Por volta de 1848, Liszt criou música para acompanhar o poema dramático "Os Quatro Elementos" de Joseph Autran, mais tarde, 1854, remanejou a música aproximando-a de um poema de um artista mais célebre que Autran, Alphonse De Lamartine. Rebatizada como "Les Préludes", a partitura fez sucesso e ainda o faz.
A meditação poética que de alguma maneira sugeriu ao compositor o título da obra, fala da existência enquanto uma série de "Prelúdios para a Morte". Assim, um desses prelúdios haveria de ser o "Amor", logo destruído pelas "Tempestades da Vida", e para o qual buscar-se-ia "Consolo na Natureza". Por certo, a "Luta" e a conseqüente "Vitória" lembradas pelo autor para finalizar seu poema sinfônico, estariam relacionadas à transformação da alma pela morte. No início de sua partitura Liszt utiliza-se do poema de Lamartine que serve de guia à compreensão da obra:
"Que é a vida senão uma série de prelúdios àquela canção misteriosa, cuja primeira nota solene é dada pela morte? O amor é a aurora encantada de todo o coração. Mas, haverá um mortal sobre cujas alegrias e felicidade não se desencadeia uma tempestade, desfazendo com seu hálito gelado as ilusões fantasiosas e destruindo o seu altar? Que alma, assim tão cruelmente ferida, não tenta às vezes dissipar as reminiscências de tais tormentos, na solidão da vida bucólica? E contudo o homem como parece, não é capaz de tolerar o lânguido descanso no seio da Natureza. Quando a trombeta faz soar o alarme, ele se precipita para junto de seus camaradas, não importa qual seja a causa pela qual o chamam à armas. Lança-se ao mais encarniçado da luta e, em meio ao rugir da batalha, recupera a confiança em si mesmo e em suas forças".
Formalmente, "Os Prelúdios" não se atém a nenhum modelo já existente; no máximo, faz referências à estrutura da sinfonia. Para conseguir maior unidade, o compositor fez circular entre todos eles alguns motivos de base, que são variados durante a obra, em muitos aspectos rítmicos e harmônicos, além de ter seu andamento alterado. Contudo, há quem seja de opinião de que a obra serve-se da estrutura geral da sonata (Exposição, Desenvolvimento, Recapitulação e Coda), para se organizar.
A orquestração é a seguinte: madeiras a dois; 4 trompas; 2 trompetes; 3 trombones; tuba; tímpanos; percussão; harpa e cordas.
I - PRIMAVERA E AMOR: "Andante". Num compasso de 4/4, logo de início, as cordas apresentam um tema que possui caráter de verdadeiro Prelúdio.
Uma transição modulante sobre esse tema leva-nos a um motivo marcial entregue às trompas e trompetes, que se apoiam em figurações de trombones e fagotes e em marcações dos tímpanos sobre a agitação das cordas.
Desse movimento "Andante maestoso" passa-se ao andamento inicial, para a apresentação de um terceiro tema, de caráter lírico, enunciado pelos violoncelos e, depois, por uma trompa solista.
O quarto tema de importância vem depois, através das trompas emparelhadas.
Por um acelerando chega-se ao clímax deste segmento, que acaba por se desfazer em um episódio mais rarefeito, onde há trilos do oboé, e sons harmônicos da harpa e breves declarações de clarinetes e flautas.
II - TEMPESTADE DA VIDA: "Allegro ma non tropo". Compasso 2/2. Este curto e agitado episódio tem início com um motivo bastante cromático apresentado pelos violoncelos, logo engrossado pelas demais cordas e pelas madeiras.
Chega-se assim ao "Allegro tempestuoso", onde os trombones emitem uma tema ascendente, de efeito dramático. Em mio a toda essa agitação, os oboés rememoram o tema lírico dos violoncelos, aparecido na primeira parte;
Os violinos e a harpa dão-se oportunidades a fim de encaminhar o próximo episódio.
III - CONSOLAÇÃO DA NATUREZA: "Allegretto pastorale". Em compasso 6/8. Sobre um arpejo descendente da harpa e um pedal em pianíssimo das cordas, a trompa faz um apelo, logo ecoado no oboé e no clarinete.
As cordas sugerem um movimento de dança, motivo que a flauta desenvolve e que, por fim, desemboca em novo tratamento de novo tema, tocada pelas cordas, baseado no quarto tema do primeiro movimento (nas trompas).
IV - LUTA E VITÓRIA: "Allegro marziale animato", no compasso de 4/4. Movimento enérgico, ritmado reforçado pelo instrumental de percussão. O tema marcial dos trombones, sobre acordes dos metais e escalas rápidas dos violinos, abre esta seção que, a rigor, não possui material temático novo. Tudo o que é ouvido, é revestido de novas feições do farto e engenhoso conjunto de temas dos movimentos anteriores.
