quarta-feira, 20 de junho de 2007

MOZART, W. A. - Le Nozze di Figaro

Beaumarchais e As bodas de Figaro
Nascido em Ceneda, em Veneza, Itália em 1749, da Ponte adotou este nome após seu pai, um comerciante de couro judeu ser aceito na religião católica. Seu novo nome foi retirado, de acordo com o costume daquele tempo, do clérigo que os batizou: neste caso Mosenhor Lorenzo da Ponte, bispo de Ceneda. Em 1783, da Ponte foi apontado como poeta do teatro da Ópera Real em Viena, que era então devotada à produção de ópera cômica italiana. Foi aí que Lorenzo conheceu Mozart e os dois artistas formaram uma colaboração em algumas das óperas mais populares da história da música ocidental: Le Nozze di Figaro, Così fan tutte, e Don Giovanni. Da Ponte não ficou por muito tempo em Viena e imigrou para Nova York em 1805. Ele acabou ensinando italiano na Universidade de Columbia e foi responsável pela produção da estréia em Nova York de "Don Giovanni", em 1826. Lorenzo da Ponte morreu em 1838 e seu funeral foi realizado na Catedral Old St. Patrick da Mulberyy Street; foi sepultado, provavelmente na tumba de um amigo, no velho cemitério católico da 11th Street e a 1st Avenue. Em 1915 todos os restos mortais foram levados para o cemitério Calvary em Queens, onde há uma lápide, colocada em 1987, na provável vizinhança dos restos mortais de Da Ponte.


Pierre Augustin Caron de Beaumarchais (1732 - 1799)
Quando George Washington estava lutando para manter seu exército vivo durante o inverno em Valley Forge, um simpatizante autêntico, e generoso defensor da Revolução americana, Pierre Augustin Caron de Beaumarchais, estava trabalhando em sua peça Le Mariage de Figaro. Em 1778 Beaumarchais completou Figaro, um trabalho que continha fortes idéias igualitárias. No mesmo ano, a França reconheceu formalmente a independência de treze colônias americanas e publicamente enviou-lhes ajuda militar. Beaumarchais, um homem com uma longa história de comprometimento com a justiça e a liberdade, havia agido sozinho durante a Revolução Americana: enviou armas, equipamentos e consideráveis somas de dinheiro para apoiar a luta dos colonialistas. Mesmo fazendo parte da corte de Luiz XVI, Beaumarchais não agiu como um oficial do governo francês. O rei não aprovou "Figaro", pois achou impróprio retratar o personagem central, um cidadão de classe baixa, tratando seus superiores sem respeito. O rei Luís receava que as fundações da estrutura social européia ficassem em perigo, caso a peça de Beaumarchais fosse produzida. Para seu desencanto, entretanto, espetáculos privados já estavam sendo apresentados através de toda Paris. O rei finalmente concordou e a peça foi apresentada publicamente em 27 de abril de 1784, mas não sem um certo número de cortes e alterações. A peça foi um enorme sucesso e logo foi traduzida para o alemão. Em 31 de janeiro de 1785, Joseph II da Áustria, expediu um memorando proibindo a apresentação da versão alemã em Viena. Logo em seguida à proibição, Mozart sugeriu ao seu libretista, Lorenzo da Ponte, que eles usassem a peça como tema de uma nova ópera italiana. Le Mariage de Figaro é uma peça de um conjunto de três escritas por Beaumarchais. A primeira peça, "Le Barbier de Seville", foi terminada em 1775 e a terceira, L'Autre Tartuffe em 1792. A peça se desenvolve na Espanha, mas a cor dos costumes e o sabor dos diálogos não deixam esconder o ataque óbvio de Beaumarchais à classe superior francesa. Um material bastante ofensivo, que também zombava da super privilegiada classe superior, dando ênfase também aos procedimentos legais deformados da época e à servidão da classe inferior.Duas outras óperas bastante conhecidas tiveram como fonte inspiradora as duas outras peças de Beaumarchais: O barbeiro de Sevilha de Rossini e O fantasma de Versalhes de John Corigliano. Filho de um simples relojoeiro francês, Beaumarchais assumiu o comércio do pai e tornou-se um milionário de sucesso, tendo também se casado com uma mulher milionária. Entretanto, mesmo tendo ascendido na escala social da nobreza através do casamento e dos negócios, ele nunca perdeu a compaixão pelos humildes, nem diminuiu seus esforços na luta geral pela igualdade social. Pierre Augustin Caron de Beaumarchais (1732 - 1799)
