehn wir lieber beizeiten.
PAMINA:
Wir haben keine Minute zu versaeumen.
PAPAGENO:
Ja, komm, du wirst Augen machen, wenn du den schoenen Juengling erblickst. (Sie gehen, Pamina kehrt um)
PAMINA:
Aber wenn dies ein Fallstrick waere - wenn dieser nun einboeser Geist von Sarastros Gefolge waere? (Sieht ihn bedenklich an)
PAPAGENO:
Was? Ich ein boeser Geist? Wo denkst du hin? Ich bin der beste Geist von der Welt.
PAMINA:
Vergib, vergib, wenn ich dich beleidigte! Du hast ein gefuehlvolles Herz.
PAPAGENO:
Ja, freilich habe ich ein gefuehlvolles Herz! Aber was nutzt mirdenn das alles? - Ich moecht' mir doch oft alle meine Federnausrupfen, wenn ich bedenk', dass Papageno noch keine Papagena hat.
PAMINA:
Armer Mann! Du hast also noch kein Weib?
PAPAGENO:
Noch nicht einmal ein Maedchen, geschweige denn ein Weib! Und unsereiner hat eben auch so seine lustigen Stunden, wo man so richtig so gesellschaftliche Unterhaltung haben moecht'.
PAMINA:
Geduld, Freund! Der Himmel wird auch fuer dich sorgen; er wird dir eine Freundin schicken, ehe du dir's vermutest.
PAPAGENO:
Wenn er's nur bald schickte.
7. Duett
PAMINA:
Bei Maennern, welche Liebe fuehlen,Fehlt auch ein gutes Herze nicht.
PAPAGENO:
Die suessen Triebe mitzufuehlen,Ist dann der Weiber erste Pflicht.
BEIDE:
Wir wollen uns der Liebe freun,Wir leben durch die Lieb' allein.
PAMINA:
Die Lieb' versuesset jede Plage,Ihr opfert jede Kreatur.
PAPAGENO:
Sie wuerzet unsre Lebenstage,Sie wirkt im Kreise der Natur.
BEIDE:
Ihr hoher Zweck zeigt deutlich an,Nichts Edler's sei, als Weib und Mann.Mann und Weib, und Weib und MannReichen an die Gottheit an. (Beide ab.)
Scene 3
Das Theater verwandelt sich in einen Hain. Ganz im Hintergrunde der Buehne ist ein schoener Tempel,worauf diese Worte stehen: Tempel der Weisheit. Dieser Tempel fuehrt mit Saeulen zu zwei anderen Tempeln, rechts auf dem einen steht: Tempel der Vernuft. Links steht: Tempel der Natur. Drei Knaben fuehren Tamino herein.
8. Finale
DREI KNABEN:
Zum Ziele fuehrt dich diese Bahn,Doch musst du, Juengling, maennlich siegen.Drum hoere unsre Lehre an:Sei standhaft, duldsam und verschwiegen!
TAMINO:
Ihr holden Kleinen, sagt mir an,Ob ich Pamina retten kann?
DREI KNABEN:
Dies kundzutun, steht uns nicht an:Sei standhaft, duldsam und verschwiegen!Bedenke dies; kurz, sei ein Mann,Dann, Juengling, wirst du maennlich siegen. (Gehen ab.)
TAMINO:
Die Weisheitslehre dieser KnabenSei ewig mir ins Herz gegraben.Wo bin ich nun? Was wird mit mir?Ist dies der Sitz der Goetter hier?Doch zeigen die Pforten, es zeigen die Saeulen,Dass Klugheit und Arbeit und Kuenste hier weilen.Wo Taetigkeit thronet und Muessiggang weicht.Erhaelt seine Herrschaft das Laster nicht leicht.Ich wage mich mutig zur Pforte hinein,Die Absicht ist edel und lauter und rein.Erzitt're, feiger Boesewicht!Pamina retten ist mir Pflicht. (Er geht an die Pforte zur rechten Seite, macht sie auf, und als er hinein will, hoert man unfern Stimmen)
STIMMEN:
Zurueck!
TAMINO:
Zurueck? Zurueck? So wag' ich hier mein Glueck! (Er geht zur linken Pforte. Stimmen von innen.)
STIMMEN:
Zurueck!
TAMINO:
Auch hier ruft man: Zurueck! (Sieht sich um)Da seh' ich noch eine Tuer,Vielleicht find' ich den Eingang hier. (Er klopft an der mittleren Pforte, der Sprecher erscheint.)
DER SPRECHER:
Wo willst du, kuehner Fremdling, hin?Was suchst du hier im Heiligtum?
TAMINO:
Der Lieb' und Tugend Eigentum.
DER SPRECHER:
Die Worte sind von hohem Sinn!Allein wie willst du diese finden?Dich leitet Lieb' und Tugend nicht,Weil Tod und Rache dich entzuenden.
TAMINO:
Nur Rache fuer den Boesewicht.
DER SPRECHER:
Den wirst du wohl bei uns nicht finden.
TAMINO:
Sarastro herrscht in diesen Gruenden?
DER SPRECHER:
Ja, ja! Sarastro herrschet hier.
TAMINO:
Doch in dem Weisheitstempel nicht?
DER SPRECHER:
Er herrscht im Weisheitstempel hier!
TAMINO:
So ist denn alles Heuchelei! (will gehen)
DER SPRECHER:
Willst du schon wieder gehn?
TAMINO:
Ja, ich will gehen, froh und frei,Nie euren Tempel seh'n!
DER SPRECHER:
Erklaer dich naeher mir,Dich taeuschet ein Betrug.
TAMINO:
Sarastro wohnet hier,Das ist mir schon genug!
DER SPRECHER:
Wenn du dein Leben liebst,So rede, bleibe da!Sarastro hassest du?
TAMINO:
Ich hass ihn ewig, ja!
DER SPRECHER:
Nun gib mir deine Gruende an.
TAMINO:
Er ist ein Unmensch, ein Tyrann!
DER SPRECHER:
Ist das, was du gesagt, erwiesen?
TAMINO:
Durch ein ungluecklich Weib bewiesen,Das Gram und Jammer niederdrueckt.
DER SPRECHER:
Ein Weib hat also dich berueckt?Ein Weib tut wenig, plaudert viel.Du, Juengling, glaubst dem Zungenspiel?O legte doch Sarastro dirDie Absicht seiner Handlung fuer!
TAMINO:
Die Absicht ist nur allzu klar!Riss nicht der Raeuber ohn' Erbarmen,Pamina aus der Mutter Armen?
DER SPRECHER:
Ja, Juengling, was du sagst, ist wahr.
TAMINO:
Wo ist sie, die er uns geraubt?Man opferte vielleicht sie schon?
DER SPRECHER:
Dir dies zu sagen, teurer Sohn,Ist jetztund mir noch nicht erlaubt. TAMINO:
Erklaer dies Raetsel, taeusch' mich nicht!
DER SPRECHER:
Die Zunge bindet Eid und Pflicht.
TAMINO:
Wann also wird die Decke schwinden?
DER SPRECHER:
Sobald dich fuehrt der Freundschaft HandIn's Heiligtum zum ew'gen Band. (Geht ab.)
TAMINO (allein):
O ew'ge Nacht! Wann wirst du schwinden?Wann wird das Licht mein Auge finden?
STIMMEN:
Bald, Juengling, oder nie!
TAMINO:
Bald, sagt ihr, oder nie?Ihr Unsichtbaren, saget mir,Lebt denn Pamina noch?
STIMMEN:
Pamina lebet noch!
TAMINO (freudig):
Sie lebt! Ich danke euch dafuer. (Er nimmt seine Floete heraus)O wenn ich doch imstande waere,Allmaechtige, zu eurer Ehre.Mit jedem Tone meinen DankZu schildern, wie er hier, entsprang. (Aufs Herz deutend. Er spielt, sogleich kommen Tiere von allenArten hervor, ihm zuzuhoeren. Er hoert auf, und siefliehen. Die Voegel pfeifen dazu.)Wie stark ist nicht dein Zauberton,Weil, holde Floete, durch dein SpielenSelbst wilde Tiere Freude fuehlen.Doch Pamina, nur Pamina bleibt davon! (Er spielt)Pamina! Pamina! Hoere, hoere mich!Umsonst! (Er spielt)Wo? Ach, wo find' ich dich? (Er spielt, Papageno antwortet von innen mit seinem Floetchen.) Ha, das ist Papagenos Ton! (Er spielt. Papageno antwortet)Vielleicht sah er Pamina schon,Vielleicht eilt sie mit ihm zu mir!Vielleicht fuehrt mich der Ton zu ihr. (Er eilt ab. Papageno und Pamina eilen herbei.)
