Depois de enorme depressão, ao tomar consciência, em definitivo, de sua progressiva surdez, Beethoven entregou-se ao trabalho com espantosa intensidade, como forma de superar o seu estado miserável, como ele mesmo menciona em seu testamento. Foi escrita e executada pela primeira vez em Viena a 22 de dezembro de 1808. A Sexta Sinfonia foi escrita quase que concomitantemente à Quinta, embora hajam rascunhos da sinfonia desde 1802. A quinta e a Sexta sinfonias foram dedicadas a Lobkowitz e Razumovsky.
Beethoven deixou sua própria explicação afixada em cada um dos movimentos. Nos rascunhos ela recebeu o título de Sinfonia característica - memórias da vida campestre. Trazia ainda a seguinte nota: "o ouvinte deve compreender as situações por si mesmo". Depois de concluída a obra, o próprio Beethoven deu significado a todos os seus movimentos, prefaciando-a porém com esta significativa observação: "mais expressão de sensações do que pinturas - ou seja descrição".
De fato essa sinfonia é a expressão mais primorosa e magistral do sentimento de felicidade e contentamento que o amante da natureza experimenta num passeio pelo campo. Os motivos utilizados são aparentemente os mais simples, mas demonstram a evolução de uma poderosa celebração. São breves e concisos, em seu desenho, e em grande parte repousam nos sons de trompa de caça.
Beethoven deleita-se com o retorno fartamente merecido ao seio, da natureza e quem sabe à própria infância, domínios estes deixados por sua mãe. O retorno à natureza esta no âmago desta sinfonia, como que uma recordação de sua vida nestes lugares descritos. Cada movimento da Sinfonia, Beethoven relata cada quadro
Beethoven deixou sua própria explicação afixada em cada um dos movimentos. Nos rascunhos ela recebeu o título de Sinfonia característica - memórias da vida campestre. Trazia ainda a seguinte nota: "o ouvinte deve compreender as situações por si mesmo". Depois de concluída a obra, o próprio Beethoven deu significado a todos os seus movimentos, prefaciando-a porém com esta significativa observação: "mais expressão de sensações do que pinturas - ou seja descrição".
De fato essa sinfonia é a expressão mais primorosa e magistral do sentimento de felicidade e contentamento que o amante da natureza experimenta num passeio pelo campo. Os motivos utilizados são aparentemente os mais simples, mas demonstram a evolução de uma poderosa celebração. São breves e concisos, em seu desenho, e em grande parte repousam nos sons de trompa de caça.
Beethoven deleita-se com o retorno fartamente merecido ao seio, da natureza e quem sabe à própria infância, domínios estes deixados por sua mãe. O retorno à natureza esta no âmago desta sinfonia, como que uma recordação de sua vida nestes lugares descritos. Cada movimento da Sinfonia, Beethoven relata cada quadro
PRIMEIRO MOVIMENTO
TÍTULO: Despertar de sentimentos alegres à chegada ao campo .
DESCRIÇÃO: "despertar agradáveis sentimentos ao chegar ao campo. Brilha o sol iluminando os prados e colinas, estende-se o bosque, desliza o riacho refletindo o céu azul. Pastam os rebanhos, tudo calmo numa doce manhã de primavera".
Estruturado a partir da forma sonata, o primeiro movimento - Allegro ma non troppo emprega dois temas principais contrastantes. O primeiro tema, de origem folclórica tcheca, surge logo no início da partitura, a cargo dos primeiros violinos e apoiado pelas cordas mais graves e é dividido em dois blocos, o primeiro com 3 motivos e o segundo, separado por um compasso em branco para o primeiro violino, é composto por 2 motivos, num total de 5 motivos. Beethoven utiliza-se do desmembramento em pequenos motivos afim de imprimir um maior dinamismo ao discurso sonoro, visto que esse s motivos são logo absorvidos pelos instrumentos de sopro.
O Oboé encarrega-se de levar a orquestra ao primeiro tutti. Um transição rítmica originária do 4 motivo, encarrega-se de levar à exposição do segundo tema que surge a partir do compasso 67 nos primeiros violinos, (II Tema - I Violino (compasso 67), apoiado num motivo harmônico apresentado pelos Violoncellos. (Tema harmônico nos Violoncellos - (compasso 67).
Logo este tema tramita em contraponto entre as cordas - II Violino, Violoncello e Contrabaixo, logo sentindo-se a sua presença entre os instrumentos de sopro, como o Clarinete e Fagote encerrando-se assim a primeira exibição do segundo tema com o Oboé que leva a uma pequena Coda, concluindo assim a primeira parte do movimento característica esta que fica mais clara com o longo diminuendo nas cordas, as quais vão-se diluindo, ficando apenas a cadência do I Violino, anunciando o início do primeiro tema, que logo é levando à repetição de toda essa parte.