Quando George Washington estava lutando para manter seu exército vivo durante o inverno em Valley Forge, um simpatizante autêntico, e generoso defensor da Revolução americana, Pierre Augustin Caron de Beaumarchais, estava trabalhando em sua peça Le Mariage de Figaro. Em 1778 Beaumarchais completou Figaro, um trabalho que continha fortes idéias igualitárias. No mesmo ano, a França reconheceu formalmente a independência de treze colônias americanas e publicamente enviou-lhes ajuda militar. Beaumarchais, um homem com uma longa história de comprometimento com a justiça e a liberdade, havia agido sozinho durante a Revolução Americana: enviou armas, equipamentos e consideráveis somas de dinheiro para apoiar a luta dos colonialistas. Mesmo fazendo parte da corte de Luiz XVI, Beaumarchais não agiu como um oficial do governo francês. O rei não aprovou "Figaro", pois achou impróprio retratar o personagem central, um cidadão de classe baixa, tratando seus superiores sem respeito. O rei Luís receava que as fundações da estrutura social européia ficassem em perigo, caso a peça de Beaumarchais fosse produzida. Para seu desencanto, entretanto, espetáculos privados já estavam sendo apresentados através de toda Paris. O rei finalmente concordou e a peça foi apresentada publicamente em 27 de abril de 1784, mas não sem um certo número de cortes e alterações. A peça foi um enorme sucesso e logo foi traduzida para o alemão. Em 31 de janeiro de 1785, Joseph II da Áustria, expediu um memorando proibindo a apresentação da versão alemã em Viena. Logo em seguida à proibição, Mozart sugeriu ao seu libretista, Lorenzo da Ponte, que eles usassem a peça como tema de uma nova ópera italiana. Le Mariage de Figaro é uma peça de um conjunto de três escritas por Beaumarchais. A primeira peça, "Le Barbier de Seville", foi terminada em 1775 e a terceira, L'Autre Tartuffe em 1792. A peça se desenvolve na Espanha, mas a cor dos costumes e o sabor dos diálogos não deixam esconder o ataque óbvio de Beaumarchais à classe superior francesa. Um material bastante ofensivo, que também zombava da super privilegiada classe superior, dando ênfase também aos procedimentos legais deformados da época e à servidão da classe inferior.Duas outras óperas bastante conhecidas tiveram como fonte inspiradora as duas outras peças de Beaumarchais: O barbeiro de Sevilha de Rossini e O fantasma de Versalhes de John Corigliano. Filho de um simples relojoeiro francês, Beaumarchais assumiu o comércio do pai e tornou-se um milionário de sucesso, tendo também se casado com uma mulher milionária. Entretanto, mesmo tendo ascendido na escala social da nobreza através do casamento e dos negócios, ele nunca perdeu a compaixão pelos humildes, nem diminuiu seus esforços na luta geral pela igualdade social.
Sinopse
Antes do início da ópera: Na Il Barbiere di Siviglia (O barbeiro de Sevilha), Figaro, o barbeiro da cidade e especialista de todos os ofícios fica sabendo que o arrojado Conde Almaviva ama a jovem, rica e bela Rosina, protegida e futura esposa do rígido Dr. Bartolo. Rosina é castigada juntamente com o Conde, mesmo nunca o tendo encontrado. Figaro organiza um plano para reunir os dois. Quando a ópera Le Nozze di Figaro começa, Rosina (agora a Condessa) e o Conde já estão casados.
ATO I
Nos quartos dos criados, Figaro, o criado do Conde, prepara-se para seu casamento com Susanna, a criada da Condessa. Figaro sente-se ultrajado quando Susanna conta-lhe que o Conde planeja exercer seu direito de senhor - o direito de um nobre de tomar o lugar do noivo na noite de núpcias de seus criados. Figaro decide ludibriar o Conde
Os ardilosos Dr. Bartolo e Marcellina entram em cena. Figaro havia prometido casar-se com Marcellina ao pedir emprestado seu dinheiro e ela agora está decidida a fazer com que Figaro mantenha sua palavra. Bartolo, o advogado de Marcellina, também está ansioso em vingar-se de Figaro por injustiças do passado. Bartolo sai quando Susanna retorna. Marcellina e sua rival Susanna trocam insultos na forma de cumprimentos exagerados. Marcellina sai enraivecida.
Cherubino, o pajem adolescente romântico e sem esperanças, chega sem fôlego. Ele se sente atraído pela Condessa e foi apanhado envolvido com Barbarina, a filha do jardineiro. Por esta razão, o Conde pretende dispensar Cherubino de seus serviços. Quando Cherubino está para sair, ele vê o Conde se aproximando e esconde-se atrás de uma poltrona. O Conde entra e pede a Susanna que o encontre no jardim naquela noite.