PAMINA, PAPAGENO:
Schnelle Fuesse, rascher MutSchuetzt vor Feindes List und Wut.Faenden wir Tamino doch,Sonst erwischen sie uns noch.
PAMINA:
Holder Juengling!
PAPAGENO:
Stille, stille, ich kann's besser! (Pfeift.)
BEIDE:
Welche Freude ist wohl groesser?Freund Tamino hoert uns schon;Hierher kam der Floetenton.Welch ein Glueck, wenn ich ihn finde.Nur geschwinde! Nur geschwinde! (Wollen hineingehen. Monostatos tritt auf.)
MONOSTATOS (ihrer spottend):
Nur geschwinde! Nur geschwinde!Ha, hab' ich euch noch erwischt?Nur herbei mit Stahl und Eisen;Wart', ich will euch Mores weisen.Den Monostatos beruecken!Nur herbei mit Band und Stricken,He, ihr Sklaven, kommt herbei! (Sklaven kommen, mit Fesseln.)
PAMINA, PAPAGENO:
Ach, nun ist's mit uns vorbei!
MONOSTATOS:
He, ihr Sklaven, kommt herbei!
PAPAGENO:
Wer viel wagt, gewinnt oft viel!Komm, du schoenes Glockenspiel,Lass die Gloeckchen klingen, klingen,Dass die Ohren ihnen singen. (Er spielt auf seinem Glockenspiel. Sogleich tanzen und singen Monostatos und die Sklaven.)
MONOSTATOS, SKLAVEN:
Das klinget so herrlich,Das klinget so schoen!Larala la la larala la la larala!Nie hab' ich so etwasGehoert und geseh'n!Larala la la larala la la larala! (Sie gehen tanzend ab)
PAMINA, PAPAGENO:
Koennte jeder brave MannSolche Gloeckchen finden!Seine Feinde wuerden dannOhne Muehe schwinden,Und er lebte ohne sieIn der besten Harmonie!Nur der Freundschaft HarmonieMildert die Beschwerden;Ohne diese SympathieIst kein Glueck auf Erden. (Ein starker Marsch mit Trompeten und Pauken faellt ein)
CHOR (von innen):
Es lebe Sarastro! Sarastro lebe!
PAPAGENO:
Was soll das bedeuten? Ich zittre, ich bebe!
PAMINA:
O Freund, nun ist's um uns getan,Dies kuendigt den Sarastro an!
PAPAGENO:
O waer ich eine Maus,Wie wollt' ich mich verstecken!Waer ich so klein wie Schnecken,So kroech' ich in mein Haus!Mein Kind, was werden wir nun sprechen?
PAMINA:
Die Wahrheit! Die Wahrheit,Sei sie auch Verbrechen. (Zug von Gefolge; zuletzt faehrt Sarastro auf einem Triumphwagen heraus, der von sechs Loewen gezogen wird.)
CHOR:
Es lebe Sarastro! Sarastro soll leben!Er ist es, dem wir uns mit Freuden ergeben!Stets moeg' er des Lebens als Weiser sich freun,Er ist unser Abgott, dem alle sich weihn.
PAMINA (kniet):
Herr, ich bin zwar Verbrecherin,Ich wollte deiner Macht entfliehn,Allein die Schuld ist nicht an mir -Der boese Mohr verlangte Liebe;Darum, o Herr, entfloh ich dir.
SARASTRO:
Steh auf, erheitre dich, o Liebe!Denn ohne erst in dich zu dringen,Weiss ich von deinem Herzen mehr:Du liebest einen andern sehr.Zur Liebe will ich dich nicht zwingen,Doch geb' ich dir die Freiheit nicht.
PAMINA:
Mich rufet ja die Kindespflicht,Denn meine Mutter -
SARASTRO:
Steht in meiner Macht.Du wuerdest um dein Glueck gebracht,Wenn ich dich ihren Haenden liesse.
PAMINA:
Mir klingt der Muttername suesse;Sie ist es -
SARASTRO:
Und ein stolzes Weib!Ein Mann muss eure Herzen leiten,Denn ohne ihn pflegt jedes WeibAus ihrem Wirkungskreis zu schreiten. (Monostatos fuehrt Tamino herein.)
MONOSTATOS:
Nun stolzer Juengling, nur hierher!Hier ist Sarastro, unser Herr.
PAMINA (sieht Tamino):
Er ist's!
TAMINO (sieht Pamina):
Sie ist's!
PAMINA:
Ich glaub' es kaum!
TAMINO:
Sie ist's!
PAMINA:
Er ist's!
TAMINO:
Es ist kein Traum!
PAMINA:
Es schling' mein Arm sich um ihn her!
TAMINO:
Es schling' mein Arm sich um sie her!
BEIDE:
Und wenn es auch mein Ende waer! (Sie umarmen sich.)
ALLE:
Was soll das heissen?
MONOSTATOS:
Welch eine Dreistigkeit!Gleich auseinander! Das geht zu weit! (Er trennt sie; kniet dann vor Sarastro nieder.)Dein Sklave liegt zu deinen Fuessen,Lass den verwegnen Frevler buessen!Bedenk, wie frech der Knabe ist:Durch dieses seltnen Vogels ListWollt er Pamina dir entfuehren.Allein ich wusst' ihn auszuspueren.Du kennst mich! Meine Wachsamkeit-
SARASTRO:
Verdient, dass man ihr Lorbeer streut!He, gebt dem Ehrenmann sogleich -
MONOSTATOS:
Schon deine Gnade macht mich reich.
SARASTRO:
Nur siebenundsiebenzig Sohlenstreich!
MONOSTATOS:
Ach Herr, den Lohn verhofft' ich nicht!
SARASTRO:
Nicht Dank, es ist ja meine Pfticht! (Monostatos wird abgefuehrt)
ALLE:
Es lebe Sarastro, der goettliche Weise!Er lohnet und strafet in aehnlichem Kreise.
SARASTRO:
Fuehrt diese beiden FremdlingeIn unsern Pruefungstempel ein;Bedecket ihre Haeupter dann,Sie muessen erst gereinigt sein. (Der Sprecher und zwei Priester bringen eine Art Sack und bedecken die Haeupter der beiden Fremden)
SCHLUSSCHOR:
Wenn Tugend und GerechtigkeitDen grossen Pfad mit Ruhm bestreut,Dann ist die Erd' ein Himmelreich,Und Sterbliche den Goettern gleich.
II. Aufzug
Scene 1
Das Theater is ein Palmenwald, alle Bäume sind silberartig,die Blätter von Gold, 18 Sitze von Blättern. Auf einem jedenSitze steht eine Pyramide und ein großes, schwarzes Horn mitGold gefaßt. In der Mitte die größte Pyramide, auchdir größten Bäume. (Sarastro nebst anderen Priestern kommen in feierlichenSchritten, jeder mit einem Palmenzweig in der Hand. Ein Marsch mit Blasinstrumenten begleitet den Zug.)
9. Marsch der Priester
SARASTRO (nach einer Pause):
Ihr, in dem Weisheitstempel eingeweihtenDiener der großen Götter Osiris und Isis! Mit reiner Seele erklär' ich euch, daß unsre heutigeVersammlung eine der wichtigsten unsrer Zeit ist. Tamino, ein Königssohn, will ins Heiligtum des größten Lichtes blicken. Diesen Tugendhaften zu bewachten, ihm freundschaftlich dieHand zu bieten, sei heute eine unsrer wichtigsten Pflichten.
Erster PRIESTER (steht auf):Er besitzt Tugend?
SARASTRO:
Tugend!
Zweiter PRIESTER:
Auch Verschwiegenheit?
SARASTRO:
Verschwiegenheit!
