quarta-feira, 30 de maio de 2007

FRANCK, César – Sinfonia em re menor

Data dos últimos anos de sua vida, foi esboçada em setembro – outubro de 1887, concluída no verão de 1888, dedicada a Henri Duparc, onde emprega o princípio cíclico. Estreou em Paris a 17 de fevereiro de 1889 na regência de Jules Garcin, não obtendo grande sucesso, tanto pelo público como pela crítica especializada.
A obra é dividida em três movimentos, mas encontramos na partitura a divisão de quatro partes, que o próprio Franck explicou: “trata-se de uma sinfonia clássica... após o primeiro movimento vem um Andante e um Scherzo, ligados um ao outro. Eu os quis de tal forma que cada tempo do Andante igualando um compasso do Scherzo, este pudesse, após o desenvolvimento emparelhado dos dois trechos, se sobrepor ao primeiro. Eu consegui resolver o meu problema”.
Primeiro movimento: Lento. Allegro non troppo: Inicia-se com uma Introdução em movimento lento, em compasso quaternário, e formado por um único tema apresentado pelas cordas graves. A este tema sucede um breve canto nos violinos antes de uma seção do Lento. Surge uma repetição textual da introdução na terça menor superior em fa menor. As duas tonalidades da sinfonia são a de re menor e a de fa menor. O tema principal do Allegro non troppo é derivado do motivo inicial, fazendo surgir uma segunda série de pequenos temas na tonalidade relativa de fa menor. Um dos temas é melódico tendo como base a nota “la”, o outro é sincopado mas com características vigorosas.
O desenvolvimento possui características cromáticas e ouve-se um cânone construído sobre a célula inicial, trazendo o tema inicial de re menor, que introduz a reexposição. Após o desenvolvimento, surge a Coda final.
Segundo movimento: Allegretto. Destaca-se a melodia do Corne Inglês, acompanhado pelas cordas em pizzicato, como tema principal. Um segundo tema adjacente surge nas cordas, só que na tonalidade de si bemol maior. O Scherzo, propriamente dito, surge apoiado sobre trêmulos das cordas em contraponto aos ritmos pontuados do clarinete. Ao final os dois temas secundários dialogam entre si, concluindo o movimento.
Terceiro movimento: Allegro non troppo. Este movimento tem características de uma grande recapitulação trazendo de volta a recapitulação dos temas utilizados durante toda a obra, segundo o próprio Franck “eles fazem o papel de elementos novos”.O tema inicial do movimento é apresentado de forma viril, enquanto que surge um motivo coral nos metais na tonalidade de si bemol. Na seqüência, ouve-se o motivo do segundo movimento, do Corne Inglês, como desenvolvimento. Para concluir, todos os temas do primeiro movimento são ouvidos. A conclusão é realizada com o tema final num grande tutti.

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