A meditação poética que de alguma maneira sugeriu ao compositor o título da obra, fala da existência enquanto uma série de "Prelúdios para a Morte". Assim, um desses prelúdios haveria de ser o "Amor", logo destruído pelas "Tempestades da Vida", e para o qual buscar-se-ia "Consolo na Natureza". Por certo, a "Luta" e a conseqüente "Vitória" lembradas pelo autor para finalizar seu poema sinfônico, estariam relacionadas à transformação da alma pela morte. No início de sua partitura Liszt utiliza-se do poema de Lamartine que serve de guia à compreensão da obra:
"Que é a vida senão uma série de prelúdios àquela canção misteriosa, cuja primeira nota solene é dada pela morte? O amor é a aurora encantada de todo o coração. Mas, haverá um mortal sobre cujas alegrias e felicidade não se desencadeia uma tempestade, desfazendo com seu hálito gelado as ilusões fantasiosas e destruindo o seu altar? Que alma, assim tão cruelmente ferida, não tenta às vezes dissipar as reminiscências de tais tormentos, na solidão da vida bucólica? E contudo o homem como parece, não é capaz de tolerar o lânguido descanso no seio da Natureza. Quando a trombeta faz soar o alarme, ele se precipita para junto de seus camaradas, não importa qual seja a causa pela qual o chamam à armas. Lança-se ao mais encarniçado da luta e, em meio ao rugir da batalha, recupera a confiança em si mesmo e em suas forças".
Formalmente, "Os Prelúdios" não se atém a nenhum modelo já existente; no máximo, faz referências à estrutura da sinfonia. Para conseguir maior unidade, o compositor fez circular entre todos eles alguns motivos de base, que são variados durante a obra, em muitos aspectos rítmicos e harmônicos, além de ter seu andamento alterado. Contudo, há quem seja de opinião de que a obra serve-se da estrutura geral da sonata (Exposição, Desenvolvimento, Recapitulação e Coda), para se organizar.
A orquestração é a seguinte: madeiras a dois; 4 trompas; 2 trompetes; 3 trombones; tuba; tímpanos; percussão; harpa e cordas.
I - PRIMAVERA E AMOR: "Andante". Num compasso de 4/4, logo de início, as cordas apresentam um tema que possui caráter de verdadeiro Prelúdio.
Uma transição modulante sobre esse tema leva-nos a um motivo marcial entregue às trompas e trompetes, que se apoiam em figurações de trombones e fagotes e em marcações dos tímpanos sobre a agitação das cordas.
Desse movimento "Andante maestoso" passa-se ao andamento inicial, para a apresentação de um terceiro tema, de caráter lírico, enunciado pelos violoncelos e, depois, por uma trompa solista.
O quarto tema de importância vem depois, através das trompas emparelhadas.
Por um acelerando chega-se ao clímax deste segmento, que acaba por se desfazer em um episódio mais rarefeito, onde há trilos do oboé, e sons harmônicos da harpa e breves declarações de clarinetes e flautas.
II - TEMPESTADE DA VIDA: "Allegro ma non tropo". Compasso 2/2. Este curto e agitado episódio tem início com um motivo bastante cromático apresentado pelos violoncelos, logo engrossado pelas demais cordas e pelas madeiras.
Chega-se assim ao "Allegro tempestuoso", onde os trombones emitem uma tema ascendente, de efeito dramático. Em mio a toda essa agitação, os oboés rememoram o tema lírico dos violoncelos, aparecido na primeira parte;
Os violinos e a harpa dão-se oportunidades a fim de encaminhar o próximo episódio.
III - CONSOLAÇÃO DA NATUREZA: "Allegretto pastorale". Em compasso 6/8. Sobre um arpejo descendente da harpa e um pedal em pianíssimo das cordas, a trompa faz um apelo, logo ecoado no oboé e no clarinete.
As cordas sugerem um movimento de dança, motivo que a flauta desenvolve e que, por fim, desemboca em novo tratamento de novo tema, tocada pelas cordas, baseado no quarto tema do primeiro movimento (nas trompas).
IV - LUTA E VITÓRIA: "Allegro marziale animato", no compasso de 4/4. Movimento enérgico, ritmado reforçado pelo instrumental de percussão. O tema marcial dos trombones, sobre acordes dos metais e escalas rápidas dos violinos, abre esta seção que, a rigor, não possui material temático novo. Tudo o que é ouvido, é revestido de novas feições do farto e engenhoso conjunto de temas dos movimentos anteriores.
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