Dritter PRIESTER:
Ist wohltätig?
SARASTRO:
Wohltätig! Haltet ihr ihn für würdig, so folgt meinem Beispiele. (Sie blasen dreimal in die Hörner.)Gerührt über die Einigkeit eurer Herzen, dankt Sarastroeuch im Namen der Menschheit. Mag immer das Vorurteil seinen Tadelüber uns Eingeweihte auslassen! Jedoch, das böse Vorurteilsoll schwinden; und es wird schwinden, sobald Tamino selbst dieGröße unserer schweren Kunst besitzen wird. Pamina habendie Götter dem holden Jüngling bestimmt; dies ist der Grund,warum ich sie der stolzen Mutter entriß. Das Weib dünktsich groß zu sein; hofft durch Blendwerk und Aberglauben dasVolk zu berücken und unsern festen Tempelblau zuzerstören. Allein, das soll sie nicht. Tamino, der holdeJüngling, soll ihn mit uns befestigen und als Eingeweihter derTugend Lohn, dem Laster aber Strafe sein. (Der dreimalige Akkord in den Hörnern wird von allen wiederholt.)
SPRECHER:
Großer Sarastro, wird Tamino auch die harten Prüfungen,die seiner warten, bekämpfen? - Verzeih, daß ich so freibin, dir meinen Zweifel zu eröffnen! Mich bangt es um denJüngling - Er ist Prinz!
SARASTRO:
Noch mehr! Er ist Mensch!
SPRECHER:
Wenn es nur aber in seiner frühen Jugend leblos erblaßte?
SARASTRO:
Dann ist er Osiris und Isis gegeben und wird der Götter Freudenfrüher fühlen als wir. (Der dreimalige Akkord wird wiederholt)Man führe Tamino mit seinem Reisegefährten in den Vorhof des Tempels ein.
10. Arie mit Chor
SARASTRO:
O Isis und Osiris, schenketDer Weisheit Geist dem neuen PaarlDie ihr der Wand'rer Schritte lenket.Stärkt mit Geduld sie in Gefahr.
CHOR:
Stärkt mit Geduld sie in Gefahr!
SARASTRO:
Laßt sie der Prüfung Früchte sehen;Doch sollten sie zu Grabe gehen,So lohnt der Tugend kühnen Lauf,Nehmt sie in euren Wohnsitz auf.
CHOR:
Nehmt sie in euren Wohnsitz auf. (Sarastro geht voraus, dann alle ihm nach - ab.)
Scene 2
Nacht. Der Donner rollt von weitem. Das Theater verwandelt sich in einen kurzen Vorhof des Tempels, wo man Reste von eingefallenen Säulen und Pyramiden sieht, nebst einigen Dornbüschen. An beiden Seiten stehen praktikable hohe, altägyptische Türen,welche mehr Seitengebäude vorstellen. (Tamino und Papageno werden vom Sprecher und dem andern Priester hereingeführt. Die Priester lösen ihnen die Säcke ab und entfernen sich damit.)
Dialog
TAMINO:
Eine schreckliche Nacht! - Papageno, bist du noch bei mir?
PAPAGENO:
Ja, freilich!
TAMINO:
Wo denkst du, dass wir uns nun befinden?
PAPAGENO:
Wo? Ja, wenn's nicht so finster wär, wollt' ichdir das schon sagen, aber so...Oh! (Donnerschlag.)O weh!
TAMINO:
Was ist's?
PAPAGENO:
Mir wird nicht wohl bei der Sache! Ich glaube, ich bekomme ein kleines Fieber. TAMINO:
Pfui, Papageno! Sei ein Mann!
PAPAGENO:
Aber ich wollt', ich wär ein Mädchen! (Ein sehr starker Donnerschlag.)O! o! o! Das ist mein letzter Augenblick! (Der Sprecher und der Zweite Priester erscheinen mit Fackeln.)
SPRECHER:
Ihr Fremdlinge, was sucht oder fordert ihr von uns? Was treibt euch an, in unsere Mauern zu dringen?
TAMINO:
Freundschaft und Liebe.
SPRECHER:
Bist du bereit, sie mit deinem Leben zu erkämpfen?
TAMINO:
Ja!
SPRECHER:
Prinz, noch ist's Zeit zu weichen - einen Schritt weiter, und es ist zu spät.
TAMINO:
Weisheitslehre sei mein Sieg; Pamina, das holde Mädchen, mein Lohn!
SPRECHER:
Du unterziehst dich jeder Prüfung dich?
TAMINO:
Jeder!
SPRECHER:
Reiche deine Hand mir! (Sie reichen sich die Hände)
Zweiter PRIESTER (zu Papageno):
Willst auch du dir Weisheitsliebe erkämpfen?
PAPAGENO:
Kämpfen ist meine Sache nicht. Ich verlang ja im Grunde auch garkeine Weisheit. Ich bin so ein Naturmensch, der sich mit Schlaf,Speise und Trank zufriedengibt. Und wenn es einmal sein könnte,daß ich mir ein hübsches Weibchen fange...
Zweiter PRIESTER:
Die wirst du nie erhalten, wenn du dich nicht unseren Prüfungen unterziehst.
PAPAGENO:
Und worin bestehen diese Prüfungen?
Zweiter PRIESTER:
Dich allen unseren Gesetzen zu unterwerfen, selbst den Tod nicht zu scheuen.
PAPAGENO:
Ich bleibe ledig!
Zweiter PRIESTER:
Aber wenn du dir ein tugenhaftes, schönes Mädchen erwerben könntest?
PAPAGENO:
Ich bleibe ledig!
Zweiter PRIESTER:
Wenn nun aber Sarastro dir ein Mädchen aufbewahrt hätte,das an Farbe und Kleidung dir ganz gleich wäre?
PAPAGENO:
Mir ganz gleich? Ist sie jung?
Zweiter PRIESTER:
Jung und schön!
PAPAGENO:
Und heißt?
Zweiter PRIESTER:
Papagena.
PAPAGENO:
Wie? Papa-
Zweiter PRIESTER:
Papagena.
PAPAGENO:
Papagen? - Haha, die möcht ich aus bloßer Neugierdeschon sehen.
Zweiter PRIESTER:
Sehen kannst du sie!
PAPAGENO:
Aber wenn ich sie gesehen habe, hernach muß ich sterben?
Zweiter PRIESTER:
Hmmmmmm... (Macht eine zweideutige Pantomime.)
PAPAGENO:
- Ich bleibe ledig!
Zweiter PRIESTER:
Sehen kannst du sie, aber bis zur verlaufenen Zeit kein Wort mit ihr sprechen; wird dein Geist so viel Standhaftigkeit besitzen, deine Zunge in Schranken zu halten?
PAPAGENO:
O ja!
Zweiter PRIESTER:
Deine Hand! Du sollst sie sehen.
SPRECHER (zu Tamino):
Auch dir, Prinz, legen die Götter ein heilsames Stillschweigenauf; ohne dieses seid ihr beide verloren. Du wirst Pamina sehen, abernie sie sprechen dürfen; dies ist der Anfang eurer Prüfungszeit.
11. Duett
Beide
PRIESTER:
Bewahret euch vor Weibertücken:Dies ist des Bundes erste Pflicht.Manch weiser Mann ließ sich berücken,Er fehlte und versah sich's nicht.Verlassen sah er sich am Ende,Vergolten seine Treu' mit Hohn.Vergebens rang er seine Hände,Tod und Verzweiflung war sein Lohn. (Beide Priester ab. Plötzlich ist es dunkel.)
Dialog
PAPAGENO:
He, Lichter her! Lichter her! - Das ist doch wunderlich, so oft einendie Herrn verlassen, sieht man mit offenen Augen nichts.
TAMINO:
Ertrag es mit Geduld, und denke, es ist der Götter Wille. (Die Drei Damen kommen aus der Versenkung.)
12. Quintett
DREI DAMEN:
Wie, wie, wie?Ihr an diesem Schreckensort?Nie, nie, nieKommt ihr wieder glücklich fort!Tamino, dir ist Tod geschworen!Du, Papageno, bist verloren!
PAPAGENO:
Nein, nein, das wär' zu viel.