Ao escutar Basilio, o professor de música bisbilhoteiro aproximar-se, o Conde esconde-se no mesmo local que Cherubino e este desliza sob a cadeira. Basilio diz a Susanna que ela deveria estar contente por ter a atenção do Conde e não de Cherubino que cobiça todas as mulheres. Ainda escondido, o Conde escuta Basilio dizer que Cherubino deita os olhos para a Condessa. Escandalizado, o Conde deixa seu esconderijo. Justamente no dia anterior ele havia encontrado Cherubino com Barbarina no chalé do jardineiro. Agora, mais do que nunca, o Conde quer livrar-se de Cherubino. Ele levanta o tecido que cobre a poltrona e, mais uma vez descobre Cherubino.
Enquanto o Conde se esforça para saber o que está acontecendo, Figaro entra em cena com um grupo de camponeses que canta em louvor do Conde e joga flores a seus pés. Figaro elogia o Conde publicamente por abolir o direito de senhor ao ter se casado com a Condessa. O Conde sabe que Figaro é capaz de acabar mal e jura ser mais esperto que ele. O Conde finge perdoar Cherubino oferecendo-lhe um posto em seu regimento particular. Cherubino tem que partir imediatamente para Sevilha. Figaro, contente por ver a partida de um dos admiradores de Susanna, deseja-lhe tudo de bom.
ATO II.
Na privacidade de seu quarto, a Condessa visita o Amor para trazer seu marido de volta. Susanna entra e confirma as suspeitas da Condessa, de que o Conde tem feito propostas a ela. Susanna conta também sobre o ciúmes do Conde em relação a Cherubino e sua esposa. Figaro chega com um plano para evitar a intenção do Conde de interromper o casamento. Ele propõe enviar uma mensagem ao Conde que sugere que a própria Condessa tem um amante que ela irá encontrar no jardim naquela noite. Cherubino passará por Susanna e encontrará o Conde, que acreditará estar vingando-se da infidelidade da esposa - o Conde também acreditará estar tendo sucesso com Susanna e não tentará mais interromper o casamento.
Figaro sai e Cherubino entra, cantando à Condessa seu amor doentio. A Condessa e Susanna fantasiam Cherubino como Susanna. Escuta-se o Conde do lado de fora, bravo pela porta estar trancada. Cherubino corre para o quarto de vestir adjunto batendo na mesa de vestir. O Conde escuta e começa a suspeitar. Ele havia recebido a carta de Figaro e agora suspeita que o amante da Condessa esteja escondido na sala ao lado. A Condessa lhe garante que o barulho é somente o de Susanna trocando de roupa. (Susanna está escondida atrás de uma tela na sala.) O Conde insiste para que a Condessa vá com ele enquanto manda vir as ferramentas para forçar a porta do quarto de vestir.
Susanna, sem ser vista pelo Conde, escutou tudo e diz a Cherubino para abrir a porta do quarto. Ela tranca-se no interior do quarto e Cherubino pula pela janela, momentos antes que o Conde e a Condessa voltem. Ao ver a porta aberta, a Condessa admite que era Cherubino quem estava trancado na sala. O Conde jura Cherubino de morte, mas para a surpresa deles, é Susanna quem sai do quarto de vestir.
Susanna e a Condessa admitem que a carta de Figaro era uma fraude. Figaro chega e anuncia que as festividades do casamento já vão começar. No momento em que Figaro percebe que a Condessa e Susanna descobriram o segredo, Antonio, o jardineiro, invade a sala reclamando que alguém pulou pela janela arruinando seu canteiro de flores. O Conde suspeita de Cherubino, mas Figaro diz que foi ele. Figaro finge estar machucado e começa a mancar. No final entram Marcellina e Bartolo para prestar queixa contra Figaro. O Conde, completamente confuso, percebe uma oportunidade de afirmar sua autoridade e declara que ele próprio julgará o caso.
ATO III.