Na segunda parte - a re-exposição e desenvolvimento dos motivos e temas principais, são trabalhados de forma variada, conduzidos por uma enorme série de tonalidades diferentes, que contribuem para desenvolver esta sensação de movimento à música.
Partindo da tonalidade básica, esses materiais temáticos alcançam regiões harmônicas distantes, para depois através de novas modulações, voltarem aos pólos tonais originais, o que se chama de re-exposição, marcada pelo trilo dos primeiros violinos anunciando a recondução final dos temas. (Início da re-exposição - I Violino - (compasso 282). Findo todo esse trabalho, surge então a Coda conclusiva, (compasso 440 letra I), que claramente é dividida em 5 partes encerrando assim o primeiro movimento.
SEGUNDO MOVIMENTO
TÍTULO: Cena à margem do riacho.
DESCRIÇÃO: "Maravilhosa paisagem. Debaixo das árvores corre o riacho. O rumos da corrente se une com o sussurro da brisa e a alma da natureza exala uma terna canção cheia de poesia".
Como o anterior, o movimento lento Andante molto mosso, é bitemático, escrito na forma sonata na tonalidade de Si bemol maior, sub-dominante da tonalidade principal. O compasso é um quaternário composto.
Iniciado pelos I Violinos, a exposição fragmentada do primeiro tema, representa o movimento das folhagens (I Tema (parcial) representando o movimento das folhagens das árvores - I Violino.
I Tema (parcial) representando o canto do despertar da natureza - I Violino (compasso 4).
O primeiro tema, tem como pano de fundo um tema secundário, apresentado pelo II Violino e cordas graves, desenhado sobre colcheias e semicolcheias:
Tema representativo dos rumores da corrente do riacho - II Violino, Viola e Violoncello. Essa parece ser uma das primeiras idéias anotada por Beethoven para a Sexta sinfonia. Variação dos rumores da corrente do riacho com melodia escondida - (compasso 6). Acompanhamento harmônico da linha melódica - (Compasso 5).
O primeiro tema logo se espraia por vários compassos, sendo depois colorido com os timbres dos clarinetes e fagotes, sobre trilo dos violinos que representam o gorjeio das aves. Gorjeio das aves - I Violino (compasso 7).
Acrescentado de uma pequena figura nova, esse longo primeiro tema é complementado por um curto episódio de notas repetidas. Quando se pensa que ele vai ser, uma vez mais retomado, surge o segundo tema principal, sempre a cargo dos violinos, agora com ligeiros toques das madeiras e sobre o contínuo murmúrio dos arcos. II Tema - I Violino (compasso 26). O Desenvolvimento, de grande fluência em suas seis seções interligadas, é marcado pelas múltiplas alianças estabelecidas entre diversos instrumentos de sopro. Há, então, diálogos entre flauta e oboé, um longo monólogo do clarinete e um diálogo entre o clarinete e o fagote (Monólogo de Clarinete -(compasso 72 a 77). Quando o primeiro tema volta ao violino (compasso 79) é sinal de que já está próxima a Recapitulação. (I Tema - I Violino (compasso 79). Esta tem início através da flauta, acompanhada por figuras ascendentes do fagote e do clarinete (compasso 91 - Letra F), que se encarrega de nos conduzir à Coda (Início da Coda - (Fagote e Clarinete - compasso 91 - Letra F).
Nesta sinfonia, o que existe de mais notável são certamente, as colagens que Beethoven utilizou, transformando diversas passagens, à flauta ao clarinete e o oboé, por curtos instantes possuem a função de representar cenas da natureza, como o trinado dos pássaros, movimento das árvores no bosque e o sussurro das águas, o rouxinol, e uma codorniz, fazendo-os cantar juntos nessa paisagem imaginária: Sussurro das águas (I Violino - compasso 30). Canto dos Pássaros (II Violino - compasso 33). Grito da Oropendola (Flauta - compassos 58 a 61). Canto do Rouxinol (Flauta - compassos 129 a 136). Canto da Codorniz (Oboé - compassos 130 a 136). Canto do Cuco (Clarinete - compassos 131 a 136).
TERCEIRO MOVIMENTO
TÍTULO: Alegre reunião de camponeses.
DESCRIÇÃO: "Alegre reunião de camponeses e sua animada festa, com danças e músicas típicas".
