quarta-feira, 30 de maio de 2007

BRUCKNER, Anton – Sinfonia no. 8 em do menor (A 117)

De todas as sinfonias de Bruckner, esta é a mais monumental, obra romântica de proporções monumentais encerra a produção musical do século XIX. È uma obra que atinge o ápice da arte da sinfonia lado a lado com sua 9 sinfonia (incompleta). Uma obra que surge depois de 3 anos de trabalho intenso. As primeiras anotações datam de 1884, sendo concluída em 1887. A intenção era de apresentar a obra no final do ano, mas Hermann Levi, o maestro que regeu a première da 7 sinfonia, não gostou da obra. Então seduziu a Bruckner de realizar algumas mudanças e isso provocou uma busca de Bruckner por reformular outras sinfonias, como foi o caso da terceira e da primeira, e por conta disso não conseguiu concluir a sua última sinfonia, existindo assim duas versões do autor de suas sinfonia. Veja comentário abaixo. A primeira versão de 1884-1887 e a outra de 1890. Entre elas, há mudanças notáveis, que vão desde a instrumentação, orquestração e inclusive a supressão de compassos e mudanças na dinâmica. No segundo movimento, há modificações nos temas do trio e nos últimos movimentos há inclusive a supressão de diversos compassos.
A primeira versão só foi publicada e, 1973 por Newak, e a sua versão definitiva foi publicada em 1959. Outro editor, Robert Hass, também fez sua edição, levando em conta os escritos de 1890. Hoje as duas versões dividem os maestros. No entanto a versão de 1890 é autenticada e dedicada ao imperador da Áustria – Francisco José I – e foi apresentada a 18 de dezembro de 1892 em Viena sob a direção do maestro Hans Richter, recebendo grande aclamação e elogios.
O efetivo orquestral é de grandes proporções, onde surgem todas as madeiras a 3, as trompas a 8, divididas em 2 trompas em si bemol, duas em fa e tubas (chamadas de wagnerianas), 2 (tenor) em si bemol e 2 (baixo), 3 trompetes, 3 trombones, 1 tuba contrabaixo, 2 harpas e um grande efetivo de cordas. Este efetivo orquestral até a esse momento nunca tinha sido utilizado por Bruckner, a não ser as obras de Berlioz e Mahler que vieram a ultrapassar posteriormente. Como mencionei no início é uma obra de grandes proporções, execução que dura em torno de 90 minutos.
Uma outra observação é que Bruckner utiliza um Scherzo no segundo movimento – Beethoven também o fez em sua nona sinfonia – ao invés de se utilizar deste tipo de escrita apenas no terceiro movimento como era usual.

VERSÕES
Versão original
, composta de outubro de 1884 a agosto de 1885. Numerosas e importantes revisões foram feitas até julho de 1887. A primeira publicação desta versão raramente executada é de Nowak [1977].
Versão de 1890, preparada por Bruckner e Josef Schalk. A edição crítica é de Nowak [1955]. Inclui uma reconstrução do final do primeiro movimento (que passa de altissonante para tranqüilo), e mudanças substanciais no Adagio e no Trio. Além disso, alguns cortes foram feitos a conselho de Schalk. A edição de Nowak inclui todas essas mudanças e cortes, e os considera como representando as decisões finais de Bruckner. A edição de Haas [1935], se deixarmos de lado algumas complicações menores, pode ser considerada basicamente uma combinação das versões de 1887 e 1890. Haas aceitou as reformulações e mudanças como sendo genuínas decisões de Bruckner, mas restaurou todos os cortes introduzidos sob a suposta influência de Schalk. Por causa disso, ela é um pouco mais longa que a de Nowak. Esta, entre todas as sinfonias de Bruckner, é a que apresenta as maiores diferenças entre as edições de Haas e Nowak, e as preferências dos regentes distribuem-se uniformemente entre elas.
Versão revisada de 1892, preparada para a publicação da primeira edição por Robert Lienau, naquele mesmo ano. Cortes adicionais foram feitos por sugestão de Schalk, que também introduziu mudanças de dinâmica, fraseado e orquestração.

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