segunda-feira, 24 de setembro de 2007

SHOSTAKOVITCH, Dmitri – Concerto No. 1 para Violoncello e Orquestra, Op. 107

Estreou a 4 de outubro de 1959 em Leningrado por Mstilav Rostropovitch a quem a obra foi dedicada.
No primeiro movimento seu tema principal de quatro notas é derivado do motivo de DSCH (Dmitri Schostakovich) tirado do próprio nome do compositor, embora os intervalos musicais (re, mi bemol, do si), o ritmo e a forma do motto sejam continuamente modificados durante todo o movimento.
O tema principal também está associado ao filme The Young Guard produzido em 1948, que ilustra um grupo de soldados soviéticos em marcha para a morte na mão dos Nazistas. A introdução do segundo tema acompanha a versão de DSCH do motivo inicial das madeiras. Um novo tema é originado de canções populares de ninar.
O segundo, terceiro e quarto movimentos são tocados de forma contínua. O segundo movimento é inicialmente elegíaco, com uma longa melodia que transita entre o violoncello solista e a orquestra. A música transforma-se progressivamente tornando-se mais agitada atingindo um ponto clímax; segue-se imediatamente um pequeno tema calmo, tocado pela trompa (o único instrumento de metal da orquestra) seguida por uma passagem etérea no violoncello (que toca o primeiro tema em harmônicos). A Coda é marcada pela intervenção da celesta que conduz à cadencia.
O terceiro movimento não possui interferência da orquestra, é uma cadencia de grandes dimensões composta por 148 compassos, tornando-se um movimento por si só. Começa desenvolvendo o material do segundo movimento, interrompendo-se enigmaticamente por uma série de acordes lentos em pizzicato. Na seqüência há um movimento accelerando passando por diversas seções de andamentos diferentes (allegretto, allegro e um piu mosso), concluindo pelo tema cíclico - tema de abertura da obra.
O movimento final inclui um tema cíclico que vem desde o início do concerto e que reaparece novamente ao final deste movimento. Um segundo tema é uma versão distorcida da melodia Suliko, uma canção favorita de Stalin, também usada por Shostakovich na obra Rayok em uma sátira ao sistema soviético. O movimento encerra-se com o tema de abertura da obra, sendo que a última palavra do concerto é dada pelo tímpano.

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