terça-feira, 8 de maio de 2007

BEETHOVEN, Ludwig van - Leonore III, Abertura em Dó Maior - Op. 72

O nome Leonore havia sido escolhido por Beethoven para sua única ópera, cuja personagem principal foi assim batizada. Contudo, jamais pôde ser usado pois já havia uma ópera homônima composta por Paër, muito em moda na época, mas um tanto esquecida hoje. Por isso, a ópera de Beethoven acabou sendo chamada Fidélio. Beethoven compôs as três aberturas Leonore para Fidélio. Inclusive, quando a ópera estreou em Viena, a 20 de novembro de 1805, foi com a abertura Leonore II que o compositor a iniciou. A abertura final de Fidélio seria composta apenas em 1814, quando, depois de diversos retoques, Beethoven chegou à versão definitiva de toda a ópera.
Das três Leonore, foi a terceira que se impôs no gosto popular, ganhando rapidamente as salas de concerto. Composta em 1806 quase por acaso, durante uma repetição da referida ópera, a abertura Leonore III é mais concisa que a anterior, começando com um adágio rico em modulações e seguido de um allegro nos moldes bitemáticos das sonatas.
Ao flutuar suave das cordas sucede a repetição fogosa do tutti, que apresentará diversos temas dramáticos no decorrer do desenvolvimento: a melodia do trio do último ato; um soar intempestivo de trompetes sobre uma passagem magnífica dos violinos, simbolizando o ministro que vem libertar Florestan; uma lenta cantilena encadeada a esse trombetear (evocando a cena do cárcere), que exprime a esperança de Leonore e de seu esposo antes da libertação. Após este desenvolvimento de temas, a orquestra reexpõe os dois motivos principais, chegando enfim à coda em crescendo acelerado seguido de uma stretta jubilosa.

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