TAMINO:
Papageno, schweige still!Willst du dein Gelübde brechen,Nicht mit Weibern hier zu sprechen?
PAPAGENO:
Du hörst ja, wir sind beide hin.
TAMINO:
Stille, sag ich, schweige still!
PAPAGENO:
Immer still, und immer still!
DREI DAMEN:
Ganz nah' ist euch die Königin!Sie drang im Tempel heimlich ein.
PAPAGENO:
Wie? Was? Sie soll im Tempel sein?
TAMINO:
Stille, sag' ich, schweige still!Wirst du immer so vermessenDeiner Eidespflicht vergessen?
DREI DAMEN:
Tamino, hör'! Du bist verloren!Gedenke an die Königin! Man zischelt viel sich in die OhrenVon dieser Priester falschem Sinn.
TAMINO (für sich):
Ein Weiser prüft und achtet nicht,Was der gemeine Pöbel spricht.
DREI DAMEN:
Man zischelt viel sich in die OhrenVon dieser Priester falschem Sinn.Man sagt, wer ihrem Bunde schwört,Der fährt zur Höll' mit Haut und Haar.
PAPAGENO:
Das wär', beim Teufel, unerhört!Sag' an, Tamino, ist das wahr?
TAMINO:
Geschwätz, von Weibern nachgesagt,Von Heuchlern aber ausgedacht.
PAPAGENO:
Doch sagt es auch die Königin.
TAMINO:
Sie ist ein Weib, hat Weibersinn.Sei still, mein Wort sei dir genug:Denk' deiner Pflicht und handle klug.
DREI DAMEN (zu Tamino):
Warum bist du mit uns so spröde? (Tamino deutet bescheiden, daß er nicht sprechen darf.) Auch Papageno schweigt - so rede!
PAPAGENO:
Ich möchte gerne - woll...
TAMINO:
Still!
PAPAGENO:
Ihr seht, daß ich nicht kann das Plaudern lassen,Ist wahrlich eine Schand' für mich!
TAMINO:
Daß du nicht kannst das Plaudern lassen,Ist wahrlich eine Schand' für dich!
ALLES:
Wir/Sie müßen sie/uns mit Scham verlassen,Es plaudert keiner sicherlich.Von festem Geiste ist ein Mann,Er denket, was er sprechen kann. (Die Drei Damen wollen gehen, die Eingeweihten rufen von innen.)
PRIESTER:
Entweiht ist die heilige Schwelle!Hinab mit den Weibern zur Hölle! (Ein schrecklicher Akkord mit allen Instrumenten, Donner, Blitz und Schlag, zugleich zwei starke Donner.)
DREI DAMEN:
O weh! O weh! O weh! (Sie stürzen in die Versenkung.)
PAPAGENO (fällt vor Schrecken zu Boden):
O weh, o weh, o weh! (Der Sprecher und Priester treten mit Fackelnb ein.)
Dialog
SPRECHER:
Jüngling! Dein standhaft männliches Betragen hat gesiegt. Wir wollen also mit reinem Herzen unsere Wanderschaftweiter fortsetzen. (Er gibt ihm den Sack um.)So! Nun komm! (Er geht mit Tamino ab.)
Zweiter PRIESTER:
Was seh ich, Freund! Stehe auf! Wie ist dir?
PAPAGENO:Ich lieg' in einer Ohnmacht!
Zweiter PRIESTER:
Auf! Sammle dich, und sei ein Mann!
PAPAGENO (steht auf):
Aber sagt mir nur, meine lieben Herren, warum muß ich denn allediese Qualen und Schrecken empfinden? Wenn mir ja die Göttereine Papagena bestimmten, warum denn mit so viel Gefahren sie erringen?
Zweiter PRIESTER:
Diese neugierige Frage mag deine Vernunfh dir beantworten. Komm!Meine Pflicht ist allein, dich weiterzuführen. (Er gibt ihm den Sack um.)
PAPAGENO:
Bei so einer ewigen Wanderschaft, da möcht' einem wohl die Liebeauf immer vergehen. (Der Zweiter Priester geht mit ihm ab.)
Scene 3
Das Theater verwandelt sich in einen angenehmen Garten; Bäume, die nach Art eines Hufeisens gesetzt sind; in der Mitte steht eine Laube von Blumen und Rosen, worin Pamina schläft. Der Mond beleuchtet ihr Gesicht. Ganz vor steht eine Rasenbank. (Monostatos kommt, setzt sich nach einer Pause.)
MONOSTATOS:
Ha, da find' ich ja die spröde Schöne! WelcherMensch würde bei so einem Anblick kalt und unempfindlich bleiben? Das Feuer, das in mir glimmt, wird mich noch verzehren! Wenn ich wüßte - daß ich so ganz alleinund unbelauscht wäre - ich wagte es noch einmal. (Er macht sich Wind mit beiden Händen.)Das Mädchen wird noch um meinen Verstand mich bringen. (Er sieht sich allenthalben um.)Es ist doch eine verdammte närrische Sache um die Liebe! Ein Küßchen, dächte ich, ließe sich entschuldigen.
13. Arie
MONOSTATOS:
Alles fühlt der Liebe Freuden,Schnäbelt, tändelt, herzt und küßt;Und ich sollt' die Liebe meiden,Weil ein Schwarzer häßlich ist!Ist mir denn kein Herz gegeben?Bin ich nicht von Fleisch und Blut?Immer ohne Weibchen leben,Wäre wahrlich Höllenglut!Drum so will ich, weil ich lebe,Schnäbeln, küssen, zärtlich sein!Lieber guter Mond, vergebe,Eine Weiße nahm mich ein.Weiß ist schön! Ich muß sie küssen;Mond, verstecke dich dazu!Sollt' es dich zu sehr verdrießen,O so mach' die Augen zu! (Er schleicht langsam und leise hin. Die Königin der Nacht kommt unter Donner aus der mittleren Versenkung, und so, daß sie gerade vor Pamina zu stehen kommt.)
Dialog
KOENIGIN:
Zurücke!
PAMINA (erwacht):I
hr Götter!
MONOSTATOS (prallt zurück):
O weh! Das ist - die Göttin der Nacht! (steht ganz still)
PAMINA:
Mutter! (Sie fällt ihr in die Arme)
MONOSTATOS:
Mutter? Hm, das muß man von weitem belauschen. (Er schleicht ab.)
KOENIGIN:
Wo ist der Jüngling, den ich an dich sandte?
PAMINA:
Er hat sich den Eingeweihten gewidmet.
KOENIGIN:
Unglückliche Tochter, nun bist du auf ewig mir entrissen.
PAMINA:
Entrissen? O fliehen wir, liebe Mutter! Unter deinem Schutz trotz' ich jeder Gefahr.
KOENIGIN:
Schutz? Liebes Kind, deine Mutter kann dich nicht mehrschützen. Mit deines Vaters Tod ging meine Macht zu Grabe. Übergab freiwillig den siebenfachen Sonnenkreis den Eingeweihten; diesen mächtigen Sonnenkreis trägt Sarastro auf seiner Brust. (zieht einen Dolch hervor)Siehst du hier diesen Stahl? Er ist für Sarastro geschliffen.Du wirst ihn töten und den mächtigen Sonnenkreis mir überliefern. (Sie dringt ihr den Dolch auf.)
PAMINA:
Aber, liebste Mutter! -
KOENIGIN:
Kein Wort!
14. Arie
KOENIGIN:
Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen,Tod und Verzweiflung flammet um mich her!Fühlt nicht durch dich Sarastro Todesschmerzen,So bist du meine Tochter nimmermehr.Verstoßen sei auf ewig, verlassen sei auf ewig.Zertrümmert sei'n auf ewig alle Bande der Natur,Wenn nicht durch dich Sarastro wird erblassen!Hört, Rachegötter, hört der Mutter Schwur! (Sie versinkt mitten in Donner und Blitz.)
PAMINA (mit dem Dolch in der Hand):
Morden soll ich? - Götter, das kann ich nicht!Götter, was soll ich tun?
MONOSTATOS (kommt schnell, heimlich und freudig):
Dich mir anvertrauen.
PAMINA:
Ha!