Este movimento - Allegro, foi escrito à maneira de um Scherzo, com seu conseqüente Trio. Sua seção principal é baseada em um tema ágil, em ritmo ternário, que explora, através dos dois motivos fundamentais que o compõem, a oposição entre o staccato inicial das cordas e um legato a cargo de toda a orquestra. I Tema - I Violino, II Violino e Viola: tema dos pastores (compassos 1 a 8). II Tema - Flauta, I Violino, II Violino e Viola: valsa canção (compassos 9 a 16).
Depois que a agitação atinge o seu clímax - forte marcação rítmica de quatro compassos (compasso 89), que representam uma orquestra rústica de camponeses. Orquestra rústica de camponeses - I e II Violinos (compasso 89).
Na seqüência (compassos 91 140) verificamos uma nova idéia melódica entregues ao Oboé, passando ao Clarinete e finalmente à Trompa. Melodia da orquestra rústica dos camponeses, entregue ao Oboé (compasso 91). Enquanto os camponeses tocam, surge um novo elemento apresentado pelo Clarinete (compassos 114), como uma clara aparição de um novo camponês retardatário, que tenta se juntar à orquestram o que realmente acontece a partir do compasso 122). Camponês retardatário anunciando a sua chegada (Clarinete - (compasso 114). O novo músico integrado ao grupo participando na animada festa (Clarinete - (compassos 122 a 133). O Fagote, em diversos momentos, não deixa de fazer alguns comentários propositadamente desajeitados, como por exemplo no compasso 95. No compasso 165, surge um novo movimento em tempo binário: in tempo d'Allegro , com um caráter de Bourrée. Sólidos acordes da orquestra apóiam este vigoroso e tosco motivo do Trio que surge com um tutti brilhante. Tema nos sopros de madeira - Grupo de dançarinos (compasso 165). In Tempo d'Allegro Motivo do Trio em contraste com os acordes da orquestra I e II Violinos (compassos 165).
As danças populares ofereciam por vezes opções rítmicas similares. Os Violinos apresentam quatro vezes este motivo de quatro compassos, passando a idéia para as Violas e Fagotes, que logo repassam para as cordas graves. Na terceira vez surge uma nova idéia na Flauta em tercinas, que vai aparecer por duas vezes consecutivas. Motivo da Flauta - (compassos 173 a 180). Esta seção termina bruscamente com acordes de dominante em fortíssimo. O tempo é interrompido com a presença das fermatas. Em seguida se produz um Da Capo, repetindo-se novamente o Scherzo, com a aparição vertiginosa do primeiro motivo. Em seguida repete-se o Trio e pela terceira vez volta-se ao Scherzo cujo primeiro motivo se precipita vertiginosamente sobre o Presto, como que demonstrando uma grande animação nas danças dos camponeses, culminando com um tremor, que indica o início do quarto movimento.
QUARTO MOVIMENTO
TÍTULO: Trovoada e tempestade.
DESCRIÇÃO: "Início de grande tempestade interrompe a festa dos camponeses, levando susto, temendo as conseqüências. Cenas de violenta tempestade".
Um Allegro ainda mais agitado que o anterior. Neste movimento acrescenta-se à orquestra um Flautim, pares de Trompetes, Trombones e Tímpanos. Este movimento é marcado pelos grandes contrastes de intensidades, que vão do pianíssimo ao fortíssimo, pelas grandes variações de alturas que percorrem toda a tessitura orquestral - do mais grave à mais aguda, e pelas enormes diferenças de tratamento da massa sonora, que passa pela presença de poucos instrumentos até ao grande tutti.
Este movimento inicia com uma grandiosa tempestade na tonalidade de em Fá menor, levada a efeito com o trêmulo em pianíssimo dos Violoncellos e Contrabaixos, insinuando uma mudança repentina no clima, provocando um certo temor entre os camponeses com a forte tempestade ameaçadora que bruscamente surge. Temor dos camponeses - Violoncello e Contrabaixo
Ao término deste sinal de espanto surge um tema em pianíssimo e em staccato nos II Violinos entrecortado por comentários dos I Violinos, que traduzem a dúvida e o temor dos campesinos, interrompendo uma magnífica festa de colheita. I Tema: II Violinos - (compasso 03). II Tema: I Violinos - (compasso 5).
Após a aparição por duas vezes dessas idéias musicais, surgem realmente, no compasso 21, a grande tormenta provocando fortes chuvas e um ciclone. Este momento pictórico e musical de grande dramaticidade, em Fá menor, é marcado por um fortíssimo explosivo, acompanhado do romper frenético do trêmulo nos Violinos e Violas, do rasgueado frenético dos Violoncellos e dos Contrabaixos que lutam entre si, sem nunca se encontrarem, complementando a cena as notas longas dos instrumentos de sopro e a intrigantemente primeira aparição do tímpano dentro desta sinfonia num poderoso tutti dão o clima da poderosa tempestade. Chuva e Ciclone - Cordas (compasso 21).