No salão principal, decorado para o casamento, o Conde vaga sozinho, tentando refletir sobre os estranhos acontecimentos do dia. No fundo, sem serem notadas pelo Conde, a Condessa diz a Susanna para marcar um encontro com o Conde para aquela mesma noite. Susanna adianta-se e o Conde lembra-lhe que Figaro ainda pode ter que se casar com Marcellina. Susanna diz que ela quitará o débito com Marcellina com o dote que o Conde lhe prometeu. Ele responde que sua promessa de dote dependia da resposta de Susanna aos seus carinhos. Susanna então concorda em encontrar o Conde no jardim naquela noite.Momentaneamente satisfeito, o Conde fica enraivecido ao escutar Susanna dizer a Figaro, "Nós ganhamos nosso caso" O Conde jura fazer o que for necessário para conquistar Susanna.
on Curzio, um advogado, entra com Figaro, Bartolo e Marcellina para ouvirem a decisão do Conde: Figaro deve pagar Marcellina ou casar-se com ela. Figaro protesta, dizendo ser um órfão de berço nobre e não poder se casar sem o consentimento de seus pais. Uma tatuagem em seu braço o identifica como o filho há muito tempo perdido de Marcellina e Bartolo! Susanna chega com o dinheiro para pagar a dívida de Figaro e fica chocada ao ver seu noivo abraçando Marcellina, mas logo percebe que Figaro está abraçando sua mãe. Marcellina e Bartolo perdoam a dívida e abençoam o casamento de Figaro e Susanna. O plano do Conde falha e ele fica furioso.
Todos deixam o salão e Barbarina, a filha do jardineiro, entra com Cherubino preparada para ajudá-lo a vestir-se como mulher. Os dois saem e a Condessa entra em cena sozinha, pensando no que poderia ter acontecido com a confiança e a intimidade que ela já havia tido com seu marido. A Condessa sai e Antonio, o jardineiro, entra com o Conde e conta-lhe que Cherubino está disfarçado em mulher. Os dois saem para investigar o que está acontecendo e a Condessa volta com Susanna.
Cherubino, vestido como mulher, lidera um coro de garotas camponesas oferecendo flores à Condessa. A Condessa e Susanna suspeitam que seja Cherubino - uma suspeita confirmada por Antonio que arranca a peruca do pajem. O Conde entra e ameaça punir Cherubino. Barbarina embaraça o Conde ao lembrá-lo que todas as vezes que ele a beijou, havia prometido que lhe satisfaria qualquer desejo: agora ela desejava casar-se com Cherubino. O Conde se pergunta por que razão todas as situações se voltam contra ele. Figaro entra e sugere que todos comecem a dançar. Cherubino admite que fora ele quem havia pulado da janela, o que fez de Figaro um mentiroso. Escuta-se a marcha nupcial e a dupla cerimônia de casamento vai começar. Enquanto o Conde e a Condessa presidem a cerimônia, Susanna passa ao Conde um bilhete fechado com seu alfinete de chapéu. O Conde espeta o dedo e deixa cair o alfinete, que é encontrado por Figaro. O Conde convida a todos para celebrarem os casamentos.
ATO IV.
Mais tarde, na mesma sala, Barbarina é enviada pelo Conde para encontrar o alfinete de Susanna, mas não consegue achá-lo. Figaro entra e fica sabendo do significado do alfinete: o Conde deseja que ele seja entregue a Susanna como um sinal de que ele a estará esperando no jardim naquela noite. Figaro fica enfurecido. Finge encontrar o alfinete no chão e o dá a Barbarina que sai correndo. Figaro procura Marcellina, sua mãe, para confortá-lo.
Barbarina entra no jardim, esperando encontrar Cherubino. Ela se esconde ao ver uma pessoa oculta. É Figaro que levou consigo Basilio e Bartolo para testemunharem o Conde restaurando o direito de senhor. Figaro esconde-se ao ver a Condessa entrando com Marcellina e Susanna disfarçada. Sabendo que Figaro está escutando, Susanna canta uma serenata para vingar-se das suspeitas de Figaro: em tons melodiosos ela espera por seu amante, mas sem dizer seu nome. Cherubino chega e como a Condessa e Susanna haviam trocado de roupas ele pensa estar falando com Susanna quando, na verdade está falando com a Condessa. A Condessa o expulsa ao escutar Figaro entrando. Cherubino esconde-se com Barbarina e o Conde, confundindo Figaro com Cherubino no escuro, esmurra suas orelhas.
Finalmente o Conde vê "Susanna"(na verdade a Condessa) e lhe oferece um anel. Figaro descobre o plano e espanta o Conde, dizendo que as pessoas estão chegando. Fingindo confundir Susanna com a Condessa, ele sugere que eles se tornem amantes para se vingarem do Conde. Susanna, ainda disfarçada, esbofeteia Figaro, que admite saber que era ela. Os dois retomam o disfarce para deixar o Conde furioso, pois este volta e encontra Figaro cortejando a suposta Condessa. O Conde quer denunciar sua esposa e chama todos para testemunharem. Logo percebe que foi enganado pelo disfarces das mulheres.
Ajoelhando-se em frente à Condessa, o Conde implora seu perdão, e ela o perdoa. Todos saúdam o final feliz de um longo e louco dia.

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