segunda-feira, 11 de junho de 2007

ADIEMUS – Songs of Sanctuary

"Adiemus” é um caminho, uma viagem que começa das raízes da musica, da percussão que acompanha, marca, organiza a nossa existência, o nosso passo. E' um vôo de vozes, a doce caricia de uma flauta. E' um grito de vontade de horizontes, um vento, uma necessidade de paz. Uma respiração. Um envolvente manto de harmonia, mas também de dissonâncias, arritmias, frases inquietas, ostinatos,... de silêncios. Adiemus è perfume de natureza, uma mistura de cores, alvoradas, por de sol (como se fala no plural?), brumas. Adiemus è uma reflexão, um momento de intimidade, de meditação.E' prece (oração, reza?, não sei bem). "Sanctuary" significa "lugar de refugio (asilo, amparo?). A musica è um lugar para onde fugir. Não por isso seja introspectiva ou soturna. Nos ajudamos as emoções a ser estendidas e ampliadas, as ajudamos a se alargar a caminho do infinito. E' uma composição de tipo coral baseada na tradição clássica européia, mas onde o som da voz humana è mais parecido com a musica étnica ou "world". A idéia original de Karl Jenkins era a de ter uma unidade temática na obra inteira, ao invés de uma coleção de peças em forma de canção.As estruturas das "Songs of Sanctuary" são influenciadas pela forma clássica, por exemplo a do Rondo modificado, ternário, e ária da capo. Isso é muito importante por causa da falta de mensagem lírica que rege a forma convencional do canto.O texto foi escrito foneticamente, com as palavras consideradas como som instrumental, para elevar ao máximo grão o melisma (uma frase vocal expressiva), tirando a distração, se assim se pode dizer, das palavras. O som è universal, pois è a linguagem da musica. As vozes solistas são indispensáveis para isso, não somente para sua beleza, mas também para a variedade e a entonação controlada e perfeita que ambas possuem. Alem disso a partitura, que em alguns casos ousa, na parte do contralto, chegar em uma não usual gama de notas graves, oferece a possibilidade de obter sons únicos por qualidades cromáticas e densidade. As partes "solo" são entoadas às vezes na maneira eclesiástica, as vezes naquela celta. O autor deseja que as vozes do coro resultem "tribais", por isso se pede que eles cantem fortíssimo, sem vibrato. Se escuta a musica étnica tribal (maori, africana), esta è a característica própria do gênero. Alessandro Sangiorgi

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, acabo de assistir na TV um lindíssimo coro infantil com orquestra e solistas, entoando Songs of Sanctuary, e achei magnífico!
Belo demais também seu comentário a respeito da obra, parabéns!