MONOSTATOS:
Warum zitterst du? Vor meiner schwarzen Farbe, oder vor dem ausgedachten Mord?
PAMINA (schüchtern):
Du weißt also? -
MONOSTATOS:
Alles. - Du hast also nur einen Weg, dich und deine Mutter zu retten.
PAMINA:
Der wäre?
MONOSTATOS:
Mich zu lieben! Ja oder nein?
PAMINA (entschlossen):
Nein!
MONOSTATOS (voll Zorn):
Nein? Liebe oder Tod!
PAMINA (entschlossen):
Nie! (Sarastro tritt auf.)
MONOSTATOS (erhebt den Dolch):
So fahre denn hin!
SARASTRO (hält ihn schnell ab):
Monostatos!
MONOSTATOS:
Herr, man hat deinen Tod geschworen, darum wollt' ich dich rächen.
SARASTRO:
Ich weiß nur allzuviel. Ich weiß, daß deine Seeleebenso schwarz als dein Gesicht ist. Geh!
MONOSTATOS (im Abgehen):
Jetzt such' ich die Mutter auf, weil mir die Tochter nicht beschieden ist. (Geht ab.)
PAMINA:
Herr, strafe meine Mutter nicht! Der Schmerz über meine Abwesenheit...
SARASTRO:
Ich weiß alles. - Weiß, daß sie in unterirdischenGemächern des Tempels herumirrt und Rache über mich und die Menschheit kocht; allein, du sollst sehen, wie ich mich an deiner Mutter räche.
15. Arie
SARASTRO:
In diesen heil'gen HallenKennt man die Rache nicht,Und ist ein Mensch gefallen,Führt Liebe ihn zur Pflicht.Dann wandelt er an Freundes HandVergnügt und froh in's bess're Land.In diesen heil'gen Mauern,Wo Mensch den Menschen liebt,Kann kein Verräter lauern,Weil man dem Feind vergibt.Wen solche Lehren nicht erfreun,Verdienet nicht ein Mensch zu sein. (Gehen beide ab.)
Scene 4
Das Theater verwandelt sich in eine Halle, wo das Flugwerk gehen kann. Das Flugwerk ist mit Rosen und Blumen umgeben, wo sich sodann eine Türe öffnet. Ganz vorne sind zwei Rasenbänke. (Tamino und Papageno werden ohne Säcke von den zwei Priestern hereingeführt.)
Dialog
SPRECHER:
Hier seid ihr euch beide allein überlassen. Sobald die Posaunetönt, dann nehmt ihr euren Weg dahin. Prinz, lebt wohl! Noch einmal, vergeßt das Wort nicht: Schweigen. (Geht ab.)
Zweiter PRIESTER:
Papageno, wer an diesem Ort sein Stillschweigen bricht, den strafen die Götter durch Donner und Blitz. Leb wohl! (Geht ab.) (Tamino setzt sich auf eine Rasenbank.)
PAPAGENO (nach einer Pause):
Tamino!
TAMINO (verweisend):
St!
PAPAGENO:
Das ist ein lustiges Leben! Wär' ich lieber in meinerStrohhütte, oder im Wald, da hör ich doch noch manchmaleinen Vogel pfeifen.
TAMINO (verweisend):
St!
PAPAGENO:
Also, mit mir selber werd ich ja vielleicht noch reden dürfen;und auch wir zwei, wir können miteinander sprechen, wir sind ja Männer. La la la-la la la!
TAMINO (verweisend):
St!
PAPAGENO (pfeift):
Nicht einmal einen Tropfen Wasser bekommt man bei diesen Leuten; viel weniger sonst was. (Ein altes häßliches Weib kommt aus der Versenkung,hält auf einer Tasse einen großen Becher Wasser.)
PAPAGENO (sieht sie lang an):
Ist das für mich?
ALTES WEIB:
Ja, mein Engel!
PAPAGENO (sieht sie wieder an, trinkt):
Wasser! Nicht mehr und nicht weniger als Wasser. Sag du mir, du unbekannte Schöne, werden alle fremden Gäste auf diese Art bewirtet?
ALTES WEIB:
Freilich, mein Engel!
PAPAGENO:
So, so! - Auf diese Art werden die Fremden auch nicht gar Zu häufig kommen. ALTES WEIB:
Sehr wenig.
PAPAGENO:
Das kann ich mir denken. Geh, komm, Alte, setze dich ein bisser! herzu mir, mir ist die Zeit verdammt lang. Sag du mir, wie alt bist denn du?
ALTES WEIB:
Wie alt?
PAPAGENO:
Ja!
ALTES WEIB:
Achtzehn Jahr und zwei Minuten.
PAPAGENO:
Achtzig Jahr?
ALTES WEIB:
Achtzehn Jahr und zwei Minuten.
PAPAGENO:
Achtzehn Jahr und zwei Minuten?
ALTES WEIB:
Ja!
PAPAGENO:
Ha ha ha! - Ei, du junger Engel! Sag mal, hast du auch einen Geliebten?
ALTES WEIB:
Ei, freilich, mein Engel!
PAPAGENO:
Ist er auch so jung wie du?
ALTES WEIB:
Nicht gar, er ist um zehn Jahre älter.
PAPAGENO:
Was, um zehn Jahre ist der noch älter als du? Das mußja eine feurige Liebe sein! Und wie nennt sich denn dein Liebhaber?
ALTES WEIB
Papageno!
PAPAGENO:
Papageno? Wo ist er denn, dieser Papageno?
ALTES WEIB
Da sitzt er, mein Engel!
PAPAGENO:Was, ich wär dein Geliebter?
ALTES WEIB
Ja, mein Engel!
PAPAGENO (nimmt schnell das Wasser und spritzt sie ins Gesicht):
Sag du mir, wie heißt du denn?
ALTES WEIB
Ich heiße - (Die Alte hint schnell ab)
PAPAGENO:
Oh! (Tamino steht auf, droht ihm mit dem Finger.)Nun sprech' ich aber kein Wort mehr! (Die Drei Knaben kommen in einem mit Rosen bedecktenFlugwerk. In der Mitte steht ein schön gedeckter Tisch. Der eine hat die Flöte, der andere das Kätschen mit Glöckchen.)
16. Terzett
DREI KNABEN:
Seid uns zum zweitenmal willkommen,Ihr Männer, in Sarastros Reich,Er schickt, was man euch abgenommen,Die Flöte und die Glöckchen euch.Wollt ihr die Speisen nicht verschmähen,So esset, trinket froh davon.Wenn wir zum drittenmal uns sehen,Ist Freude eures Mutes Lohn.Tamino, Mut! Nah ist das Ziel.Du, Papageno, schweige still! (Unter dem Terzett setzen sie den Tisch in die Mitte und fliegen auf.)
Dialog
PAPAGENO:
Tamino, wollen wir nicht speisen? (Tamino bläst uaf seiner Flöte)Blase du nur fort auf deiner Flöte, ich will meine Brockenblasen. Herr Sarastro führt eine gute Küche. Auf die Art,ja, da will ich schon schweigen, wenn ich immer solche gute Bissen bekomme. Nun, ich will sehen, ob auch der Keller so gut bestellt ist. (Er trinkt.)Ha! Das ist Götterwein! (Die Flöte schweigt.)
PAMINA (freudig eintretend):
Du hier? Gütige Götter! Dank euch! Ich hörtedeine Flöte - und so lief ich pfeilschnell dem Tone nach.Aber du bist traurig? Sprichst nicht eine Silbe mit deiner
TAMINO (seufzt)
Ah! (Winkt ihr fortzugehen.)
PAMINA:
Ich soll dich meiden? Ich soll dich fliehen, ohne zu wissen, warum?Tamino, liebst du mich nicht mehr? - Papageno, sage du mir, sag, wasist meinem Freund? (Papageno hat einen Brocken in dem Mund, hält mit beiden Händen die Speisen zu, winkt fortzugehen.)
PAMINA:
Wie? Auch du schweigst? O, das ist mehr als Tod! Liebster, einziger Tamino!
