Composta entre os anos de 1901-1902, revisada em quatro oportunidades (1904-1905-1907-1909), a sinfonia n.5 de Gustav Mahler (1860-1911) foi estreada em 18 de outubro de 1904, em Colônia, Alemanha, sob a regência do próprio autor. Sua instrumentação é tão grandiloqüente quanto a própria obra: flautas, piccolos, oboés, corne-inglês, clarinetes, clarone, fagotes, contra fagote, trompetes, trompas, trombones, tuba, tímpanos, glockenspiel, pratos, bombo, caixa-clara, triângulo, tam-tam, harpa, violinos 1 e 2, violas, violoncelos e contrabaixos. O tempo médio de sua apresentação é de 1h15min. Mahler inaugurou com esta sinfonia um ciclo sem interferências explícitas de textos e narrativas extra-musicais. A 5. Sinfonia está dividida em três partes. A primeira inicia-se com uma marcha fúnebre, seguida sem interrupções de um movimento contrastante de caráter tempestuoso e enérgico. A segunda parte engloba o Scherzo, algo descontraído e excelentemente estruturado, preparando e fortalecendo as bases para a terceira e última parte. Esta inicia-se com o famoso adagietto, uma das mais conhecidas passagens musicais de Gustav Mahler, utilizada no filme cinematográfico Morte em Veneza, de Luchino Visconti, datado de 1971. O adagietto está escrito apenas para cordas, com andamento lento e de grande beleza. O final da sinfonia mescla temas musicais dos movimentos anteriores com passagens simples, concluindo a obra com uma grande explosão de alegria. A 5. Sinfonia é, para muitos, a obra mais característica de Gustav Mahler em que suas idéias musicais e convicções pessoais estão dispostas de maneira equilibrada e segura:
- Primeira parte:
01- Trauermarsch (marcha fúnebre)
02- Sturmish bewegt (tempestuoso, comovido)
- Segunda parte:
03- Scherzo
- Terceira parte:
04- Adagietto
05- Rondo Finale
Primeiro movimento.
Um misterioso toque do trompete, isolado, na mesma célula rítmica em que começa a Quinta Sinfonia de Beethoven, e tem início uma das mais importantes e conhecidas obras de Mahler, culminando numa seqüência melódica e harmônica. A orquestra surge em fortíssimo entoando a marcha fúnebre na primeira parte da Sinfonia. A Marcha Fúnebre propriamente dita é entrecortada por dois trios. No início ouve-se uma fanfarra inicialmente composta por 4 trompetes.
Segundo movimento.
Este movimento rompe com a imobilidade criada pela marcha fúnebre. Isso surge de duas maneiras, a primeira, na tonalidade de la menor onde há uma agitação e a segunda forma é a retomada de certos temas da marcha, tratando-os de uma forma mais dinâmica, como se fosse um desenvolvimento do primeiro movimento, ganhando importância. A tensão dissipa-se com um coral em re maior, apresentado por todos os sopros.
Terceiro movimento.
Uma longa pausa precedo este movimento. A denominação de Scherzo, aparece na obra de Mahler pela primeira vez neste momento. Este movimento não segue o padrão Beethoveniano, o laendler e a valsa dominam o movimento, o mais longo da sinfonia e o maior que Mahler escreveu, movimento rico em contraponto de timbres, de vozes.
Quarto movimento.
É só para cordas e em fa maior, soa como uma versão instrumental do Lied sob um poema de Rückert – Ich bin der Welt abhanden gekommen (tornei-me afastado do mundo) composto em 1901. Ele surge como uma introdução para o quinto movimento.
Quinto movimento.
O Rondó finale, em re maior com a indicação de Allegro . O fagote cita o Wunderhorn lied intitulado Lob des hohen Verstandes (elogio da alta compreensão) interpelando o oboé , trompa e clarinete. Logo em seguida surge um episódio fugato.
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