Diversos motivos decoram a partitura, com o objetivo de criar a sensação tempestuosa. Este motivos surgem a seguir, como demonstro: Tema - Relâmpago - I Violino (compasso 33). O motivo dos relâmpagos, aparecem em diversos momentos dentro da tempestade, sempre na linha do I Violino.
O motivo da chuva - (compasso 35) aparece três vezes seguidas nas cordas, em uníssono, sendo interrompida a seqüência pelo motivo do vendaval. Motivo da Chuva - Cordas em uníssono e Fagote (compasso35). O motivo do vendaval (compasso 41) aparece sobreposto aos relâmpagos pintados pelos I Violinos - (compassos 43 - 47 - 51 a 55). Tema do Vendaval - cordas (compasso 41).
A fúria dos elementos da natureza é reforçada pela presença de arpejos que se precipitam de forma descendente nos I e II Violinos, em contraste com os instrumentos de sopro e as cordas graves, que sustentam notas longas, realizando progressões modulantes, que vão de SOL e termina em RE Bemol, fazendo surgir, na seqüência, o motivo da chuva - (compasso 89). Motivo de rajadas tempestuosas - I e II Violino - (compasso 78)
Furiosas escalas cromáticas descendentes em um progressivo crescendo, nos I Violinos e nos Violoncellos (compasso 95). Os instrumentos de sopro de madeira, em cuja região aguda sobressai o Flautim, reforçando a potencia orquestral anunciando a chegada do clímax da tempestade - (compasso 106). Escala cromáticas descendentes - (compasso 99). Este movimento leva ao clímax da tempestade com a queda de um raio. O tutti prolonga-se em plena força um acorde de sétima diminuta sobre o trilo do Tímpano e do rugido das cordas graves. Motivo do clímax da tempestade - (compasso 106). Alcançando o máximo de intensidade, a tormenta diminui lentamente na figura arpejada dos violinos sobre a programação dos baixos. Diminuição da tempestade (compasso 119). Sempre decrescendo se escutam o trêmulo das cordas. Aos poucos ouvem-se o rumor das cordas e Tímpanos. Doces harmonias devolvem a calma à agitada orquestra, mesmo quando os Contrabaixos rugem sordidamente as últimas refegas. Dissipam-se as nuvens e aparece o céu azul, passagem esta que passa pelo Oboé - compasso 146. Tema do céu azul - Oboé - (compasso 146).
Os últimos rumores da orquestra anunciam que a tempestade está bem distante daqui, na tonalidade de DO maior. Rumores longínquos da tempestade - Violoncello e Contrabaixo (compasso 149). Esta nova tonalidade produz a impressão de plena calmaria.
Surge a última manifestação da dissipação da tempestade, em caráter definitivo no tom de sol. A Flauta apresenta uma escala ascendente no acorde de sétima de dominante, que ocupa os últimos compassos deste movimento, que é unido ao quinto sem interrupção. Tema do despontar do sol entre nuvens - Flauta (compasso 154).
O tom geral dessa seção é conferido pelo cromatismo extremo a que são levadas as figuras melódicas derivadas do tema principal, apresentado pelos violinos e apoiada pelos rápidos melismas provenientes das cordas graves, tratadas em valores desencontrados. As dissonâncias expressivas das suas modulações em menor cedem lugar, no final, a uma escala da flauta que, em tonalidade maior, abre caminho para o último movimento.
QUINTO MOVIMENTO
TÍTULO: Canto dos pastores. Sentimentos de contentamento e de reconhecimento após a tempestade.
DESCRIÇÃO: "Canto pastoris - alegres e agradecidos demonstram seus sentimentos após a tempestade. O fresco ambiente proporciona o sentimento religioso de devoção, culminando num hino ao criador".
A resolução harmônica do movimento anterior, conduz a este novo movimento sem interrupção.
O espírito deste final demonstra ainda o frescor da natureza em ambiente pastoril, imbuído de um sentimento religioso próprio da inocência do povo campesino.
As idéias musicais, embora simples, elevam-se convertendo-se em um hino da natureza ao criador.
A forma de Rondó variado, no modo maior e em compasso binário composto em movimento Allegretto pastoral.