17. Arie
PAMINA:
Ach, ich fühl's, es ist verschwunden,Ewig hin der Liebe Glück!Nimmer kommt ihr WonnestundenMeinem Herzen mehr zurück!Sieh', Tamino, diese Tränen,Fließen, Trauter, dir allein!Fühlst du nicht der Liebe Sehnen,So wird Ruh' im Tode sein! (Sie geht traurig ab.)
PAPAGENO (ißt hastig):
Nicht wahr, Tamino, ich kann auch schweigen, wenn's sein muß. -Ja; bei so einem Unternehmen, da bin ich ein Mann. (Er trinkt.)Der Koch und der Kellermeister sollen leben. (Dreimaliger Posaunenton. Tamino winkt Papageno, daß er gehen soll.)Geh du nur voraus, ich komm dann schon nach. (Tamino will ihn mit Gewalt fortführen.)Nein! Der Stärkere bleibt da! (dreimaliger Posaunenton)Aha, das geht uns an. (ruft)Wir kommen schon. - Aber hör mal, Tamino, was wird denn nochalles mit uns werden? (Tamino deutet gen Himmel.)Ach, du meinst, die Götter soll ich fragen? (Tamino deutet ja.)Ja, die könnten uns freilich mehr sagen, als wir wissen! (Dreimaliger Posaunenton. Tamino reißt ihn mit Gewalt fort.)Wile nur nicht so, wir kommen noch immer zeitlich genug, um uns braten zu lassen. (Ab.)
Scene 5
Das Theater verwandelt sich in das Gewölbe von Pyramiden. (Der Sprecher und einige Priester treten auf. Zwei Priestertragen eine erleuchtete Pyramide auf den Schultern; jeder Priester hat eine transparente Pyramide in der Größe einer Laterne in der Hand. Achtzehn Priester in Form eines Dreiecks zu je 6 aufgestellt.)
18. Chor
CHOR der PRIESTER:
O Isis und Osiris, welche Wonne!Die düst're Nacht verscheucht der Glanz der Sonne.Bald fühlt der edle Jüngling neues Leben:Bald ist er unserm Dienste ganz ergeben.Sein Geist ist kühn, sein Herz ist rein,Bald wird er unser würdig sein. (Tamino wird hereingeführt.)
Dialog
SARASTRO:
Prinz, dein Betragen war bis hierher männlich und gelassen; nun hast du noch zwei gefährliche Wege zu wandern. Schlägt dein Herz noch ebenso warm für Pamina, und wünschest du einstals ein weiser Fürst zu regieren, so mögen die Götterdich ferner begleiten. - Deine Hand. - Man bringe Pamina! (Eine Stille herrscht bei allen Priestern; Pamina wird mit eben diesem Sack, welcher die Eingeweihten bedeckt,hereingeführt; Sarastro löst die Bande am Sacke auf.)
PAMINA:
Wo bin ich? - Welch eine fürchterliche Stille! - Wo ist Tamino?
SARASTRO:
Er wartet deiner, um dir das letzte Lebewohl zu sagen.
PAMINA:
Das letzte Lebewohl? O wo ist er?
SARASTRO:
Hier!
PAMINA:
Tamino!
TAMINO:
Zurück!
19. Terzett
PAMINA:
Soll ich dich, Teurer, nicht mehr seh'n?
SARASTRO:
Ihr werdet froh euch wiedersehn!
PAMINA:
Dein warten tödliche Gefahren!
TAMINO:
Die Götter mögen mich bewahren!
PAMINA:
Dein warten tödliche Gefahren!
TAMINO, SARASTRO:
Die Götter mögen mich/ihn bewahren!
PAMINA:
Du wirst dem Tode nicht entgehen,Mir flüstert dieses Ahnung ein.
TAMINO, SARASTRO:
Der Götter Wille mag geschehen,Ihr Wink soll mir/ihm Gesetze sein!
PAMINA:
O liebtest du, wie ich dich liebe,Du würdest nicht so ruhig sein.
TAMINO, SARASTRO:
Glaub mir, ich/er fühle/fühlet gleiche Triebe,Werd'/Wird ewig dein Getreuer sein.
SARASTRO:
Die Stunde schlägt, nun müßt ihr scheiden!
PAMINA, TAMINO:
Wie bitter sind der Trennung Leiden!
SARASTRO:
Tamino muß nun wieder fort.
TAMINO:
Pamina, ich muß wirklich fort!
PAMINA:
Tamino muß nun wirklich fort?
SARASTRO:
Nun muß er fort!
TAMINO:
Nun muß ich fort.
PAMINA:
So mußt du fort!
TAMINO:
Pamina, lebe wohl!
PAMINA:
Tamino, lebe wohl!
SARASTRO:
Nun eile fort. Dich ruft dein Wort.Die Stunde schlägt, wir sehn uns wieder!
TAMINO, PAMINA:
Ach, gold'ne Ruhe, kehre wieder!Lebe wohl! Lebe wohl! (Entfernen sich)
Scene 6
Das Theater verwandelt sich in einen Saal mit vielen Türen.
Dialog
PAPAGENO (von aussen):
Tamino! Tamino! Willst du mich denn gänzlich verlassen? (Er sucht herein.)Wenn ich nur wenigstens wüßte, wo ich wäre. - Tamino!Tamino, solang ich lebe, geh' ich nicht mehr von dir! Aber dies einmal verlaß mich armen Reisegefährten nicht! (Er kommt an die Türe, wo Tamino abgeführt worden ist.)
EINE STIMME (ruft):
Zurück!
PAPAGENO:
Barmherzige Götter! Wo wend' ich mich hin! Wenn ich nurwüßte, wo ich hereinkam. Tamino! (Er kommt an die Türe, wo er hereinkam)
EINE STIMME:
Zurück!
PAPAGENO:
Nun kann ich weder vorwärts noch zurück! (weint)Und muß am Ende gar verhungern. - Geschieht mir schon recht! – Warum bin ich denn auch mitgereist? (Der Sprecher tritt ihm entgegen)
SPRECHER:
Mensch! Du hättest verdient, auf immer in finsteren Klüftender Erde zu wandern; die gütigen Götter aber entlassen dichder Strafe dich. Dafür aber wirst du das himmlischeVergnügen der Eingeweihten nie fühlen.
PAPAGENO:
Je nun, es gibt ja noch andere Leute meinesgleichen! – Mir wäre jetzt ein gutes Glas Wein das größte Vergnügen.
DER SPRECHER:
Sonst hast du keinen Wunsch in dieser Welt?
PAPAGENO:
Bis jetzt nicht.
DER SPRECHER:
Man wird dich damit bedienen! (Ab. Sogleich kommt ein großer Becher, mit rotem Weln angefüllt, aus der Erde.)
PAPAGENO:
Ach! Da ist er ja schon! (trinkt)Herrlich! Himmlisch! Göttlich! - Ha! Ich bin jetzt so vergnügt, daß ich bis zur Sonne fliegen könnte, wenn ich Flügel hätte! Ha! Mir wird so wunderlich ums Herz! Ich möchte - ich wünschte - ja, was denn?
20. Arie
PAPAGENO (schlägt sein Glockenspiel):
Ein Mädchen oder WeibchenWünscht Papageno sich!O so ein sanftes TäubchenWär' Seligkeit für mich!Dann schmeckte mir Trinken und Essen,Dann könnt' ich mit Fürsten mich messen,Des Lebens als Weiser mich freun,Und wie im Elysium sein!Ein Mädchen oder WeibchenWünscht Papageno sich!O so ein sanftes TäubchenWär' Seligkeit für mich!Ach, kann ich denn keiner von allenDen reizenden Mädchen gefallen?Helf' eine mir nur aus der Not,Sonst gräm' ich mich wahrlich zu Tod!Ein Mädchen oder WeibchenWünscht Papageno sich!O so ein sanftes TäubchenWär' Seligkeit für mich!Wird keine mir Liebe gewähren,So muß mich die Flamme verzehren!Doch küßt mich ein weiblicher Mund,So bin ich schon wieder gesund! (Die Alte, tanzend und auf ihren Stock dabei sich stützend, kommt herein.)
Dialog
ALTES WEIB
Da bin ich schon, mein Engel!
PAPAGENO:
Was, du hast dich meiner erbarmt?
ALTES WEIB
Ja, mein Engel!
PAPAGENO:
Na, das ist ein Glück!
