segunda-feira, 11 de junho de 2007

GOMES, Carlos - Salvator Rosa

A ópera Salvator Rosa foi composta em 1874 pelo grande compositor brasileiro Antonio Carlos Gomes (1836-1896) tendo sido precedida pelas óperas IL Guarany (1870) e Fosca (1873). Após o enorme sucesso alcançado por Gomes com a estréia de Il Guarany, no Teatro Alla Scala de Milão, o público recebeu a ópera Fosca com alguma reserva. Haviam estranhado os avanços técnicos e musicais que Gomes empregara na composição desta que é considerada por muitos como uma obra-prima e que só mais tarde receberia do público a devida valorização, explica o maestro Fábio Gomes de Oliveira.
Entretanto, após a estréia de Fosca, Carlos Gomes decide escrever uma ópera para “agradar” ao público italiano com melodias cativantes e tendo como libreto à história de um herói italiano. Assim nascia a ópera Salvator Rosa que estreou a 21 de Março de 1874 no Teatro Carlo Felice em Gênova – Itália.
A ópera Salvator Rosa, drama lírico em 4 atos, de Carlos Gomes, estreou em 21 de março de 1874, no Teatro Carlo Felice de Gênova. O libreto de Antonio Ghislanzoni foi extraído do romance “Masaniello” de Mirecourt. Um ano após uma estréia não tão entusiástica da ópera Fosca, Carlos Gomes compôs Salvator Rosa em seis meses como uma forma de “desabafo”. Acabou por tornar-se um de seus maiores sucessos tanto que nos anos 1876-77 foi apresentada na abertura da temporada lírica de seis dos mais importantes teatros italianos.

O ENREDO
Personagens: Salvator Rosa, um pintor (tenor), Gennariello (soprano) um jovem discípulo de Salvator, Masaniello (Barítono), líder dos revoltosos, Conde de Badajoz, (tenor), Duque D’Arcos (Baixo) Vice-Rei de Nápoles, Fernandez (tenor), comandante das tropas espanholas, Isabella (soprano), filha do Duque D’Arcos, Corcelli (baixo) líder dos mercenários, Bianca (soprano) Dama espanhola, Soror Inez (soprano) Madre superiora.
A ação decorre em julho de 1674 por ocasião do golpe napolitano contra o domínio espanhol. Salvador Rosa, pintor, poeta, músico, figura romanesca do Seiscento italiano, é o herói do melodrama. O pintor recebe em seu ateliê a visita de Masaniello, que lhe expõe os planos da rebelião. O povo napolitano, entusiasmado pelas promessas de Masaniello, vence as forças do Duque D'Arcos e domina a cidade. Salvador Rosa, enviado como parlamentar, descobre em Isabella, a filha do duque, a mulher amada. Isabella, por sua vez, confessa ao pintor a paixão que também nutre por ele. Em meio à felicidade dos dois amantes, chega o Duque e concorda com as exigências de Masaniello. Fernandez, general espanhol que ama Isabella em silêncio, urde uma trama para envolver Salvador Rosa e Masaniello.
Vitoriosa a idéia de Fernandez, e diante da fatalidade que atinge o amado, Isabella consente em tornar-se esposa do espanhol para salvar a vida do pintor. Masaniello enlouquece sob a ação de um veneno e morre assassinado. Salvador cobra de Isabella um procedimento que julga infame. No último ato, diante das imprecações raivosas do artista, Isabella - para provar sua paixão - mata-se com uma punhalada. Salvador, horrorizado, foge com Gennariello, seu jovem discípulo, e o Duque D'Arcos, reconhecendo o erro, pede perdão à filha moribunda.

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