quarta-feira, 9 de maio de 2007

BEETHOVEN, Ludwig van – Sinfonia 5 em do menor, Op. 67

A obra começou a ser esboçada em 1795, mas o principal esboço data de 1803, mas a forma definitiva só começou a ser realizada em 1805, logo após concluir a sua terceira sinfonia – Heróica, no entanto concluiu a sinfonia em 1808. A estréia aconteceu simultaneamente com a sexta sinfonia – pastoral – a 22 de dezembro de 1808 em Viena, no Theater an der Wien, no entanto na época a sexta sinfonia apareceu no programa, por um erro, como sendo a quinta sinfonia.
A obra foi dedicada “À sua Alteza Sereníssima Monsenhor o Príncipe reinante de Lobkowitz, duque de Raudnitz” e “À sua Excelência o Senhor conde de Razumovsky”.
Primeiro movimento: Allegro conm brio. Na partitura o primeiro tema, surge de forma simples mas enérgica. Formado por apenas três colcheias, e uma mínima, durações contrastantes - três notas curtas que se projetam sobre uma nota longa. Beethoven esclarece em uma carta a Wegeler o sentido deste tema, como sendo a luta do indivíduo contra o destino, narrando as esperanças de lutar contra a fatalidade e a vitória final – So pocht das Schicksal an die Pforte (Assim bate o destino à porta). Abrindo a partitura, ouve-se o tema nas cordas e no clarinete, num grande vigor e brilhantismo, tema este que se tornou muito popular. Uma pequena célula rítmica que se torna tema e se repete incansavelmente por todo o primeiro movimento, passando por todos os instrumentos da orquestra. Um segundo tema é apresentado a partir da intervenção da trompa quer aparece em solo destaque, passando a vez aos primeiros violinos que apresentam um segundo tema contrastante, dolce e melódico. Após a re-exposição, vem um longo desenvolvimento onde Beethoven brinca com o motivo de três notas numa primeira fase e depois com o segundo tema, culminando com a Coda final, encerrando o movimento com a apresentação do primeiro tema culminando com onze acordes finais.
Segundo movimento: Andante com moto. O tema sereno abre o movimento num uníssono entre as violas e violoncellos, apoiado nos pizzicatos dos contrabaixos. Após uma codeta, o clarinete e o fagote apresentam o segundo tema, sempre de uma forma doce, tema esse que vai evoluindo do piano para um fortíssimo, sendo interrompido bruscamente com a aparição da primeira de quatro variações, que introduz Coda final, concluindo o movimento de forma oposta ao início do movimento, em fortíssimo.
Terceiro movimento: Allegro. Não recebe o nome de Scherzo, mas possui essas características, embora não possua todos os ritornellos característicos da forma. O tema inicial está dividido em duas partes, a primeira está exposta nos violoncellos e contrabaixos e a segunda no duo dos primeiros e segundos violinos, tema este que reaparece logo após a primeira exposição. O segundo tema é apresentado pelas trompas em fortíssimo, apoiado por acordes das cordas em forte. Os temas desenvolvem-se até o surgimento do Trio. O termo não está indicado na partitura, mas ele surge de num vigoroso fugato iniciado pelos violoncellos e contrabaixos, passando o tema por todos os instrumentos de cordas e alguns de sopro. Depois do trio ouve-se o tema novamente com as cordas graves no arco. O tema inicial volta à tona nos violoncellos em pizzicato. O tema rítmico aparece no tímpano com pedal do quinteto das cordas, momento este que antecede o quarto movimento.
Quarto movimento: Allegro. Movimento amplo, vigoroso e enérgico. O primeiro tema aparece em uníssono por toda a orquestra, o segundo tema, aparece nos oboés, clarinetes, fagotes e trompas. Após estar aparições vem uma série de variações sobre os temas já expostos, com numerosas modulações. Antes da Coda final, aparece um novo tema marcial com os fagotes, passando depois para as trompas, tema esse caminha por todos os sopros, retomado pelo quinteto das cordas. O tempo vai acelerando atingindo o Presto, onde inicia-se a Coda final.
Uma curiosidade neste último movimento, é a presença de 1 flauta piccolo, 1 contrafagote, 3 trombones, que aparecem pela primeira vez nesta sinfonia e até então nas sinfonias de Beethoven.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pelas postagens !