ALTES WEIB
Und wenn du mir versprichst, mir ewig treu zu bleiben, dann sollst du sehen, wie zärtlich dein Weibchen dich lieben wird.
PAPAGENO:
Ei, du zärtliches Närrchen!
ALTES WEIBO.
wie will ich dich umarmen, dich liebkosen, dich an mein Herz drücken!
PAPAGENO:
Auch ans Herz drücken?
ALTES WEIB
Komm, reich mir zum Pfand unsers Bundes deine Hand!
PAPAGENO:
Nur nicht so hastig, mein lieber Engel! So ein Bündnis brauchtdoch auch seine Überlegung.
ALTES WEIBPapageno, ich rate dir, zaudre nicht! - Deine Hand, oder du bist auf immer hier eingekerkert.
PAPAGENO:
Eingekerkert?
ALTES WEIB
Wasser und Brot wird deine tägliche Kost sein. Ohne Freund, ohneFreundin mußt du leben, und der Welt auf immer entsagen.
PAPAGENO:
Wasser trinken? Der Welt entsagen? Nein, da will ich doch lieber eineAlte nehmen, als gar keine. - Also gut, da hast du meine Hand mit derVersicherung, daß ich dir immer getreu bleibe. (für sich)solang ich keine Schönere sehe.
ALTES WEIB
Das schwörst du?
PAPAGENO:
Ja, das schwör' ich! (Das Weib verwandelt sich in ein junges Weib, welches ebenso gekleidet ist, wie Papageno).
PAPAGENA:
Papageno!
PAPAGENO:
Papagena! - (Er will sie umarmen.)
SPRECHER (kommt und nimmt sie hastig bei der Hand):
Fort mit dir, junges Weib! Er ist deiner noch nicht würdig!Zurückl sag ich.
PAPAGENO:
Was heißt, bitte...
SPRECHER (Er schleppt sie hinein, Papageno will ihr nach)
Zurück, sag ich! Oder zittre!
PAPAGENO:
So ich mich zurückziehe, soll mich doch die Erde verschlingen. (Er sinkt hinab.)Oh!
Scene 7
Das Theater verwandelt sich in einer kurzen Garten. (Die Drei Knaben fahren herunter.)
21. Finale
DREI KNABEN:
Bald prangt, den Morgen zu verkünden,Die Sonn auf goldner Bahn.Bald soll der Aberglaube schwinden,Bald siegt der weise Mann.O holde Ruhe, steig' hernieder,Kehr' in der Menschen Herzen wieder;Dann ist die Erd' ein Himmelreich,Und Sterbliche den Göttern gleich.
Erster KNABE:
Doch seht, Verzweiflung quält Paminen!
Zweiter KNABE, Dritter KNABE:
Wo ist sie denn?
Erster KNABE:
Sie ist von Sinnen!
DREI KNABEN:
Sie quält verschmähter Liebe Leiden.Laßt uns der Armen Trost bereiten!Fürwahr, ihr Schicksal geht uns nah!O wäre nur ihr Jüngling da!Sie kommt, laßt uns beiseite gehn,Damit wir, was sie mache, sehn. (Sie gehen beiseite. Pamina kommt, halb wahnwitzig, mit einem Dolch in der Hand.)
PAMINA (zum Dolch):
Du also bist mein Bräutigam?Durch dich vollend' ich meinen Gram.
DREI KNABEN (beiseite):
Welch dunkle Worte sprach sie da?Die Arme ist dem Wahnsinn nah.
PAMINA:
Geduld, mein Trauter, ich bin dein;Bald werden wir vermählet sein.
DREI KNABEN:
Wahnsinn tobt ihr im Gehirne;Selbstmord steht auf ihrer Stirne. (zu Pamina)Holdes Mädchen, sieh uns an!
PAMINA:
Sterben will ich, weil der Mann,Den ich nimmermehr kann hassen,Sein Traute kann verlassen. (auf den Dolch zeigend)Dies gab meine Mutter mir.
Drei KNABEN:
Selbstmord strafet Gott an dir!
PAMINA:
Lieber durch dies Eisen sterben,Als durch Liebesgram verderben!Mutter, durch dich leide ich,Und dein Fluch verfolget mich!
Drei KNABEN:
Mädchen, willst du mit uns gehn?
PAMINA:
Ha, des Jammers Maß ist voll!Falscher Jüngling, lebe wohl!Sieh, Pamina, ach! stirbt durch dich,Dieses Eisen töte mich! (Sie holt mit der Hand aus, um sich zu erstechen.)
DREI KNABEN (halten ihr den Arm):
Ha, Unglückliche, halt ein!Sollte dies dein Jüngling sehen,Würde er vor Gram vergehen;Denn er liebet dich allein.
PAMINA (erholt sich):
Was? Er fühlte Gegenliebe,Und verbarg mir seine Triebe,Wandte sein Gesicht vor mir?Warum sprach er nicht mit mir?
DREI KNABEN:
Dieses müßen wir verschweigen,Doch wir wollen dir ihn zeigen!Und du wirst mit Staunen sehn,Daß er dir sein Herz geweiht,Und den Tod für dich nicht scheut.Komm, wir wollen zu ihm gehen.
PAMINA:
Führt mich hin, ich möcht' ihn seh'n!
ALLE:
Zwei Herzen, die von Liebe brennen,Kann Menschenohnmacht niemals trennen.Verloren ist der Feinde Müh',Die Götter selbst schützen sie. (Gehen alle ab.) Scene 8 Das Theater verwandelt sich in zwei große Berge; in dem einen ein Wasserfall, worin man Sausen und Brausen hört; der andere speit Feuer aus; jeder Berg hat ein durchbrochenes Gegitter, worin man Feuer und Wasser sieht; da, wo das Feuer brennt, muß der Horizont hellrot sein, und wo das Wasser ist, liegt schwarzer Nebel. Die Szenen sind Felsen, jede Szene schließt sich mit einer eisernen Tür. (Tamino ist leicht angezogen, ohne Sandalen. Zwei schwarzgeharnischte Männer führen Tamino herein. Auf ihren Helmen brennt Feuer;sie lesen ihm die transparente Schrift vor, welche auf einer Pyramide geschrieben steht, diese Pyramide steht in der Mitte ganz in der Höohe, nahe dem Gitter.)
Die zwei GEHARNISCHTEN:
Der, welcher wandert diese Straße voll Beschwerden,Wird rein durch Feuer, Wasser, Luft und Erden;Wenn er des Todes Schrecken überwinden kann,Schwingt er sich aus der Erde himmelan.Erleuchtet wird er dann im Stande sein,Sich den Mysterien der Isis ganz zu weih'n.
TAMINO:
Mich schreckt kein Tod, als Mann zu handeln,Den Weg der Tugend fortzuwandeln.Schließt mir die Schreckenspforten auf,Ich wage froh den kühnen Lauf.
PAMINA (von innen):
Tamino, halt! Ich muß dich sehn.
TAMINO:
Was hör ich? Paminens Stimme?
Die GEHARNISCHTEN:
Ja, ja, das ist Paminens Stimme.
ALLE:
Wohl mir/dir, nun kann sie mit mir/dir geh'n,Nun trennet uns/euch kein Schicksal mehr,Wenn auch der Tod beschieden wär!
TAMINO:
Ist mir erlaubt, mit ihr zu sprechen?
Die GEHARNISCHTEN:
Dir ist erlaubt, mit ihr zu sprechen.
ALLE:
Welch Glück, wenn wir uns/euch wiederseh'n.Froh Hand in Hand in Tempel geh'n!Ein Weib, das Nacht und Tod nicht scheut,Ist würdig und wird eingeweiht. (Die Tür wird aufgemacht; Tamino und Pamina umarmen sich.)
PAMINA:
Tamino mein! O welch ein Glück!
TAMINO:
Pamina mein! O welch ein Glück!Hier sind die Schreckenspforten,Die Not und Tod mir dräu'n.