Como prelúdio, escuta-se um motivo semelhante ao ranz, tipo de área popular suíça. É uma efeito imitativo da Cornamusa, iniciando-se com os Clarinetes sendo reconduzido às Trompas, apoiado num intervalo de quinta (DO e SOL) - em forma de pedal, nas Violas. Um novo pedal surge nos Violoncellos (FA e DO), que vem estabelecer a base da tônica, baixo da quinta de dominante. Este duplo pedal, é uma audácia de Beethoven, mas produz efeito imitativo da Cornamusa. Este acompanhamento de pedais demonstra a presença de um segundo pastor - um evocando pelos Clarinetes e outro pelas Trompas.
Este motivo serve sempre de preparação para um segundo tema. Derivado do anterior, expõe nos I Violinos em forma de estribilho do Rondó. Este tema, sugere o canto dos pastores em forma de Berceuse. Tema Principal - I Violino - (compasso 09). Esta melodia repete-se nos II Violinos com um ritmo de acompanhamento em que se destaca o pizzicato das Violas, Violoncellos e dos Contrabaixos. Em seguida surge um tutti. O tremulo dos I Violinos (compasso 17) estende-se em ambas as partes das cordas superiores e a melodia surge na região média entre os Clarinetes, Trompas, Violas e Violoncellos.
O primeiro episódio intermediário, o couplé do Rondó começa com o motivo abaixo, derivado da desinência conclusiva - feminina, do estribilho acompanhada por uma harmonia arpegiada. Couplé do Rondo - Viola, Violoncello e I Violino - (compasso32). Este desenho musical é acompanhado por arpegios das cordas e por acordes dos instrumentos de sopro. Esta idéia varia nos I Violinos (compasso 38) sendo ornamentado por trilos, prosseguindo o diálogo nas cordas com o acompanhamento nos instrumentos de madeiras e metais.
O tutti finaliza-se indo de um p com um crescendo culminando num ff, culminando com um p nas cordas as quais apresentam o "Hino de agradecimento dos Pastores", uma espécie de primeira variação. Este tema é imitado pelas flautas, oboés, clarinetes e trompas, culminando com o surgimento de um segundo tema nos I Violinos.
Na seqüência - compasso 80, surge uma Berceuse agreste, sobre um tema popular, levado a cabo pelos Clarinetes e pelos Fagotes. Omo a maioria dos tema secundários de Beethoven, este tema do Rondó não chega a um término definido.
Modulando em direção a RE bemol MAIOR, passa por uma seqüência de semicolcheias no primeiro violino, como variação do tema principal em contraponto a elementos rítmicos do tema principal apresentado pelos segundos violinos (compasso 117). Estes motivos alternam-se nas cordas, passando o motivo das semicolcheias para os segundos violinos e o motivo das colcheias para o primeiro violino (compasso 124). O desenho das semicolcheias surge na Viola e o Violoncello (compasso 133), em contraponto aos elementos rítmicos do primeiro tema apresentados pelas trompas. Todas estas variantes reconduzem, como um refrão, ao tema do RANZ (compasso 177), apresentado pelos Fagotes e Violoncellos. Em arabescos de semicolcheias, os segundos violinos (compasso 64) bordam os staccatos decorativos que surgem, primeiramente nos Violoncellos, depois também aos Contrabaixos contrapondo-se inicialmente à exibição temática do I Violino.
Um tutti vai-se deslumbrando por um movimento de semicolcheias em fugato, iniciando nos Violoncellos e Fagotes, seguindo-se pelas Violas, II Violinos, Contrabaixos e I Violinos, em contraponto a elementos rítmicos da temática do Rondó.
O tutti incorporasse a toda a orquestra e ao final, dissipa-se até ao pianissimo e os violinos cantam pela última vez um "Hino aos Pastores", a trompa solo, em pianissimo e com sordina apresenta pela última vez o tema do RANZ dos pastores.
Os últimos arabescos em semicolcheias passam pelos primeiros e segundos Violinos, Violas, Violoncellos e Contrabaixos, terminando com um acorde duplo, magestoso em FA MAIOR.
8 comentários:
Excelente...gostei muito das informações sobre a música preferida da minha infância...obrigada!
Marcella Guimarães - RJ
Que iniciativa louvável esta de dividir conhecimentos e sensibilidade! Muito, muito obrigada!
Posso estar fora do prazo de validade ... em 2019, só hoje abri e apreciei muito esta aula sobre a 6a. de Beethoven, que estou usando para despertar o amor pela Grande Música do Mundo em meu neto Giuseppe. Agradeço e parabenizo ao autor. "Música, divina música"
Maravilhosa explicação
Obrigado
Obrigado. Que bom que gostou
Obrigado
Obrigado Marcella
Postar um comentário