PAMINA:
Ich werde aller OrtenAn deiner Seite sein;Ich selbsten führe dich,Die Liebe leitet mich! (Sie nimmt ihn bei der Hand.)Sie mag den Weg mit Rosen streun,Weil Rosen stets bei Dornen sein.Spiel du die Zauberflöte an;Sie schütze uns auf uns'rer Bahn.Es schnitt in einer ZauberstundeMein Vater sie aus tiefstem GrundeDer tausendjähr'gen Eiche aus,Bei Blitz und Donner, Sturm und Braus.Nun komm und spiel' die Flöte an,Sie leite uns auf grauser Bahn.
ALLE:
Wir wandeln (Ihr wandelt) durch des Tones MachtFroh durch des Todes düstre Nacht. (Die Türen werden nach ihnen zugeschlagen; man sieht Tamino und Pamina wandern; man hört Feuergeprasselund Windgeheul, manchmal auch den Ton dumpfen Donners und Wassergeräusch. Tamino bläst seine Flöte;gedämpfte Pauken akkompagnieren manchmal darunter. Sobald sie vom Feuer herauskommen, umarmen sie sich und bleiben in der Mitte.)
PAMINA, TAMINO:
Wir wandelten durch Feuersgluten,Bekämpften mutig die Gefahr.Dein Ton sei Schutz in Wasserfluten,So wie er es im Feuer war. (Tamino bläst; man sieht sie hinuntersteigen und nacheiniger Zeit wieder heraufkommen; sogleich öffnet sich eine Türe; man sieht einen Eingang in einen Tempel, welcher hellbeleuchtet ist. Eine feierliche Stille. Dieser Anblick muß denvollkommensten Glanz darstellen. Sogleich fällt der Chor mitPauken und Trompeten ein. Zuvor aber Tamino und Pamina.)
PAMINA, TAMINO:
Ihr Götter, welch ein Augenblick!Gewähret ist uns Isis' Glück!
CHOR (von innen):Triumph! Triumph! Du edles Paar!Besieget hast du die Gefahr!Der Isis Weihe ist nun dein!Kommt, tretet in den Tempel ein! (Alle ab.) Scene 9 Das Theater verwandelt sich wieder in den vorigen Garten. (Papageno kommt, dann die drei Knaben, zuletzt Papagena.)
PAPAGENO:
Papagena! Papagena! Papagena!Weibchen! Täubchen! meine Schöne!Vergebens! Ach, sie ist verloren!Ich bin zum Unglück schon geboren!Ich plauderte - und das war schlecht,Und drum geschieht es mir schon recht!Seit ich gekostet diesen Wein,Seit ich das schöne Weibchen sah,So brennt's im Herzenskämmerlein,So zwickt's hier, so zwickt's da.Papagena! Herzensweibchen!Papagena, liebes Täubchen!'s ist umsonst, es ist vergebens!Müde bin ich meines Lebens!Sterben macht der Lieb' ein End',Wenn's im Herzen noch so brennt. (Er den Strick von seiner Mitte)Diesen Baum da will ich zieren,Mir an ihm den Hals zuschnüren,Weil das Leben mir mißfällt;Gute Nacht, du falsche Welt.Weil du böse an mir handelst,Mir kein schönes Kind zubandelst,So ist's aus, so sterbe ich;Schöne Mädchen, denkt an mich,- Will sich eine um mich Armen,Eh' ich hänge, noch erbarmen,Nun, so laß ich's diesmal sein!Rufet nur, ja oder nein. - (Sieht sich um.)Keine hört mich; alles stille!Also ist es euer Wille?Papageno, frisch hinauf!Ende deinen Lebenslauf! (Sieht sich um.)Nun, ich warte noch, es sei,Bis man zählet: eins, zwei, drei. (Pfeift.)Eins! (Sieht sich um, pfeift)Zwei! (Sieht sich um, pfeift)Drei! (Sieht sich um)Nun, wohlan, es bleibt dabei,Weil mich nichts zurücke hält,Gute Nacht, du falsche Welt! (Will sich hängen.)
DREI KNABEN (fahren herunter):
Halt ein, o Papageno! und sei klug,Man lebt nur einmal, dies sei dir genug!
PAPAGENO:
Ihr habt gut reden, habt gut scherzen;Doch brennt' es euch, wie mich im Herzen,Ihr würdet auch nach Mädchen gehn.
DREI KNABEN:
So lasse deine Glöckchen klingen,Dies wird dein Weibchen zu dir bringen.
PAPAGENO:
Ich Narr vergaß der Zauberdinge!Erklinge, Glockenspiel, erklinge!Ich muß mein liebes Mädchen seh'n.Klinget, Glöckchen, klinget,Schafft mein Mädchen her!Klinget, Glöckchen, klinget!Bringt mein Weibchen her. (Unter diesem Schlagen laufen die Drei Knaben zu ihrem Flugwerk und bringen das Weib heraus.)
DREI KNABEN:
Nun, Papageno, sieh dich um! (Papageno sieht sich um; beide haben unter dem Ritornell komisches Spiel.)
PAPAGENO:
Pa-pa-pa-pa-pa-pa-Papagena!
PAPAGENA:
Pa-pa-pa-pa-pa-pa-Papageno!
PAPAGENO:
Bist du mir nun ganz gegeben?
PAPAGENA:
Nun, bin ich dir ganz gegeben!
PAPAGENO:
Nun, so sei mein liebes Weibchen!
PAPAGENA:
Nun, so sei mein Herzenstäubchen!
BEIDE:
Welche Freude wird das sein,Wenn die Götter uns bedenken,Unsrer Liebe Kinder schenken,So liebe, kleine Kinderlein!
PAPAGENO:
Erst einen kleinen Papageno-
PAPAGENA:
Dann eine kleine Papagena-
PAPAGENO:
Dann wieder einen Papageno-
PAPAGENA:
Dann wieder eine Papagena-
PAPAGENO:
Papageno!
PAPAGENA:
Papagena!
PAPAGENO:
Es ist das höchste der Gefühle,Wenn viele, viele Papageno,Der Eltern Segen werden sein.
PAPAGENA:
Es ist das höchste der Gefühle,Wenn viele, viele Papagena,Der Eltern Segen werden sein. (Sie gehen ab.)
Scene 10
(Monostatos kommt. Die Königin und die Drei Damen kommen von beiden Versenkungen; sie tragen schwarze Fackeln in der Hand.)
MONOSTATOS:
Nur stille, stille, stille,Bald dringen wir im Tempel ein.
ALLE:
Nur stille, stille, stille,Bald dringen wir im Tempel ein.
MONOSTATOS:
Doch, Fürstin, halte Wort!Erfülle - dein Kind muß meine Gattin sein. KOENIGIN:
Ich halte Wort; es ist mein Wille,Mein Kind soll deine Gattin sein.
DREI DAMEN:
Ihr Kind soll deine Gattin sein. (Man hört dumpfen Donner, Geräusch von Wasser.)
MONOSTATOS:
Doch still, ich höre schrecklich Rauschen,Wie Donnerton und Wasserfall.
KOENIGIN, die Damen:
Ja, fürchterlich ist dieses Rauschen,Wie fernen Donners Widerhall!
MONOSTATOS:
Nun sind sie in des Tempels Hallen.
ALLE:
Dort wollen wir sie überfallen -die Frömmler tilgen von der Erd'Mit Feuersglut und mächt'gem Schwert.
DREI DAMEN, MONOSTATOS:
Dir, große Königin der Nacht,sei uns'rer Rache Opfer gebracht. (Man hört der stärksten Akkord, Donner, Blitz, Sturm.)
ALLE:
Zerschmettert, zernichtet ist unsere Macht,Wir alle gestürzt in ewige Nacht! (Sie versinken. Sogleich verwandelt sich das ganze Theater in eine Sonne. Sarastro steht erhöht; Tamino, Pamina, beide in priesterlicher Kleidung. Neben ihnen dieägyptischen Priester auf beiden Seiten. Die Drei Knaben halten Blumen.)
SARASTRO:
Die Strahlen der Sonne vertreiben die Nacht,Zernichten der Heuchler erschlichene Macht.
CHOR:
Heil sei euch Geweihten!Ihr dränget durch Nacht.Dank sei dir, Osiris,Dank dir, Isis, gebracht!Es siegte die StärkeUnd krönet zum LohnDie Schönheit und WeisheitMit ewiger Kron'.
E N D E